Capítulo IV

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Respirei fundo e fitei meu reflexo no espelho, não há nada do que me envergonhar. Eu sou uma mulher e Matteu um homem atraente, não há problema em sentir desejo por ele.

Lembrei da forma entregue que estava nos braços dele e segurei um suspiro aquilo foi apenas um choque por vê-lo tão perto e sem roupa.

Balancei a cabeça tentando dispersar quaisquer pensamentos sobre ele e voltei para o quarto, estava entrando debaixo do edredom quando ouvi uma discussão vindo do lado de fora do quarto.

Era possível ouvir uma voz alterada chamando por Matteu, fitei a porta enquanto decidia se minha curiosidade era maior que o cansaço e me levantei ao decidir. Puxei o robe e o vesti no caminho para a sala, assim que cheguei tentei assimilar o que acontecia.

Um homem, visivelmente alterado gritava o nome de uma mulher e de Matteu.

"Ela está aqui, não está?" Ele mal se aguentava de pé. "Oriana?"

O homem estava descontrolado enquanto Marco tentava apaziguar a situação.

"Senhor sua mulher não está, peço que se retire antes que incomode os hóspedes de seu irmão." O cara riu do comentário de Marco e estremeci, ele tinha que ser muito idiota para querer irritar o assassino número 1 da Cosa Nostra.

O homem continuou vasculhando o apartamento com os olhos até se concentrar em mim e não pude disfarçar o choque ao me deparar com uma versão mais nova de Matteu.

Ele é alto, moreno e com os olhos claros eles tinham os mesmos traços, mas esse usava óculos e se vestia de forma mais casual, não aparentava ter mais de 25 anos.

"Quem é essa?" Se virou para Marco que não parecia nada feliz por estarmos todos no mesmo ambiente.

"Senhor Delveccio, não acredito que o seu irmão vá gostar..." Ele interrompeu Marco.

"Ele que se foda, Matteu perdeu qualquer importância para mim quando decidiu transar com a minha mulher." Não pude deixar de me sentir mal, esse é o meu futuro marido um homem tão baixo a ponto de dormir com a esposa do irmão.

Como posso me sentir atraída por um homem assim? Meu estômago embrulhou ao pensar que ele deveria estar com ela neste instante.

"Matteu não está aqui." Tentei tomar o controle da situação e me aproximei do meu futuro cunhado, ele se jogou no sofá com um sorriso sarcástico.

"Claro que não está, com toda certeza foi para o loft do sexo." Quando parei à sua frente ele me fitou de cima a baixo e balançou a cabeça praguejando em italiano. "Você parece ser uma boa moça por isso vou lhe dar um conselho" Tirou os óculos e esfregou os olhos verdes. "Esqueça-o, Matteu não vai te amar porque só ama a si mesmo. Ninguém importa para ele."

Vi um miríade de emoções passarem por seus olhos desde ódio à mágoa. Dei um passo tentando me aproximar ainda mais e Marco entrou na frente.

"Senhorita DiFiore é melhor voltar para o seu quarto." Ergui a sobrancelha para ele como que o desafiando a me tirar dali.

Nos encaramos por uns segundos até que o mesmo recuou, olhei para meu futuro cunhado que parecia prestes a apagar a qualquer momento.

"Você esta completamente bêbado e Matteu provavelmente irá demorar, que tal tentar dormir um pouco." Mal terminei de falar e ele me deu uma resposta ríspida.

"Prefiro esperar acordado." Revirei os olhos para a teimosia que ele demonstrava, mas não conseguiria voltar para meu quarto e deixá-lo aqui.

"Não vai chegar a lugar nenhum desse jeito, pelo amor de Deus você está tão bêbado que mal se aguenta de pé." Quando ele não respondeu soube que não iria conseguir persuadi-lo a ir, suspirei e fui até a cozinha para fazer um café enquanto pensava em tudo o que ele havia dito.

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