Capítulo I

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Estava andando pelos corredores da escola, graças a Milla peguei detenção e o lugar estava deserto. Suspirei quando ouvi passos, mas ao me virar não vi ninguém. Parei por alguns segundos e tudo permaneceu no mais perfeito silêncio, você está sendo apenas paranoica, meu subconsciente alertou.

"Eu vou matar a Camilla." Sussurrei enquanto apertava o passo, passei a noite anterior assistindo filmes de terror com ela e minha paranoia está a nível máximo.

Estava quase na entrada do colégio quando me puxaram para o corredor,  em pânico comecei a me debater enquanto era arrastada. Tentei gritar por ajuda, mas os sons foram abafados pela mão do meu captor.

"Calma." Relaxei ao reconhecer a voz do Jesse, assim que meu coração estabilizou me virei para socá-lo.

"Você está tentando me matar? Seu idiota.” Tentei controlar minha respiração, queria matá-lo por me assustar dessa forma. “Você perdeu a cabeça de vez? Sabe o que vai acontecer se..." Ele me calou com um beijo e derreti em seus braços, não posso me esquecer que Jesse vive em um mundo totalmente oposto ao meu e por mais que me sinta irritada com a sua falta de noção as vezes, este é um dos motivos que mais me atrai nele.

Passei os dedos pelo seu cabelo loiro aprofundando nosso beijo e suspirei recuando para fitar aqueles belos olhos.

"Eu tinha que te ver." Mordi um sorriso e o abracei apertado, se tudo der certo nunca mais vamos precisar nos esconder.

Meu celular começou a vibrar enquanto ouvia passos pelo corredor e arregalei os olhos ao ver o nome de Marco, meu segurança, iluminando a tela. Fiz sinal para que Jesse ficasse em silêncio e atendi.

"Onde você está?" Ele perguntou ríspido e fechei os olhos exasperada, dei um rápido olhar para Jesse que me fitava com uma expressão nada boa. Eu nunca poderia contar o verdadeiro motivo de andar com três seguranças mal encarados para todos os lados, então apenas disse que meu pai é super protetor e muito rico. “Sua detenção acabou faz dez minutos e você ainda não saiu.”

“Eu tive um pequeno imprevisto, estou no banheiro.” Murmurei me arrependo do que disse ao notar que ele estava parado de frente para o banheiro feminino.

Praguejei mentalmente irritada por o idiota ser tão malditamente eficiente.
 
Marco é o braço direito de meu noivo, Matteu Delveccio. Meu pai selou meu destino antes mesmo que eu nascesse ao me prometer à Matteu, fui uma forma de melhorar o frágil relacionamento entre a casa de Nova York e a de Chicago.

A primeira vez que o vi tinha apenas 14 anos e me deslumbrei com a beleza exótica dele, seus olhos de um verde acinzentado me roubou o fôlego. Nunca havia visto um homem como ele, mas seja qual for o feitiço que Matteu me lançou sumiu no momento em que o vi matar um dos homens de meu pai. Embora Hector não tenha sido um pai exemplar, ele nunca me permitiu presenciar certas coisas e o que vi naquele dia me assombra até hoje.

Vittorio era um dos mais fiéis soldados do meu pai, sempre fomos próximos e no meu aniversário de quinze anos ao me ver chorar por não ter sido capaz de manter a atenção de meu futuro marido se aproximou e disse que eu era a menina mais linda que já havia visto.

Na cabeça perturbada de Matteu, Vittorio me enxergava como mulher e o comentário foi uma afronta, na frente de todos ele arrancou os olhos e a língua do soldado. Foi a primeira vez que vi um homem ser morto e a partir desse dia minha opinião sobre Matteu foi piorando a cada encontro.

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