O amor é uma forma de egoísmo aceitável

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{CAPÍTULO HOT}

No caminho de volta pra casa eu não digo nada. Assim que chegamos em casa Amanda vai pra cama, depois de uns minutos ela adormece e parece bem, então assim como prometido eu saio de casa e vou visitar a minha mãe.

Entro no táxi e me vejo encarando o nome do Ian na tela do celular, meu dedo quase clicando na tecla pra chamar... Pressiono a tecla.

Para a minha surpresa ele atende quase que imediatamente.

-Estava pensando em ligar pra você -ele diz.

Isso explica ele ter atendido tão rápido.

-Está em casa?

-Não, indo visitar minha mãe -digo e olho pela janela percebendo que daqui a menos de três minutos estarei lá.

-Quando sair de lá me liga, te busco.

-Ok -sorrio.

-Até mais tarde -desligo.

Saio do táxi. E me dirijo a recepção.

-Boa noite -a moça diz sorridente.

-Boa noite, Helena Fanticelli.

-Ela não se sentiu muito bem hoje -meu coração para de bater -mas ela já foi medicada e está dormindo. Pode ir vê-la se quiser.

Concordo com a cabeça ainda tremendo com a possibilidade da minha mãe estar piorando. Entro no quarto e ela está dormindo. Planto um beijo em sua testa e a observo. Pela primeira vez desde que ela está internada me permito chorar, já que ela não vai ver...

-Você vai ficar melhor -sussurro mesmo sabendo que tem boas chances de ela não ouvir.

Limpo minhas lágrimas com as costas da mão. Pego um papel na minha bolsa e uma caneta, escrevo: "Estive aqui hoje, você estava dormindo. Volto ainda essa semana. Te amo." Deixo esse simples bilhete na cabeceira dela e saio do quarto antes que ela acorde e me veja chorar.

Respiro fundo assim que saio do quarto. Tenho chorado muito ultimamente, noto. Sendo assim, seco meus olhos e sigo para fora, remexo a minha bolsa, mas antes que possa achar o meu celular sinto uma presença...

Olho para frente e vejo Ian encostado na parede me observando. Coloco a bolsa de volta no ombro. Não sabia que ele já estaria aqui. Ele anda até mim com passos largos.

Ao invés de dizer alguma coisa ele apenas me olha, parece quase intrigado, algo está errado. Quando ele passa o polegar pela minha bochecha para secar uma lágrima, percebo o que está errado, eu estou chorando. Droga.

Sem dizer nada ele me aconchega em seus braços, suspiro com o gesto inesperado. Aninho minha cabeça no seu peito, sentindo seu cheiro. Eventualmente as lágrimas param de cair e eu olho para cima para encontrar seus olhos.

-Não sabia que já estaria aqui.

-Nem eu, mas não quis correr o risco de você desistir e voltar sozinha -sorrio fraco.

Não voltaria sozinha, não quando posso voltar com você, não quando posso te ter aqui. Quero dizer, mas não o faço.

-Tudo bem? -ele pergunta e sei o que quer dizer.

-Sim, ela não se sentiu muito bem hoje, é só. Estou só sendo exagerada -digo justificando minhas lágrimas.

-Melanie -ele diz em um tom de repreensão, o olho confusa.

-Você não está sendo exagerada, só não precisa ser forte o tempo todo -ele repete o gesto e me envolve em seus braços, dessa vez desenhando padrões circulares, com a ponta dos dedos nas minhas costas.

A Acompanhante -COMPLETO Onde histórias criam vida. Descubra agora