A volta pra casa

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Elas são capuletos e montecchios, Helena poderia simplesmente entender toda essa situação, mas isso seria de mais pra ela, que tem tudo o que quer e de repente se depara com alguém que foge dela como a pipper fogia da olho doido na primeira temporada de orange is the new black. Isso nunca havia acontecido porque no geral as pessoas costumam correr para ela e não correr dela, Jhenny não sabia mas aquela atitude só fez Helena querer estar com ela ainda mais, todo aquele mistério, era instigante, era renovador, os dias não se seguiriam mais iguais, agora tudo era novo.
Jhenny foi o caminho todo pensando em todas as expressões de Helena como o rosto dela era calmo e provocante, uma mistura que deixava ela mais nervosa que o normal, subiu no ônibus, e foi até o terminal chateada por ter corrido, chateada por não ter se dado a chance de apenas curtir aquele momento, chegou em casa destruída, foi subindo as escadas do bloco B apartamento 301, e do começo do corredor conseguia ouvir a gritaria, era sua mãe, pelo que entendia, sua irmã havia derrubado Danone na toalha de mesa, era melhor correr pois aquilo já era motivo suficiente para sua maninha levar uma surra das boas.

- Até que enfim você chegou, essa mina tá me deixando louca.
- Ela não é uma mina mãe é sua filha.
- Aee eu não To te perguntando entendeu? Limpa essa porra e já era, meu homem vai chegar e eu não quero que ele veja essa bagunça certo?
- Você me dá nojo! - disse Jhenny já com um pano limpando a roupa de sua irmã mais nova, foi quando se assuntou com um copo passando por cima de sua cabeça e estourando na parede.
- Você tem sorte que minha mira é ruim sua puta sapatão, a próxima vez que você disser isso eu estouro sua cabeça.
- Você tacou um copo em mim? Você é louca ? Você podia ter me machucado gravemente sua louca!! - Jhenny desabou em uma mistura de choro e raiva. Sua irmã também começou a chorar enquanto sua mãe entrava para o quarto ascendendo um cigarro. Jhenny pegou sua irmã pelo braço e a levou para fora do apartamento que era quente sujo e fedia a comida estragada e cigarro, enquanto puxava sua irmã escada a fora deram de cara com o namorado de sua mãe, Garrido, ele era o braço direito do dono do tráfico do bairro, namorava a mãe de Jhenny já fazia 4 anos.
- Olá filhinhas onde vão ? - disse ele com um riso amarelo. As meninas passaram direto e quando Jhenny olhou para trás, ele deu- lhe uma piscada e passou sua língua pelo seu lábio inferior, Jhenny continuou descendo, e assim que saíram da área dos predinhos deram de cara com uma praça, onde havia crianças aproveitando seu sábado. Sentou- se no banco de madeira que ficava em frente a um balanço feito de pneu de carro, colocou sua irmã em pé a sua frente,  limpou suas lágrimas.
- Você não precisa se preocupar com isso ok Jesse ? Vá brincar.
- Você está chorando ?
- Não mana, claro que não.
- Você ficou com medo dela? - Jhenny olhou para o chão de areia e viu suas lágrimas marcarem pontos no chão macio da praça.
- Um pouco, mas eu tenho medo de tanta coisa, esse é só mais um na minha lista de medos.
- Eu também tive. - Em seguida seus amiguinhos a chamaram para brincar de pega-pega e ela foi correndo, Jhenny a invejou, queria ser como sua irmã mais nova, ser capaz de esquecer tudo em questão de segundos, deletar da mente tudo o que faz ser uma pessoa rude e fria, imaginou como Helena teria chegado em casa, sorriu para uma nuvem no céu e teve certeza de que ninguém tentou mata - lá em quanto subia suas escadas de porcelanato. Tinha razão, Helena estacionou seu bmw na garagem ao lado do carro de seu pai, foi subindo a escada da garagem que dava na cozinha da casa, se assustou quando viu seus pais e seu irmão sentados ali comendo bacon e ovos pochê, seu pai vestido com uma camiseta branca da Lacoste e bermuda azul marinho, e um tênis baixo, Sua mãe com uma regata muito justa da Nike, uma calça legue e um tênis da Nike Air, de imediato Helena levou as mãos a testa.
  - Puta merda! - Completa Helena, todos Caem na risada e sua mãe Laura completa.
- Você tem 20 minutos para se
aprontar, caso contrário vamos deixar você.
   - Ok, eu só preciso de 10.
- Volta aqui mocinha. - Diz o pai de Helena.
- Que carinha de feliz é essa? Conheceu um passarinho verde essa noite? - Helena parou na porta da cozinha que dá acesso a sala de estar e a escada para os quartos, sorriu com uma cara de criança que acabou de ganhar a primeira bicicleta e acabou soltando sem pensar.
- Acho que conheci pai, o pássaro mais belo de todo um jardim! - e saiu correndo escada a cima havia esquecido era dia da competição de tênis do seu irmão, sempre que ele competia a família toda comparecia. Algo que a família Marinho sempre preservou era as atividades em família. Helena se despediu às pressas, mas não conseguia parar de sorri, pensou em sua mão na perna de Jhenny, da forma voraz que ela a encarou entrou para o banho, ao passar a mão por seu corpo, imaginou Jhenny a sua frente e cada toque que ela daria em seu corpo nu, apalpou os seios, e com a outra mão envolveu sua nuca, deixou que sua mão escorregasse por toda sua barriga definida e tocou seu clitoris, gemeu para si mesma e relaxou abriu os lábios de sua buceta e deslizou o dedo sobre  seu clitoris, sua mente viajava para um balcão de bar no meio de um escuro sem começo ou fim, Jhenny com a língua dentro dela .. Helena suava em baixo do chuveiro, seu dedo se movendo cada vez mais rápido, respiração ofegante.
- Haaa porra. Eu vou gozar, não para!! - sussurrava Helena para sua Jhenny imaginaria no banheiro de seu quarto, quando estava quase no auge de seu prazer a sua Jhenny lambeu seu clitoris, passou sua língua por toda a sua buceta molhada e desceu passando a língua delicadamente por todo o seu anus!!
- Caralho eu gozei!! - antes que pudesse saborear de sua fantasia, ouviu sua mãe batendo na porta pedindo para se apressar,  colocou uma blusinha soltinha de gola V, um shorts jeans curto e um tenisinho baixo, desceu de cabelo solto molhado. Lindaa!
- Jhenny voltou para casa, separou suas coisas no quarto, seu sabonete, prestobarba, escova de dentes, colocou tudo sobre a tampa da privada enrolado na toalha, ligou o chuveiro e esperou a agua ficar quente, quando a temperatura se estabeleceu, se jogou de baixo d'Água, e desabou, chorou pensando na vida miserável que tinha, na família que não tinha, chorou por não ter se permitido sentir um segundo de prazer com Helena, antes que fechasse  o chuveiro ficou frio ela saiu pegou a toalha, e se forçou a esquecer como havia sido seu dia, colocou seu pijama, trancou a porta de seu quarto e adormeceu, mais tarde teria que trabalhar, e já estava passando da hora de repor as energias.

A garota do barOnde histórias criam vida. Descubra agora