4 - Olhando a Lua (CAPÍTULO BÔNUS - RAFAEL)

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Pensei em mandar uma mensagem para Lua. E se ela não estivesse pronta e sua irmã tivesse que sair para me avisar? Eu sabia que a irmã e Lua era uma das minhas fãs e não queria complicar a vida dela. Comecei a refletir o motivo do apelido de Lua. Era um apelido lindo, mas qual será sua origem? Acho que é pela sua pele meio pálida. Se ele fosse relacionado com seu nome com certeza o seu apelido seria Lú e não Lua. Tava aí uma pergunta que poderia ser usada no nosso encontro entre amigos.

Mensagem on:

"Olá!", chamei-a e ela rapidamente ficou online. "Já está pronta?"
"Olá!", respondeu ela. "Estou sim."
"Então estamos indo!"
"Até logo!", despediu-se ela.

Mensagem off:

Chamei por Felps e fui até seu quarto. Ele já estava arrumado, mas estava vidrado em seu computador. A próxima parada seria a casa de Allan e poderíamos buscar Lua. Nem acreditava que o evento havia me fornecido o endereço dele só por uma desculpa idiota de que queria agradecer um dos presentes que ela me deu, que na verdade havia sido sua irmã que havia me dado.
- Vamos Felpopinha! - grito, zombando com a demora e com o vício de Felps.
- Vamos Cellbinho! - diz ele imitando a voz da Felpopinha.
Descemos até a garagem e Felps assumiu o volante do nosso Ford New Fiesta 2015. Pegaríamos Allan e depois seguiríamos para a residência de Lua. Imaginei uma casinha simples em um bom bairro da Zona Leste de São Paulo.

Gritei por Allan na porta de sua casa e aguardei o "Cinderelo" descer até o nosso carro. Assim que ele chegou, fomos até a casa de Lua.

Felps estacionou o carro em frente a um sobrado simples com uma varanda simpática. Era coberto por cerâmica com desenhos de pedra e dentro da garagem havia um Escort Hobby 95 que não devia valer mais de cinco mil reais. Atrás do portão social era possível se ver um grande quintal. Fiquei imaginando como era morar em um local desses.

- Vai lá buscar sua amiguinha. - ordenou Felps em tom brincalhão.

Eu então saí do carro e percorri a calçada até a casa. Já na porta, busquei uma campainha. Não havia nem ao menos uma cordinha para avisar que eu havia chegado. Pensei em fazer um sinal de fumaça ou gritar seu nome, mas provavelmente ela não me escutaria do andar de cima. Me virei e fiz um sinal para que Felps buzinasse bem forte. Foi o que ele fez, e Lua deu sinal de vida.

Me recostei sobre o pedaço de parede que sobrava entre o portão da garagem e o portão social e esperei Lua vir até mim. Ela girou a chave e nem percebeu que eu estava em sua frente. Decidi assustá-la só de brincadeira.

Observei Lua sair rapidamente de casa e assim que ela se virou para fechar o portão eu a agarrei pelas costas. Ela se assustou e arranhou rapidamente a chave em meu antebraço. Lua ficou vermelha de vergonha e eu a soltei. Coloquei a mão no meu antebraço para amenizar um pouco a dor. Aquilo tinha me cortado um bocado. De repente comecei a pensar os motivos para sempre usar camisetas de mangas curtas.

Ouvi Felps e Allan saírem do carro para se certificar de que eu estava bem. Depois de algumas caretas e um pouco de sangue, eu comecei as apresentações. Lua ainda continuava muito vermelha e eu sorri para que ela pudesse se acalmar.

- Esse é Felipe - digo apontando para Felps. -, mas pode chamá-lo de Felps.

- Olá, Felps! - cumprimenta ela com a cabeça. Ele devolve o gesto.

- E esse Allan - aponto para Allan dessa vez. -, mas pode chamado de Lixo. - rio um pouco para mostrar descontração com a piada.

