24 - A Festa

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Quando chegamos, a casa estava toda iluminada por fora e, diga-se de passagem, era bem grande. As pessoas ainda não tinham entrado quando chegamos. No interior víamos um sofá branco e peludo. Decidimos nos sentar naquele lugar tão confortável.

- Vocês chegaram! - gritou Letícia atrás de mim, dando-me uma baita susto.
- Chegamos sim, sua vaca. - gritei de volta assim que soube que era ela.
- Sua piranha! - Letícia desmunhecou e fez a voz mais irritante possível. - Fiquem a vontade, tem open bar.

Letícia era loira, cabelos compridos. Seus olhos eram verde oliva, quase num tom primavera. Trajava um vestido curto e colado com uma massa corrida na cara que acabava deixando-a feia - coisa quase impossível. Pelo menos não teria que ficar encarando aquele monte de base, poderia me acabar no open bar.
A festa começou a ficar animada conforme os convidados chegavam. O som estava cada vez mais alto e cada vez mais pessoas ficavam bêbadas. Fui pegar umas bebidas para não ficar só observando os bêbados agirem como tal.
Ando entre o cheiro ácido de álcool, o odor fazia meu cérebro ficar tonto. Olhei para o fundo da festa, perto do Jardim. O cheiro de mato queimado chegou às minhas narinas. Pensei que o open bar do incluía bebidas, não maconha.
- Ei! - reclamo quando alguém esbarra em mim.
- Desculpe - disse o garoto de olhos azuis, se virando para mim ressentido.
- O que está fazendo aqui?
- A Letícia conseguiu meu número e me chamou.
- Entendi. - terminei a conversa antes que ela começasse.

Agora compreendo o que Letícia quis dizer com "convidar pessoas especiais". Deve ter convidado o Felps e Alan também. Que vadia! Nem me contou nada.
Peguei as bebidas e voltei para onde estavam Lucas e o povo que eu conhecia.

- Nossa, Luizinha! Assim você me mata! - elogiou Daniel.
- Idiota. - sussurro e abro uma garrafa.

A conversa fluía, a música tocava, as pessoas ficavam bêbadas ou fumavam alguma coisa. Letícia tinha levado três garotos lá para cima e já havia contado mais sete casais subindo. Tudo ocorria bem até Letícia descer e propor:
- Vamos brincar de verdade ou desafio. - gritou Letícia do alto da escada. - Quem ganhar leva quem quiser pra cima, quem perder tira a roupa.

A roda de formou. Vários garotos queriam sentar ao lado de Letícia, uma completa burrice. Foi fácil encontrar uma garrafa de prontidão, então o jogo começou. Eu fiquei sentada no sofá, sozinha, sem jogar. Lucas e Daniel com certeza queriam uma transa hoje.
O jogo foi pesado. Quatro garotas ficaram nuas e Lucas acabou ficando com o "peru" de fora. Daniel levou Letícia lá pra cima. Não consegui ver mais nada, estava morrendo de sono. Me recostei num canto e creio que adormeci profundamente, Lucas e seu peru não deixariam nada me acontecer.
***

Acordei no dia seguinte, ainda na casa da Leticia. Estava com frio e uma forte dor de cabeça. Olhei em volta e percebi que estava em um quarto com uma janela lateral. Tentei me levantar, mas algo me prendeu a cama. Daniel e Lucas, cada de um em cima de um braço. Eu observei a situação. Daniel de cuecas à minha esquerda, Lucas e seu peru a minha direita e eu seminua ao meio.

POV Rafael:

Quando vi Lua na festa achei melhor ir embora. Cheguei em casa e dormi tão pesado que só acordei às seis da tarde.
Minha cabeça latejava enquanto meu estômago de revirava. Mas isso não parecia ressaca, estava mais para uma consciência pesada.

Amor de Gatos ❤ R.L CellbitOnde histórias criam vida. Descubra agora