Capítulo 05 - Me solta, garoto.

333 19 1
                                    

Torci para que a aula passasse logo e agradeci mentalmente quando sineta tocou avisando que eu podia ir embora.

Eu e Samantha haviamos combinado de sair hoje novamente. Mas hoje seria só para andar pela cidade mesmo.

Cheguei em casa e falei que ia pra meu pai que estava indo pro quarto. Tranquei a porta e depois de tomar banho, trocar de roupa e comer uma besteira qualquer do frigobar do quarto.

Peguei a Teresa de fugas quando eu ia joga- lá na janela para sair, ouvi apressadas batidas na porta.

— Nicolli? — a voz de Brendon ressoou alta atrás da porta.

— Oi? — corri a esconder Tereza, abrindo a porta.

— Quero seu carro — ele despejou.

— Meu carro? — perguntei triste e principalmente, sem entender aquele pedido.

— Seu carro — ele repetiu —, preciso colocar algumas coisas nele. Onde estão as chaves?

— Aqui — entreguei a chave receosa.

Que ótimo.

Agora o rolé seria a pé de novo. Quando ele saiu esperei pra ter certeza de que ele havia saído ido mesmo. Recoloquei a Tereza de lençóis e desci cautelosamente e sai
pela janela. Dei um puxão jeitoso e a corda de tecidos caiu no chão, aos meus pés. O joguei desajeitada em cima de um monte de plantas rasteiras e gramineas para esconde-la.

Peguei impulso na árvore que tinha perto do meu quarto, colada ao muro e caminhei devagar me segurando nos galhos longos pra não cair do muro, fui até o buraco na cerca elétrica de sempre. Quando eu chegasse só teria que apagar as imagens da câmera de segurança, como eu sempre fazia.

Eu ia andado pela calçada, o sapato nas mãos e imaginando que Samantha me mataria quando eu chegasse lá de táxi para busca-la pra algum lugar.

Mas de repente, um carro freou bruscamente perto de mim. Olhei para a direção da vã, mas não vi ninguém. Um barulho de porta batendo e alguém desceu, taparam minha boca, cobriram meu rosto e me jogaram no que parecia ser a traseira do automóvel.

— Acho que foi muito rápido — a voz era quase reconhecível, se não fosse pelo meu nevorsismo. — E se for a...

— Cala a boca — outro alguém o respondeu. — Essa vadiazinha vai se encontrar com o Dude jajá. E ele não quer que ela desconfie de nada, muito menos que ela se lembre da nossa voz.

Que ótimo. Sequestrada por causa do mafioso do Brendon Shay. Se eu saisse viva dessa e cabaçada, juro que nunca mais saia sem aqueles paspalhos comigo.

Depois do que pareceram horas, paramos em algum lugar e descemos. Eles me empurraram sem muita cautela, tropecei nos meus pés mas me mantive firme.

Sentaram-me no que parecia uma cadeira e tiraram minha venda. Eu não fui a única a ser surpreendida
quando pude ver meus raptores.

Christian e Charles, os putos dos meus seguranças me encaravam de volta. Surpresos.

— Nick? — Christian falou depois de um tempo.

— Não — nem durante o perigo eminente consigo segurar essa droga de língua. — A Malia Obama. Que diabos eu estou fazendo aqui? Largue-me, isso está machucando meus pulsos.

— Porque você tava pulando o muro da sua casa?

— Tá vendo como é a situação? Vocês deviam tá na minha cola direto, bobões — eu suspirei mais aliviada. — Porque eu sempre faço isso, eu tava indo pra casa da Samantha.

The Mafia HeiressOnde histórias criam vida. Descubra agora