Prometida à Você

Capítulo XI

Lentamente abri meus olhos e fitei o teto, minha cabeça estava explodindo e grunhi. Aos poucos os fragmentos do dia anterior vieram à mim, a briga com Helena e em seguida a nossa reconciliação, sorri e passei a língua no meu lábio inferior Ainda conseguia sentir seu gosto.
Essa mulher estava facilmente se tornando meu mundo, olhei para meu peito onde Helena dormia pacífica e tentei mexer nos seus cabelos, mas eram tantos nós que acabei rindo ao olhar meus dedos agarrados. Parei para pensar no quanto me diverti nesses meses, eu não me divertia tanto desde... Bem desde nunca, me desvencilhei lentamente de seus braços e me levantei precisava urgentemente de um analgésico.

Helena sabia como bater um pequeno hematoma estava surgindo em minha bochecha e um corte na minha cabeça onde ela havia me atingido com o cinzeiro. Ri de novo e limpei o sangue seco, se continuarmos assim vamos acabar nos matando.
Liguei o chuveiro, deixei a água lavar um pouco da dor e lembrei de quando Enzo me disse que estava apaixonado por Oriana. Quando ele disse tudo o que sentia, que ela era seu primeiro e último pensamento o chamei de louco e fantasioso. Nunca acreditei que esse amor que as pessoas tanto retratam realmente existe, acredito no prazer esse sim já comprovei diversas vezes. O problema é que a cada dia que passo perto de Helena me pego sentindo tudo o que Vincenzo dizia.
Estava terminando de me arrumar quando o celular tocou.

"Sim." Disse enquanto engolia mais dois analgésicos.

"Onde você está?" E eu que pensei que nada poderia acabar com meu bom humor. Rangi os dentes para o tom de meu pai se é que se possa chamar Leonardo Delveccio disso. "Pensei que tivesse mais responsabilidade do que isso Matteu. Sabe que tudo está um caos e não é hora de abandonar suas responsabilidades." Revirei os olhos enquanto ouvia suas reclamações.

"Eu não estou abandonado os meus deveres, apenas tirei um dia..."

"Para brincar de casinha. Está se ouvindo filho? Já soube do que sua mulher está causando, é melhor controlá-la porque não vou deixar uma buceta atrapalhar meus negócios." Soquei a mesa ao ouvi-lo desrespeitando-a assim.

"Não se atreva a fazer ameaças à minha mulher, não se esqueça que sou o Capo agora e poderia matá-lo pela falta de respeito." Ele riu e senti o frio infiltrar em meus ossos.

"Para usar o título primeiro precisa agir como um. Não se esqueça que posso destituí-lo quando bem entender e espero que esteja claro que não quero mais problemas Matteu. Se eu souber de qualquer deslize... Acho que você sabe a consequência, não é? Ele desligou e atirei o celular na parede fazendo com que quebrasse em milhões de pedaços. Maldito!

"Matteu?" Me virei para Helena que estava vestida apenas com minha camisa, seu rosto tinha o rubor mais adorável do mundo e por um momento pensei em esquecer tudo e ir para os braços dela, mas Leonardo Delveccio não faz ameaças vazias. Deixei meu rosto relaxar para a expressão entediada de sempre e passei direto por ela para abri e abrir a mala e peguei um novo celular descartável.

"Deixe tudo pronto, estamos voltando para o apartamento." Liguei o barco direcionando-o de volta para Manhattan.

"Temos que falar sobre o que aconteceu." Pelo canto do olho a vi se aproximar ela havia mudado para um top e jeans. Seu cabelo estava secando naturalmente deixando leves cachos e mesmo sem um pingo de maquiagem Helena ainda era a mulher mais linda que já havia visto. Mas não poderia deixá-la se aproximar agora, sempre me gabei sobre a influência que meu toque tinha sobre ela, mas acho que Helena não percebeu que o mesmo acontece comigo e de forma bem mais forte. Não posso deixá-la perceber quanto poder tem sobre mim.

"Não temos nada para conversar Helena, me esqueço do quão inexperiente ainda é. Apena nos divertimos um pouco ontem, se bem que acho que foi mais sua diversão." Seus belo rosto se amassou em uma careta demonstrando o quanto a machucou esse comentário, mas é melhor assim. Não posso me dar ao luxo de em distrair justo agora que estamos praticamente em guerra contra os russos.