O que é um minuto para quem foi diagnosticado com câncer? O que é um minuto para quem está no seu primeiro dia de férias ?
A menina falou de amor pra mim ... Disse "amor que é amor nunca morre" .. Eu sentei enquanto ouvia.. Observei enquanto se despia .. Ela era todo amor .. E dizia que de janeiro a janeiro me amaria .. Eu ouvia e sorria .. Depois choramos .. E nos abraçamos num gesto de despedida, mas ainda sim perdurar até o mundo acabar, essa é a escrita mais sabia .. Pois a gratidão e o carinho que eu sinto pela maior lição de vida eu devo a ela, e tudo bem se você lê e não me entender eu prefeito escrever algo que ninguém entenda do que compartilhar sentimentos que não são meus.- Você precisa ser forte Helena, ela esta viva, o caso dela é muito delicado, teve muitos cortes no crânio e quando se trata de traumatismo craniano todo cuidado é pouco - Informa Alcantara.
- Para onde estão levando ela? Eu preciso vê-la!
- Eu preciso que você mantenha a calma, eles vão levá-la para o sírio libanês conforme pedido do seu pai, mas precisamos agir com discrição ok?
Helena não responde apenas observa o corpo de Jhenny sendo erguido, uma onda de dor e alívio toma conta de sua alma, Henrrique aperta forte sua mão e ela o olha com ternura e gratidão.
- Ela vai ficar bem, ela é forte mana! - Diz Henrique
- Vamos seguir em direção a São Paulo em 10 minutos - Diz Alcantara!
Carlos e Alcantara vão em direção à sua viatura parada a alguns metros de todo o corrido.
- Quais serão os procedimentos de agora em diante?
- Amigo, o depoimento da helena está completamente vago, não sei até onde posso acreditar no que ela está dizendo, tem um ferimento de bala na coxa da vítima, porém não foi encontrado outro corpo, Apenas o da vítima em questão, o fogo pode ter consumido, mas sendo assim não podemos apenas encerrar o caso, precisa ter uma investigação, e isso quer dizer que as chances da imprensa ficar sabendo é muito grande, isso não seria nada bom pra vocês!
- Ela está completamente transtornada, não sei como falar com ela - Os dois amigos se olham, como se estivessem conversando por meio de alguma linguagem só deles.
- Eu vou ver se ela precisa de algo! - Diz Carlos quebrando o silêncio.
- Carlos ?
- Sim!
- No passado eu não tive chance de me desculpar, me desculpe por tudo! - Carlos sorri com pesar, olha para o chão como se procurasse a coisa certa a ser dita, já se passaram quatro anos e ele ainda não tem uma resposta, para o que Alcantara causou em sua vida!
- Tudo bem, eu já não penso mais nisso!
- Ok!
Carlos sentiu uma pontada forte no peito, sabia que toda aquela situação os deixariam próximos outra vez, e ele não sabia se era bom, pois o passado poderia vir à tona a qualquer momento! E não é o que seu casamento precisa no momento! Em seguida se juntou a Helena e Henrrique esperando os últimos ajustes para seguirem para o hospital, no local foi encontrado apenas os destroços do carro, e o corpo de Jhenny quase sem vida,
Chamaram um guincho que rebocaria o carro de Helena para o pátio da polícia civil, onde ele seria cuidadosamente analisado, a princípio para a polícia parecia um acidente normal, onde o motorista perde o controle de seu veículo, mas com o ferimento de Jhenny, e o pré- Depoimento de Helena, tudo começou a ficar muito confuso, as coisas precisavam ser esclarecidas, e isso significa: A polícia na cola de uns dos maiores traficantes de São Paulo "Charles Garrido"
Uma equipe completa dos melhores profissionais de medicina estavam apostos a espera de Jhenny, quando o helicóptero pousou no heliponto do hospital uma maca já a esperava.- Com cuidado, no três!! - Instruiu o capitão e então a prancha foi suspensa e removida do helicóptero, 1,2,3... E o corpo foi transferido para a maca, o médico cirurgião sacou uma lanterna em forma de caneta do bolso de seu jaleco enquanto os enfermeiros empurravam a maca para a sala de cirurgia, o cirurgião tinha no máximo 28 anos, cabelos louros, e olhos negros, sua pele branca facilitava a identificação de olheiras, seu rosto forte e queixo quadrado, davam a ele um "Q" de seriedade e responsabilidade, sua beleza era indiscutível, principalmente quando ele coloca a mostra suas covinhas ao sorrir, nem seu ar exausto por 36 horas trabalhadas conseguiam apagar a doçura e rigidez de seus gestos. O soldado Rocha acompanhou pois precisava passar todo o relatório de como a vítima havia sido encontrada.
