#17 - NARRAÇÃO

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Michael soube, no momento em que Luke colocou as mãos sobre os seus olhos, o permitindo não enxergar mais nada além do vão dos dedos do mais velho, que não tinha outra opção além de correr.

Quando Luke o pediu para que ficasse parado onde estivesse ele soube que não tinha saída. De fato, estava cansado e realmente não queria mais correr, teria que enfrentar o garoto dos olhos azuis de frente!

Ele era ainda mais bonito de perto?

Michael descobriria isto hoje, dentro de alguns minutos ou até mesmo segundos, o tempo era algo incerto.

Jesus, as pernas de Clifford viraram gelatina quando uma figura alta pôde ser vista dobrando a esquina com um sorriso cortando os lábios.

Ele queria correr dali novamente, mas também queria ficar. As dúvidas em sua mente gritavam cada vez mais alto e ele tinha consciência de que estava fazendo alguma careta esquisita juntamente com a respiração ofegante e os dedos batendo uns nos outros em forma de apreensão.

Luke ficou frente a ele, dando total visão da diferença de tamanho imposta entre os dois. O mais alto mordeu o lábio inferior e Mike acompanhou o gesto com os olhos, descobrindo uma argola prateada ali que ele nunca havia visto.

E enquanto Michael pensava em como os olhos de Luke realmente pareciam como o céu ou o mar, o outro pensava se o garoto mais novo usava algum tipo de batom em seus lábios. Eles não podiam ser tão vermelhos e intensos assim, podiam? Era algum tipo de tentação, induzindo Luke ao pecado.

E ambos tinham plena certeza de que eram mais bonitos de perto.

"Oi" Luke finalmente disse, soando quase num sussurro por estar perdido no verde dos olhos de Michael.

"Oi" ele respondeu, um sorriso surgindo em seus lábios aos poucos.
E em um impulso de não conseguir se controlar, Luke abraçou Michael, que agarrou a cintura do mais alto o mais forte que podia e encaixou sua cabeça na curva do pescoço.

Eles se encaixavam tão perfeitamente.

Michael tinha certeza de que Luke cheirava como um anjo - e talvez ele tivesse aparência de anjo também, era perceptível - , porém Luke, depois de pensar por alguns segundos, concluiu que o mais baixo cheirava como unicórnios flutuando por arco-íris em algum lugar mágico e inexistente onde nuvens são rosas e tudo é feito de algodão doce e marshmallow.

E talvez ele quisesse se perder nesse lugar mágico.

"Você cheira bem" escapou dos lábios de Luke e os dois se separaram rapidamente, visto que já se abraçavam há por alguns poucos minutos provavelmente (o tempo realmente não era importante naquele momento).

"Você tem um nariz bonitinho" Michael sorriu quase que de modo infantil enquanto tocava no nariz de Luke, realizando o ato que havia sonhado algumas vezes.

O loiro soltou uma pequena risadinha, sentindo os dedos gordinhos de Michael o tocarem carinhosamente. Luke segurou a mão do garoto de cabelos coloridos com delicadeza, a colocando espalmada sobre a sua e assentindo para si mesmo antes de concluir:

"Você tem uma mão muito pequena, bebê."

Michael podia sentir suas bochechas e seu pescoço se esquentando por conta do apelido e desviou seu olhar dos olhos azuis de Luke.

Meu Deus, ele se sentia como a boa garotinha virgem que talvez ele fosse.

"Você vai comigo pra minha casa?" perguntou. "Só pra me acompanhar mesmo..." acrescentou.

"Só se você não correr" e lá estava Luke Hemmings rindo mais uma vez no final de sua frase. Michael poderia gravar o som de sua risada e a ouvir em um loop eterno sem se cansar.

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