Michael não tinha ideia de para onde iria com Luke. Talvez tudo fosse uma armadilha e Luke apenas precisasse de um parceiro para assaltar o banco da cidade, quem é que sabe? Talvez o loiro fosse, na verdade, um pedófilo de quarenta anos atrás de adolescentes e Michael fosse sua próxima vítima, aquela que havia caído direitinho em sua lábia e agora estava caminhando rumo à morte.
Ou talvez eles fossem apenas matar aula para ficarem um tempo juntos em algum canto da cidade onde ninguém pudesse os ver. É, essa era a possibilidade mais provável.
Mike sentia que, se Luke o pedisse com jeitinho, eles pudessem ir até o fim do mundo juntos. Ele não ligava. O menor sabia que estava agindo como uma garotinha apaixonada na maior parte de seu tempo, principalmente quando Luke beijava seus lábios de forma delicada, ou quando os dedos do maior corriam por seus fios coloridos como se estes fossem quebrar a qualquer toque brusco.
Michael podia sentir as tais borboletas em seu estômago quando Luke direcionava a ele um sorriso bobo, com o azul de seus olhos brilhando e, em seguida, um elogio sussurrado sobre como ele era fofo ou bonito.
Mas, novamente, ele não ligava.
Michael só queria que Luke também não ligasse. Tudo o que ele queria era que Luke não recuasse quando alguém os lançava um olhar torto, que continuasse o beijando mesmo na presença de algum estranho ou que os elogios, os carinhos e as demais coisas não ocorressem apenas quando os dois estivessem sozinhos.
Luke ligava.
Era só precaução, talvez algum conhecido passasse por ali e visse os dois juntos, contasse à sua mãe e Luke fosse expulso de casa. Ele estava protegendo a si mesmo e também a Michael!
Mas por que sentiu-se tão culpado ao ver Michael o lançar um sorriso triste após soltar suas mãos que antes, quando estavam sozinhos pelas ruas iluminadas pelo sol nascente, estavam entrelaçadas até o momento em que um homem de meia idade cruzou seus caminhos?
"Você 'tá bem?" questionou o mais alto, visto que Mike apenas ajeitava sua touca há algum tempo, com um olhar vago e a música melancólica soando alta por seus fones de ouvido, sendo ouvida em bom som por Luke.
"O que?" Michael abaixou sua música, tentando concentrar-se nas próximas palavras do garoto ao seu lado.
"Você 'tá bem?" repetiu.
"Nós já estamos chegando? Cansei de andar, Luke" mudou de assunto, claramente não querendo responder a pergunta anterior. Porém aquilo não era uma mentira, os dois já caminhavam no mínimo há dez minutos e a casa de Luke parecia estar cada vez mais distante.
"Eu te disse que nós já estávamos na minha rua quando dobramos a esquina. Você não me ouviu porque fica com essa música alta te deixando surdo" revirou os olhos.
"Parece a minha mãe falando..."
"Cala a boca, nós já chegamos" Luke apressou o passo, andando na frente rumo a um sobrado vermelho, onde o garoto apenas rodou a chave e a porta fora aberta.
Michael entrou com receio e logo o loiro sorriu, dizendo-lhe que parecia um gatinho assustado e o pedindo para que deixasse sua mochila em qualquer lugar pelo sofá da sala. Ele obedeceu prontamente, analisando vagamente o cômodo em que se encontrava; a sala se parecia com a de sua casa, os sofás eram azuis e havia também uma poltrona branca em um canto, com algum livro antigo que Mike duvidava ser de Luke. A estante preta fazia contraste com a televisão de tela plana e o colorido se perguntou por um momento se Hemmings tinha uma boa condição financeira, já que sua casa era muito bonita e tudo aparentava ser de boa qualidade.
VOCÊ ESTÁ LENDO
not emo • texting!muke
ФанфикшнAquela onde Michael tenta mandar mensagens anônimas para Luke, mas se esquece de tirar sua foto de perfil. OU Onde Michael não é emo.
