35 - Mensagens reveladoras

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- Como vai? - perguntou Daniel.
- Bem. - respondi, rispidamente.
- O Lucas já...?
- Sim.
- Hmm.
Um momento de silêncio se estabeleceu. Percebi que Daniel não estava muito feliz em me ver. Isso me incomodou.
- Por que está aqui?
- Porque você é minha amiga.
- Quando namorávamos você não gostava de hospitais. Sua tia fez uma cirurgia de apêndice e você não foi vê-la.
- Eu só não gosto de sangue. - sussurrou Daniel, com vergonha.
Eu dei uma risada irônica.
- Você está aqui porque precisa sentir que eu não me incomodo de você estar namorando meu amigo. Ainda acredita que eu gosto de você?
- Não.
- Então por quê está aqui mesmo contra a vontade?
- Porque os seus pais saíram e alguém queria falar com você. Provavelmente seus pais ficariam zangados se ele entrasse novamente.
- Novamente? Não me diga que...
- Oi, Lua. Voltei - cumprimentou o cara de olhos azuis na porta.
- Você mentiu para mim, armou para o Lucas e desceu no meu conceito. - gritei antes que ele chegasse perto de mim.
- Lua, me perdoa. Eu te amo tanto que estou perdendo as estribeiras. Não consigo definir o que é certo ou errado. Já fui em milhões de psicólogos mas eu não posso esconder que faço tudo por você.
- Até me trair?
- Eu não te traí. Eu e a Sasa já tínhamos terminado, ela só não queria que eu arrumasse um relacionamento antes dela.
- Você não tem como provar isso.
- Posso chamar a Sasa aqui, ou você pode falar com ela pelo meu telefone. Olhe as minhas conversas, as datas, e observe que a mais de quatro nós já estávamos combinando de tirar nossas coisas da casa outro.
Ele esticou o celular com a tela desbloqueada. Daniel não estava mais lá, devia ter saído para vomitar na primeira oportunidade. Eu balancei a cabeça e peguei o maldito celular.

MENSAGENS CELLBIT ON:
- Quando vai vir tirar seus sutiãs aqui de casa? Eu não tenho seios para usá-los.
- Me avisa quando não estiver em casa pra que eu possa buscar. Você também deixou seu óculos de sol aqui. Por que você não me traz as minhas coisas?
- Porque não vou sair com um par de peitos na mão. Tenha um pouco mais de cérebro.
- Só usar uma sacola. Estou muito ocupada agora.
- Se está falando comigo, você não está. Eu vou sair e deixarei a porta aberta.
- Não vou pisar nessa casa! Não quero ver nada que pertença a você.
- A casa é do Pac também. Eu posso viver sem óculos de sol, mas você não pode viver sem sutiã sem enchimento. Foi uma grande decepção da minha vida.
- Prefiro ser uma tábua do que um brocha.
- Até porque você não tem um pau pra brochar. Olhar para você é sempre brochante.
- Eu vou buscar o meu sutiã agora. Sai daí.
- Será um prazer.

MENSAGENS CELLBIT OFF:
Eu levantei os olhos para Rafael. Entreguei seu celular e disse:
- Preciso pensar. Te dou uma resposta amanhã.
- Seus pais não vão me deixar entrar.
- Então espere que eu saia do hospital daqui a mês para ter a sua resposta - disse, irônico - ou você confia em mim e venha aqui amanhã a tarde. Meus pais vão deixar.
Ele saiu do quarto e me deixou pensar. Aquelas mensagens mudavam muita coisa sobre nossa relação. Ele não poderia ter falsificado aquelas mensagens. Mas será que se eu voltasse com ele, as coisas poderiam mudar?

Amor de Gatos ❤ R.L CellbitOnde histórias criam vida. Descubra agora