Incapaz de te deixar

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Meu corpo treme com a confissão que sai da boca de Ian, ele quer tudo de mim... Eu sou seu tudo! Estúpidas lágrimas de felicidade ameaçam a encher meus olhos. Antes que eu comece a chorar me lanço em seus braços, sabendo que esse é um dos poucos lugares aonde sou realmente amada.

Ele aperta seus braços em volta de mim como se eu fosse a última lufada de ar fresco em um longo tempo. Inalo seu cheiro e fecho meus olhos apertados com medo de que quando abri-los alguém vai estar aqui para me dizer que foi tudo mentira que eu inventei tudo na minha cabeça.

Seus braços perdem o aperto em torno de mim e eu afrouxo os meus também, mas ainda de olhos fechados, com medo do que vem a seguir... Gentilmente ele acaricia minha bochecha com as costas da mão e a posiciona na base do meu pescoço, fazendo círculos suaves com o polegar no meu pescoço.

Abro meus olhos e o que encontro são olhos inundados, inundados de amor, como se o mar azul imenso que são os olhos de Ian não suportassem mais nenhuma gota de amor, como se ele todo estivesse preenchido de amor. Um arrepio percorre por mim ao perceber exatamente o mesmo em mim, estou preenchida, por uma grandiosidade de sentimentos, um amor tão grande que nunca pensei que fosse sentir...

-Eu quero tudo -sussurro.

Nossos lábios se encontram com a suavidade de duas bocas que se conhecem tão bem, como duas pessoas que se amam há muito tempo, o beijo se acalma, se transforma em um beijo profundo, com a calma e a certeza de que temos tempo pra amar...

-Vamos -ele diz quebrando nosso beijo sem fôlego.

Ele encosta a testa na minha, acaricio seu pescoço, respirando fundo ele se afasta. Ian me oferece o lenço já manchado de vermelho, dou um sorriso de lado, ele me observa incansavelmente, vejo seus olhos mudarem alguns tons enquanto suavemente limpo o batom. Sinto calor emanar do seu corpo, ansiando por mim. O entrego e ele se limpa rápido como se tivesse uma emergência.

-Quero você -ele diz e descubro que a emergência sou eu...

Concordo com a cabeça ainda alarmada por tudo que aconteceu, ele me dá a mão e nós seguimos para o carro, lá dentro o calor emanando de nossos corpos e o desejo crepitando no ar faz com que eu tire o paletó, Ian observa e segura um sorriso malicioso.

-Minha casa? -ele sugere.

-Ninguém está em casa hoje, podemos ir pra minha? -pergunto.

-Tudo bem -ele concorda.

Amanda saiu com Henrique, fico feliz que ela esteja se dando bem com ele, ele parece ser melhor do que o Gabriel, mas até aí todos parecem...

André está... Bem, não sei aonde está, mas ele deixou um post-it no espelho do banheiro que dizia que ele provavelmente só voltaria pela manhã, imagino se ele está com Giorgio. Gosto do Giorgio, mas se ele fizer André sofrer é melhor ele correr de volta pra Itália o mais rápido que puder.

Ian para em frente ao meu prédio e nós saímos, o ar no elevador fica crepitante como no carro, ondas de desejo emanam do Ian, e tenho certeza que de mim também, tudo no meu corpo se aperta em antecipação.

Assim que a porta do elevador abre eu disparo pra fora querendo ar fresco, alcanço as chaves na bolsa, abro a porta e deixo o paletó do Ian no sofá. Entro em todos os cômodos e a casa está vazia, não posso me conter em dar um risinho nervoso, volto para sala e Ian está no meio dela, parecendo estranho de terno aqui... Muito formal, deslocado talvez?

A Acompanhante -COMPLETO Onde histórias criam vida. Descubra agora