Amor é??

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Você ama alguém ? Até onde iria por esse amor ? Amar é deixar ir, amar é respeitar até quando o seu último fio de desejo diz ao contrário, amar é ver beleza nos gestos mais simples, é estar perto mesmo quando se está com raiva, amar é se sentir completo na imperfeição do outro, amar é ser único mesmo estando a dois!
- como assim ela não se lembra de mim?
- Helena preciso que vc saia, enfermeiro tire ela daqui.
- Não, me solta, eu quero falar com ela, ela precisa de mim.
- Senhorita marinho, por favor!
- Jhennyyy, me solta, por favor me solta eu preciso falar com ela, ela precisa se lembrar - Helena sai carregada de dentro da sala de observação, Jhenny a encara e não diz mais nada, ela simplesmente observa Helena aos prantos gesticulando, e pedindo para entrar, Lourenço começa a checar a pressão e dar algumas olhadas para trás tentando ver Helena, seu coração se parte ao ver tal cena, ele quer poder ajudar, e sabe que a única ajuda que ela aceitaria seria trazer sua namorada de volta!
- Como se sente senhorita Fricker?
- Me sinto bem, algumas dores na cabeça, sonolência!
- Sabe porque está aqui?
- Não!
- Você sofreu um acidente na rodovia, bateu com a cabeça!
- Eu estava indo pra onde ?
- Isso eu não eu não sei dizer, estava em direção ao norte, mas não sabemos ao certo o local!
- O carro que eu estava bateu ?
- Não exatamente, tudo indica que vc tirou ele da estrada e se jogou com o mesmo em movimento!
- Eu não faria isso!
- As coisas serão esclarecidas mais tarde, preciso de alguns exames, você está com uma perda de memória, preciso saber o que houve! - Lourenço foi se distanciando, mostrou o prontuário para a enfermeira que iniciava seu plantão, e se despediu!
- Doutor - Chamou Jhenny!
- Sim senhorita Fricker!
- Quem era aquela garota ? - Lourenço a olhou com calma e tentou ser o menos agressivo possível em sua resposta!
- Ela é sua namorada! - Jhenny o encarou arqueando a sobrancelha, a confusão se instalou em sua mente!
- Descance, você passou por muita coisa enquanto dormia, eu volto para ver como você esta. - Jhenny olhou pro teto branco, notou que estava em outro ambiente, aquele hospital não era público, Helena não saia da cabeça dela, "Eu tive tanto medo de perder você" ela repetiu aquilo para si mesmo, tinha dor, amor e esperança em suas palavras, como aquela garota podia ser sua namorada! Jhenny adormeceu, com uma sensação estranha, ainda havia algo de muito errado com ela!