- Cortes por todo o crânio, um ferimento a bala na coxa direita, braço esquerdo quebrado, escoriações por todo o corpo doutor! Teve duas paradas cardíacas por todo o trajeto, voltou com muito mérito as duas vezes! - Encerrou o bombeiro. O médico olhou para ela prestes a entrar para a salsa de cirurgia, e acenou para que os enfermeiros a levassem e a preparassem.
- Prazer soldado, Eu sou o doutor Lourenço. - Disse o Doutor estendendo a mão!
- É um grande prazer Doutor, ouvi muitas coisas boas a seu respeito sei que minha vítima está em boas mãos!
- Como foi o acidente ?
- Ela pulou de um carro em movimento enquanto o mesmo despencava por um penhasco em plena rodovia. - O doutor arregalou os olhos com espanto.
- Eu sei, é uma loucura! - Acrescentou Rocha.
- Não, ela é o caso que todo bom médico quer. - Lourenço entrou para a sala sem se despedir, observou o corpo de Jhenny, coberto apenas por um lençol branco, seus olhos estavam roxo na parte inferior, virou o rosto de Jhenny um pouco para a esquerda e notou sangue no ouvido.
- Ela precisa ser operada agora, pessoal, sendo muito sincero ela terá muita sorte em sair dessa mesa viva, ela bateu com a cabeça algumas vezes, mas eu não vou desistir, senhores estamos aqui porque somos os melhores, então mexam- se temos uma vida para salvar, com a graça de Deus! - Luiz Lourenço conhecido não só por seus feitos milagrosos na mesa de cirurgia, mas por seu jeito humano de ser a todo momento, alguns médicos perdem a sensibilidade com o tempo, às vezes até como uma estratégia de proteção, muitas vidas se perdem ali, e eles precisam se manter sempre estáveis! Lourenço sempre dizia algo antes de começar um trabalho, para motivar seus enfermeiros, e lembra-los que cada paciente é especial a seu modo, e que não importa quantos já passaram por ali, todos serão tratados como se fosse o primeiro!
- A cirurgia começa, são procedimentos altamente delicados, Jhenny precisa se manter forte, ela se olha pelo lado de fora da sala, se auto observa e lágrimas correm por seu rosto, ela não sente nada do que a equipe de cirurgia está fazendo no corpo sobre a mesa, ela apenas imagina como tudo aquilo irá afeta-la caso ela consiga voltar, ela se toca por alguns instantes, e seu corpo é real, não entende como tudo aquilo é possível, as pessoas passam por ela, o tempo todo, ela observa o chefe de cirurgia abrindo um buraco em sua cabeça e cutucando com agulhas seu crânio, passaram-se horas e ela continua ali, até que uma confusão na recepção do hospital se instala.
- Eu preciso saber como ela está!!
- Senhorita ela está em cirurgia.
- Eu sei que ela está em cirurgia, só preciso saber se ela está reagindo bem! - Diz Helena gritando com a recepcionista
Desde os acontecimentos todos aquela era a primeira vez que Jhenny via Helena de tão perto.
Ela observa sua garota quase saltando na recepcionista, seus olhos brilharam e sua vontade de viver estufou o seu peito de esperança, esperando que tudo aquilo iria passar, um médico passa por Jhenny e ela vai junto, ele está indo em direção a Helena.
- Boa noite Doutor Marinho! - Diz o médico estendendo a mão.
- Boa noite Doutor, por favor nós precisamos saber como andam as coisas com a garota.
- Ela está suportando, houve algumas complicações, mas ela vem reagindo bem a tudo! Só precisamos mantê-la calma.
- Ela sofreu algum dano permanente doutor?
- Houve uma fratura na vértebra precisamos esperar ela acordar, mas ela corre o risco de não voltar a andar! - um silêncio medonho pairou e Jhenny, desabou ao ouvir, sua vida nunca mais seria a mesma, então porque ela iria querer voltar ? Então porque ela iria querer estar em um mundo que transpira dor e injustiça ? Jhenny se sentiu cansada, se sentiu sozinha, estava em uma dimensão desconhecida, e ela não queria estar ali, por nada, por ninguém! Helena chorava ao colo do pai, e Jhenny se sentou no chão ao lado de sua poltrona, horas se passaram e um médico baixo e moreno veio dar algumas notícias.
- Bom dia senhores, creio que tenha sido uma noite difícil, mas venho com ótimas notícias, ela reagiu bem até o fim da cirurgia, está desacordada e respirando com a ajuda de aparelhos, teremos que dar um tempo a ela, por agora não ouve nem uma sequela, mas precisamos que ela acorde para maiores informações, como eu disse essa noite foi horrível para todos então vamos dar um tempo a ela, a final ela decidi se fica ou não! - Concluiu o doutor!
- Quando podemos vê-la ? - Perguntou Helena.
- Vamos aguardar o período de 24 horas e vamos transferi-la para um quarto personalizado que atenda a todas às necessidades dela no momento. - Carlos se levantou e estendeu a mão para o doutor.
- Obrigada, por favor me contate caso precisem de algo.