- Olá... - ela hesita por um momento, pensativa. - não vou chamá-lo assim! - assim que ela diz isso todos rimos e finalmente vamos para o carro. Eu decido sentar no banco de trás junto com ela.

Fiquei a viagem inteira vendo como os cabelos e olhos escuros e Lua se destacavam contra sua pele pálida e sem nenhuma maquiagem.

- Aprecio como você e linda sem maquiagem. - comento e observo Lua ruborizar. Eu sorrio com isso.
Finalmente chegamos no shopping. Demorou uma eternidade para acharmos uma vaga. Saio do carro e dou a volta para abrir a porta para Lua. Ela continuava muito ruborizada.
- O que vamos fazer primeiro? - pergunta Felps.
- Vamos fazer compras amigas. Adoro!- diz ele com uma voz meio fina e arrastando o R no final. Todos rimos, inclusive Lua.
- Que tal tomarmos um sorvete? - sugere Lua.
- Boa ideia! - digo e, em seguida, vamos em direção ao shopping.
Pensei em pegar na mão de Lua durante a caminhada, mas pensei que ela poderia ficar mais envergonhada do que já aparentava estar, então desisti da ideia. Lua parecia ser uma garota bem agradável, daquelas que não gostava muito de assuntos femininos, mas também não se distanciava demais deles.

Decidi pegar na mão de Lua, e ela ruborizou bastante. Sorri para que ela se acalmasse e deixasse que eu fosse amigável. Felps e Allan me olharam com maus olhares e fiz uma careta para eles. Lua estava começando a se sentir desconfortável e eu não queria que isso acontecesse.

Avistei ao longe duas garotas correndo em minha direção. Elas gritavam meu nome. Que ótimo! Minhas fãs. Eu nunca as ignorei, afinal, elas fizeram quem eu sou hoje. Mas às vezes toda a atenção delas me impedia de ser um pouco normal por um tempo.

- Olha meninas! - disse uma delas aos berros. - O Cellbit arranjou uma namorada. - seu tom parecia ser um tanto zombeteiro. Aquilo me incomodou. Eu merecia sair e ser normal às vezes.
- E se formos mesmo qual o problema? - pergunto à elas assim que se aproximam. Creio que tenha sido um pouco rude.
- Então beija ela para provar que é verdade! - desafiou a loira de olhos castanhos. Seu olhar era pura maldade.
Não tive tempo de pensar. Lua ficou nas pontas dos pés e agarrou meu pescoço. Ela me deu um selinho bem rápido e eu hesitei. Uma das garotas, a morena que até então só observava, decidiu tirar uma foto com muita rapidez. Eu empurrei Lua e a do teu totalmente incoformado.
As fãs então saíram dando risadinhas e com rostos mais que satisfeitos. Fechei a cara para Lua e ela ficou muito vermelha. Percebi que estava a ponto de chorar. Ela então abaixou a cabeça e engoliu o choro.
- Era isso que queria? Fama? - pergunto indignado.
- Desculpa - diz ela tremendo o queixo. Seus olhos eram de total arrependimento. - Eu não queria sua fama, eu simplesmente não sei lidar com tudo isso.
- Olha o novo "ship" que vai abalar as inimigas - diz Allan me entregando seu IPhone. Abri seu Twitter e li uma hashtag que há estava entrando pros Trending Topics. - CELLUA. - Li em voz alta em tom inexpressivo.
- Agora que virou ship, não será mais ser esquecido. - zomba Felps. Todos riem, menos Lua.
- Já pedi desculpas. - afirma Lua. - Agora vamos indo.
O mais engraçado de toda essa história era que, por mais que houvesse brigado com Lua, eu ainda segurava sua mão. E o beijo não havia sido assim tão ruim. Lua podia ser perdoada pelo que fez, até porque o famoso aqui era eu e não ela. Não precisava lidar com aquilo tudo com a atenção e o cuidado que a minha profissão pedia.

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Como prometido mais um cap
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E tchau 💖

Amor de Gatos ❤ R.L CellbitOnde histórias criam vida. Descubra agora