                          Helena

Carlos chegou e encontrou sua filha sendo detida por seguranças do hospital, ela estava completamente transtornada, Helena que estava acostumada a ter tudo, se deparou com inúmeros tipos de perda, estava tentando ser adulta, e digerir tudo aquilo sem surtar, mas cada acontecimento do seu dia desde que conheceu Jhenny era uma loucura que seu psicológico era incapaz de absorver.
- Filha por favor, deixa eu ajudar você! - Disse Carlos pegando a com calma!
- Pai, ela não se lembra de nada, ela se quer se lembra de mim!
- Tudo bem, isso pode ser temporário, ela vai se lembrar!
- Não vai, ela me olhou como se eu fosse uma louca! Meu Deus o que eu faço! -  Toda atenção estava voltada para Helena naquele instante, Carlos sentiu seu coração se partir ao meio, sua filha jogada no chão, com mais dor do que podia suportar, ele que sempre protegeu, sempre deu tudo que sua filha precisava, para que nunca na vida presenciasse uma cena daquela! Ele sabia que Helena não se levantaria, não agora, em nem um dos sentidos sua filha se colocaria de pé! Um segurança se aproximou se abaixou e colocou sua mão sobre o braço de Helena!
- Senhorita, eu sinto muito mas você precisa se levantar dai.
- Eu sugiro que o senhor tire a mão da minha filha, ou ficará sem seu emprego! - Carlos se sentou Com Helena no meio do lobby do hospital, os dois abraçados, sentados no chão, as pessoas entravam, umas se emocionavam com a cena outras olhavam torto, aquele era um dos hospitais mais importantes de São Paulo, mas Carlos era acionista no sírio libanês, portanto, ele poderia fazer xixi no chão se quisesses. Ficaram ali por horas, até que se levantaram e foram para a cantina.
- Eu trouxe roupa, trouxe seu iPad acho que você precisa ouvir aquelas musicas doidas, acho que até eu preciso ouvir! - Helena sorriu, o primeiro sorriso em dias.
- Sua mãe já está sabendo de tudo, mas não sei se ela vem, Henrrique vem amanhã depois da escola.
- Obrigada pai. - Respondeu Helena olhando para a mesa.
- Eu nunca passei por isso, nunca perdi nada e nem ninguém na vida, na verdade eu perdi uma pessoa, que amei muito, mas ainda assim acho que minha dor, não se compara a sua!
- Ela não se lembra de mim!
- Isso vai passar filha!
- Não é isso pai, é só ... Eu estava ali, eu queria tanto ver os olhos dela, e quando eles se abriram, foi como se nunca tivessem me visto!
- Você está com raiva?
- Eu estou, quer saber? Eu também estou magoada porque eu nunca achei que isso fosse acontecer comigo um dia, amar alguém, amar como se ninguém mais importasse!
- Isso vai tornar o amor de vocês impenetrável, nada vai acabar com o que vocês estão sentindo, mas por favor, não desista agora!
- Nosso amor seria tudo isso se ela também me amasse, eu não vou saber amar sozinha pai, não vou!
- Você vai, ame filha, ame por vocês duas se preciso, eu não sei o quanto foi real, mas eu nunca te vi assim por nada e nem ninguém, e eu estou com você! Eu estou aqui! E se eu expulsei um segurança de dois metros de Altura, então eu posso tudo gatinha! - Helena sorriu de novo, seu pai tinha esse poder,  fazê-la sorrir e sentir paz em meio ao furacão!
- Eu te amo!
- E eu te amo!!!                     Nesse momento Lourenço se aproximou.
- Olá, com licença
- Boa noite Doutor, sente- se conosco.
- Obrigada, bom, fiz vários exames em Jhenifer, o quadro dela não é tão assustador quanto parece, acontece que quando você sofre um trauma muito forte, seu cérebro deleta aquele trauma, é um mecanismo de defesa, não há um tratamento médico para acabar com isso.
- Não tem cura? Ela nunca vai se lembrar ?
- Eu aconselharia que você trouxesse coisas ou contasse sobre vocês a ela, estimulasse o cérebro dela a devolver tudo a ela, as memórias não se apagaram, estão lá, você só precisa convencer o subconsciente dela que vale a pena, deixar voltar!
Um silêncio pairou e Helena encarou seu pai.
- Eai filha qual vai ser ?
- Por outro lado senhores, isso seria trazer de volta todas as lembranças ruins, ouçam, seja lá o que essa garota passou não foi nada bom, então eu peço que antes vocês pensem nela também! Quando tudo voltar, ela vai ficar devastada, nosso subconsciente não faz uma coisa dessas por mero capricho, será muita emoção de uma vez.
- O que você sugere ? Tem alguma chance dessas emoções voltarem por si só ? - Pergunta Helena, olhando para a mesa.
- Eu sinceramente não posso afirmar nem que sim, nem que não! Mas eu nunca vi isso acontecer em toda a minha carreira.
Helena se levantou, seu pai ameaçou ir atrás dela, mas Lourenço o segurou,  Helena passou pela porta da cantina, quando retornou já tinham se passado 3 Dias, e não estava sozinha, no relógio marcava 10 horas da manhã, usava roupas limpas, cabelos lavados, parou na recepção e pediu para ver jhennyfer Friker.
Jhenny já estava no quarto, com algumas sequelas ela ainda precisava ficar internada, jhenny perdeu o movimento das pernas, Carlos que esteve presente na ausência de Helena, autorizou que encaixassem Jhenny em um novo programa de reabilitação.
Uma recepcionista acompanhou as duas garotas, até o quarto de Jhenny.
- tem uma hora senhora Marinho! - Disse a recepcionista!
- Obrigada!
- As duas moças entraram no quarto. 
- Jhenny ? - Jhenny estava deitada, jogando algum tipo de jogo educativo, e se virou rapidamente ao ouvir aquela voz.
- Jesse ?
- Sim! - Jesse correu para abraçá-la, se jogou em cima da irmã sem pensar, as duas ficaram abraçadas rindo e conversando, Jesse ficou com a vizinha a maior parte do tempo, sua mãe se quer lembrou da existência de Jhenny, pois estava mais drogada do que sã, jhenny vinha se recuperando bem, os médicos acreditavam que não demoraria muito para ela recuperar também a sua memória,
No meio disso tudo, Helena observava pelo vidro, um sorriso tímido se formou, e depois lágrimas rolaram o seu rosto, sua decisão estava tomada, ela iria se afastar!

A garota do barOnde histórias criam vida. Descubra agora