- Tudo bem doutor Marinho, fique tranquilo!As horas se seguiram assim, Helena se recusou ir em casa ou se alimentar, seu pai foi em casa para pegar roupas para ela, Henrrique foi com o pai, o dia passou a noite veio calma e nublada, mais de 16 horas haviam se passado desde que o médico havia dado a última notícia, Helena sentiu uma vontade súbita de olhar para Jhenny, começou a ficar impaciente, deu uma olhada no corredor e não viu ninguém então resolveu ir até a sala de observação, Jhenny foi acompanhando ela, desde então Jhenny não tentou uma vez se quer tocar em Helena, ela sabia que as duas tinham uma grande conexão, Helena andava calmamente para não levantar suspeitas e Jhenny à acompanhava sem tirar os olhos dela, quando por fim ela chegou ao quarto, parou do lado de fora, e ficou observando, Jhenny estava com aqueles tubos introduzidos pelo nariz, seus olhos estavam esverdeados, as últimas horas eram compostas por dor e lágrimas, ver Jhenny naquele estado e não poder fazer nada, lhe causava muita dor.
- Amor!! Olha, eu estou aqui, eu não vou te abandonar, segura a minha mão! - Helena com o rosto contra o vidro deixou que sua emoção rolasse pelos olhos, Jhenny ao seu lado foi chegando mais perto.
- Eu estou aqui Helena!
- Eu sei que está difícil, mas você ainda tem tanta coisa pra conquistar, não desiste por favor!
- Eu não tenho nada, não me restou mais nada!
- Você tem a mim, não desiste! - Era quase como se elas pudessem se ouvir!
- Você não pode estar aqui. - Disse Lourenço! Helena deu um salto e notou que o médico a observava a alguns centímetros!
- Eu preciso vê-la, por favor! - Quando Helena olha Lourenço nos olhos consegue imediatamente comover seu coração, ele sente uma onda de dor e amor, não diz nada apenas sente vontade de abraçá-la, de cuidar e proteger, ele se apaixona no instante em que a olha.
- Você tem um minuto! - Diz Lourenço abrindo a porta! Helena entra com calma, e a porta se fecha atrás dela, Jhenny observa e entende tudo o que está acontecendo ali, viu ternura nos olhos de Helena quando ele a deixou entrar, sabe que de alguma forma Lourenço também mexeu com ela, foram dois minutos de conversa, mas como ela iria julgar, se ela não precisou se quer de uma palavra para amar Helena!
- Eu não sei, se você pode me ouvir, mas ..
- Me toca Helena!
- Eu quero você de volta, eu quero a gente de volta, quero os carinhos as risadas que tivemos, quero passear no shopping e quero viajar, eu quero fazer amor, eu quero você!
- Eu quero voltar! - Jhenny diz olhando aos céus, ela está do lado oposto da cama seus olhos agora fixados em Helena, E tudo que ela quer é o toque dela, quer sentir apenas o toque!
- Fica, por favor amor! Fica ?
- Helena eu to aqui! - Helena aproxima a mão do rosto de Jhenny, seu coração está acelerado! Helena sente suas lágrimas voltando, e ela toca o rosto de Jhenny. Jhenny não sente o toque e nada acontece.
- Eu não sei como voltar, eu preciso voltar. - Jhenny se vê desesperada são dois mundos misturados, e ela está no meio dos dois, e ela vê uma luz, a famosa luz, o quarto todo se consome por ela, e Jhenny se sente fraca, ela sabe que esta morrendo, seus olhos fixos em Helena ela sussurra "eu te amo" uma lágrima cai na mão de Jhenny e como um relâmpago tudo some, o fantasma de Jhenny, a luz! E com um suspiro de quem volta a superfície de um oceano após horas se afogando Jhenny volta a vida! Helena se assusta ao ver Jhenny abrir os olhos, Lourenço entra na sala assustado e pede para Helena sair, aperta um botão que dá acesso ao auto falante do hospital, e convoca seus enfermeiros
- Helena eu preciso que você saia!
- Jhenny, jhenny!!
- Helena você precisa sair!
- Não, ela acordou, eu preciso ficar com ela, Jhenny - Jhenny não diz nada, apenas encara Helena enquanto ela grita seu nome tentando permanecer ali.
- Deixa eu abraçar ela, por favor, ela precisa de mim!
- Ok! - Lourenço mais uma vez cede a Helena, ela se aproxima de Jhenny, seus olhos inchados e cheio de esperança.
- Eu tive tanto medo de perder você!
- Quem é você ? - Responde Jhenny certa de que nunca viu aquela garota na vida!
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A garota do bar
RomanceCom 21 anos Jhenny Fricker trabalha em um bar balada de classe média alta no centro da cidade de São Paulo, tentando juntar dinheiro para cursar a faculdade que sempre sonhou, em uma noite qualquer se depara com Helena Marinho, uma jovem linda de...