Capítulo 36 - Contratada

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Justin Bieber P.O.V.

Cheguei bem cedo. Era preciso. As novas meninas chegavam hoje, como gerente das boates e como eu sabia que a Cait tava no meio e tinha prometido proteção, madruguei mesmo.

Brendon chegou e eu nunca o vi adotar a pose de mafioso como naquela hora. Um terno cinza e uma gravata vermelha, o óculos escuros mesmo se encontrando dentro dos alojamentos da boate.

As putas que já estavam lá, colocaram vestidos bem apertados e "requintados", era a forma de intimidação delas.

Chegariam em torno de 20 meninas novas, três foram aposentadas. Duas delas estavam na limpeza de outra boate do centro e a outra virou garçonete de uma lanchonete do Brendon em Paris. Vinham da Georgia e do Canadá.

- Chegou cedo - Brendon parecia radiante. Para o filho da puta, aquilo era sinal de vitória.

- Pensei em te ajudar com a organização delas - apertei a mão estendida dele.

- Essas são novinhas. E são lindas pelas fotos dos formulários que eu vi - ele ria feliz e eu senti ainda mais nojo dele.

Depois de um tempo, bateram nas portas duplas que dividiam a boate dos dormitórios e três dos seguranças abriram as portas. Atrás deles, eu pude perceber um grupo de meninas. Elas tinham os olhos desesperados, perdidos, como se procurassem por algo que sabiam que não encontrariam.

Eu senti meus punhos se apertarem, era muita covardia. Essas meninas vinham cheias de sonhos, achando que encontrariam melhores oportunidades de estudo, uma chance de melhorar a vida e seriam obrigadas a se prestarem a isso.

Brendon riu alto e todas elas encararam ele, assustadas, com os olhos marejados... Algumas, menos ingênuas já haviam se tocado do que havia acontecido. Haviam sido enganadas e traficadas.

- Sou seu novo dono - a voz dele foi alta no quarto pequeno. Eu o olhei de braços cruzados. - São minhas. Vão vender a virgindade e se não tiverem, vão vender pra prazer para os cliente e o dinheiro vem pra mim. Quem não quiser, tenho uma outra saida... Serão mortas - ele riu. - Alguma dúvida?

- Era um in-intercâmbio - uma das garotas loiras da frente falou. Sua voz tremia, as lágrimas inundavam tudo.

- Era? Ops, acho que você foi enganada - ele caminhou seguro até a garota que se encolheu, ele alisou o rosto dela com as costas da mão e ajeitou o cabelo dela atrás da orelha. - E você com certeza vai me render muito. Qual seu nome?

- Sai de perto de mim... - ela o empurrou e eu vi ele inflar o nariz. Sua mão foi parar no rosto dela com força, as lágrimas voaram do seus olhos e os vergões ficaram marcados na bochecha delicada dela.

- Vou repetir pra putinha aqui e para aquelas que não ouviram ou preferiram não acreditar. Eu sou o novo dono de vocês - ele riu com os braços abertos. - Vou ser sucinto. Trafiquei vocês, a empresa de intercâmbios que você pobres idiotas se inscreveram, não existe. Vão trabalhar pra mim, serão prostituas pra sintetizar. O dinheiro vem pra mim. É bom saberem que não estou para brincadeiras, vão trabalhar, o dinheiro é pra mim e bem, as consequências pra quem tenta fugir ou me enganar não são nada boas. Mas as comportadas e obedientes, terão vidas mais faceis, incluindo folgas, roupas limpas, uma cama ou até podem ser promovidas. Como a chefe de você em terceiro em grau, - ele indicou a ruiva irritante que tava posista do meu lado - essa é a Cassidy. Vão obedecê-la integralmente, ela faz as rotinas, ela decide quem faz o quê, que roupa usarão, a escala é escolha dela, fui claro? - a maioria chorava, as que não choravam mordiam os lábios querendo se controlar. Passando a vista por cima, vi que elas eram bem novas. Os rostos assustados não tivaram a inocência da maioria. Era muita maldade. - E pra ajudar a controlar a putanhada, meu braço direito Justin Bieber.

Elas me olharam enojadas e eu tentei evitar os olhares inquisidores.

- Nem o olhem assim, o gosto dele é refinado - Brendon riu como se fosse algo realmente engraçado. - Ele não come putas. Ele me ajuda com as finanças aqui, tem um faro muito afiado e nada escapa dele. Não tente lubridia-lo, só uma dica. Agora, podem se acostumar com a nova casa e com as coleguinhas de trabalho. Só pra deixa-las mais tranquilas, tem mais seguranças aqui do que você acham que tem. Precisamente, cinco pra cada menina. Duas câmeras a cada dois metros. Tenham um bom dia - ele deu as costas e elas se abraçaram. Viram os sonhos indo embora bem ali e não fariam nada porque estavam atadadas. Olhei em direção a elas, procurando ela. Demorei, mas a encontrei. Ela estava nos fundos e parecia uma das mais calmas, se estava com os olhos marejados era por causa das outras garotas que não teriam a mesma sorte. Seu olhar encontrou o meu e eu assenti quase invisivel, ela piscou o olho e baixou a vista. - Você vem, Bieber?

O segui contrariado e fomos para o escritória, as monitoramos alguns instantes pelas câmeras da minha sala e ele parecia pensativo.

- Quero elas estreando hoje - ele falou decidido.

- Acho melhor não, Brendon - o olhei tentando controlar o nervosimo. - Dá um dia pra elas, se acostumarem... Quer vê-las chorando enquanto fazem os trabalhos? - ele riu do meu comentário.

- Estou exatasiado. São lindas. Todas as putas são lindas. Sabe que tem direito a qualquer uma, né?

- Sei sim - tentei ri, mas não tinha graça.

Ele se levantou e caminhou para porta.

- Preciso ir. Tenho que resolver umas coisas em casa. Vai ficar?

- Vou, quero ver como a Cassidy vai organiza-las... Ver se precisam de algo.

- Beleza. Tô indo.

Ele saiu pela porta e eu soquei a mesa. Aquilo era inumano. A Nick ia me odiar por tudo o que eu fizer, mas ela me entenderia depois. Quando fosse capaz de entender porque eu tinha feito tudo o que fiz. Terminar com ela, inclusive.

Eu não tinha pensado nela o dia todo, preucupado com a Cait e pensando no que faria a seguir. Mas agora, estando sozinho e nada mais ocupando meus pensamentos, eles vieram como um turbilhão. Ao mesmo tempo e alcançando uma parte que eu evitava pensar que tinha.

Eu amava tanto ela. Mesmo com todas essas merdas e com todas as contradições que nos mantinham distantes, ela tinha meu coração, ela me tinha nas mãos. Eu sempre achei que só amaria a Caitlin na vida, porque sempre disseram que só se acha amor na vida uma vez e bem, pensando nisso agora... Acho que as outras vezes não eram amor.

Eu sentia tanta a falta da Nicolly que me coração doía toda vez que batia.

The Mafia HeiressOnde histórias criam vida. Descubra agora