Capítulo XVIII

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Estava conversando com os Martinelli quando mais uma vez aquela sensação inquietante tomou conta de mim. Me peguei olhando em volta tentando localizar minha mulher quase desesperadamente e suspirei aliviado quando a vi, Helena fitava a janela e seu rosto estava pálido.

"Com licença." Fui em direção à ela que ainda franzia seu belo rosto para a janela. "Helena? Tudo bem amor?"

Ela colocou a mão na medalha que carregava e começou a sussurrar algo, mas antes que pudesse entender houve uma grande explosão.
Me joguei sobre ela, a agarrando como se minha vida dependesse disso. Menos de cinco minutos depois começou um tiroteio, estávamos sendo invadidos e mesmo que tivesse sido criado para lidar de forma fria e rápida nessas situações tudo o que me vinha era Helena, meu mundo começa e termina nessa mulher e nunca tive tanta certeza disso como no momento em que a vi desmaiada, com um filete de sangue escorrendo na lateral da cabeça.

"Helena... Meu amor, por favor, acorda por favor..." Segurei seus ombros sacudindo-os, pouco a pouco ela foi voltando a si. "Helena?"

"Matteu o que..." Vi quando ela assimilou tudo e começou a falar de um homem.

"Isso pode ficar para depois, tenho que te tirar daqui." Olhei para a sala onde pessoas gritavam em meio ao tiroteio. "Fique atrás de mim."

Segurei suas mão e tirei a arma do coldre, preciso tirar minha mulher daqui. No momento em que ficamos na linha de visão dos invasores os tiros se intensificaram e empurrei Helena para a parede, agora que eles me viram os tiros se voltaram para onde eu estava.

"Marco." Gritei e mirei em um dos que estavam perto da porta, pouco depois ele caiu e me movi um pouco mais. Senti meu celular vibrar e atendi.

"Patrão, eles invadiram pelos principais pontos e estamos cercados. Jeremiah levou um tiro, mandei Giovanni e Ronaldo para o telhado, eles estão matando os bastardos que estão tentando entrar." Me virei para falar para Helena ir ao telhado, mas ela havia sumido.

Olhei em volta e não conseguia vê-la, senti meu coração acelerar ao pensar que no que aconteceria se algum desses idiotas a encontrarem.

"Não..." Ouvi seu choro e fui correndo para onde ela estava, nesse instante não me importava se estava na linha de fogo. Tudo o que importava era ela, quando virei em direção à cozinha ouvi dois tiros.

Não, não, não! Não pode ser.
Ouvi outro grito esse era de Camilla que estava ajoelhada sobre o corpo de Fernando, estava prestes a perguntar sobre o que houve quando vi uma poça enorme de sangue onde Helena estava, me ajoelhei ao seu lado. Nessa hora não me importava mais nada, os gritos e tiros ficaram em segundo plano era como se houvesse uma bolha ao nosso redor.

Meu anjo estava caído no chão, o vestido branco que usava estava todo manchado de vermelho e embora procurasse por todo seu corpo não consegui identificar onde o ferimento estava.

"Não, Helena..." Olhei em volta por ajuda, mas a única pessoa viva estava tão mal quanto eu. Calma Matteu, você precisa ficar calmo e raciocinar. Chequei seu pulso e senti meu coração falhar ao ver o quão fraco estava.

Preciso levá-la ao hospital o mais rápido possível, mais uma vez olhei para a sala e vi que o tiroteio estava longe de terminar. 

"Camilla." Chamei, mas ela só conseguia chorar. "Camilla, não há mais nada que possamos fazer por Fernando, mas a cada segundo que não fazemos nada pode significar a morte de Helena." Ela parou e olhou para mim.

"Ele... Ele morreu por ela." A observei enquanto um monte de emoções eram expressados em seu rosto antes que o mesmo ficasse impassível.

"Então não permita que seja em vão." Camila voltou sua atenção para Fernando e lhe deu um beijo antes de se levantar.

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