Capítulo VIII

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Fui até a sacada e respirei fundo, é muito difícil ficar impassível quando ele faz uma coisa dessas. Lembrei da sensação dos seus lábios na minha perna, da sua barba roçando minha coxa quando ele arrancou a cinta liga. Não, isso não pode estar acontecendo. Me repreendi ao sentir meu corpo formigar, não posso ne sentir assim. Não por ele.

"Finalmente nos conhecemos." Ao me virar dei de cara com uma mulher e era linda por sinal, parecia uma fodida modelo. Ela usava um vestido vermelho sangue que parecia ter sido desenhado no seu corpo, sua pele ostentava um bronzeado perfeito que obviamente era natural, seu cabelo caía em lindas e perfeitas ondas ruivas. A olhei dos pés a cabeça e ela riu ao ver que havia lhe verificado e ainda deu uma volta antes de morder o lábio.

"Eu sei sou linda, mas não vamos falar de mim eu estou mais interessada em saber sobre você, Helena. Estava ansiosa para conhecer a mulher que passa o dia inteiro com meu marido." Não sei como não percebi antes, observei o sorriso arrogante, a aura sedutora e a cara de vadia. É claro que era ela, Oriana sorriu antes de me dar uma avaliada rápida e balançou a cabeça antes de parar seus olhos verdes em mim. "Sabe antes de te conhecer até pensei que poderia ser uma rival, mas olhando agora vejo que não passa de uma criança."

Fervi por dentro, mas não a deixei ver que seu comentário me incomodou convivi com mulheres como ela toda minha vida e só havia um jeito de atingi-la.

"Oriana eu presumo, acho que não foi a única a se surpreender. Quero dizer, eu já sabia que você era uma vadia antes, mas não esperava que fosse vulgar o suficiente para aparecer em um casamento vestida dessa forma. Ainda mais sendo casada e estando nessa idade." Dei um sorriso sarcástico quando sua cara ficou vermelha e ela franziu o rosto em uma careta. "Querida não franza a testa, Deus sabe que você não precisa de mais linhas de expressão no seu belo rosto afinal de contas você tem o que 35?"

Suas unhas fincaram meu braço e ela se aproximou. 

"Sua putinha..." Arranquei o braço das suas garras. Oriana deveria ser uns dez centímetros mais alta que eu, mas não deixaria isso me intimidar.

"Não se meta comigo, está ouvindo bem? Eu não sei que triângulo amoroso doentio vocês faziam parte, mas esse é seu único aviso. Se afaste do meu marido porque ou você o faz por bem..." ela riu e me imprensou na parede.

"Ou o que?" lhe empurrei de volta com bem mais força, essa vadia que tente crescer pra cima de mim.

"Ou então eu vou fazer você se afastar e pode apostar esses seus seios caídos que não vai gostar nada, querida. Por que posso te garantir que não vai ter cirurgião que dê jeito nesse seu rosto quando eu terminar." Estávamos nos encarando quando Enzo apareceu.

"Oriana." Vi em primeira mão quando seu rosto se transformou antes de virar para ele. Vagabunda.

"Querido, estava apenas parabenizando Helena. Você não havia dito o quão jovem ela era." A vadia ronronou e puxou seu queixo, mas ele se afastou.

"Está tudo bem, Helena?" Vi a pergunta em seus olhos, mas sabia que ele não precisava de mais problemas do que já tinha. Me forcei a sorrir para tranquilizá-lo.

"Claro, Enzo estou muito feliz por você ter vindo." A empurrei do caminho e lhe dei um abraço bem forte. "Agora somos irmãos."

"Deus, você está de tirar o fôlego. Sinto muito por ter perdido a cerimônia, mas sabe como a minha vida é imprevisível." Ele me rodou e eu sorri. Como um homem tão bom como ele pode ter caído nas garras dessa vadia?

"Eu sei que foi por uma boa causa e também sei que não deve ter sido fácil, está praticamente dormindo em pé." Ele bocejou e me afastei antes de olhar para Oriana que não estava gostando nada da nossa interação. "Eu tenho que voltar para a festa antes que minha mãe venha me buscar."

Nós dois rimos e lhe dei um beijo antes de me afastar.
Confome a noite avançava Matteu grudou em mim como um carrapato. Olhei para meu lindo anel de noivado em baixo da minha aliança eu era oficialmente a Sra. Helena Delveccio olhei para ele que se despedia de todos. Mal entramos no carro e Matteu estava em cima de mim, sua boca e mãos estavam por toda parte, mas dessa vez eu estava preparada e o empurrei.

"O que pensa que está fazendo?" Olhei para Fernando e Marco que estavam tranquilos no banco da frente.

"Reivindicando o que é meu." Disse entrelaçando os dedos no meu cabelo e beijando meu pescoço. Maldito seja ele e esse poder que tinha de fazer meu corpo se virar contra mim. Tentei pensar em tudo de ruim que sabia sobre ele, mas nada disso estava conseguindo penetrar na neblina de luxúria em que eu estava.
Suspirei quando ele chupou com tanta força meu pescoço que chegou a machucar, gemi e puxei sua boca para a minha.

"Chegamos." Deixei que Matteu me puxasse rumo aos elevadores, logo estávamos no apartamento.

Mesmo que nosso casamento não tenha sido convencional me senti desapontada ao saber que não teria uma lua de mel. Ao chegar no apartamento os três entraram na frente e adivinhem isso mesmo mais uma tradição quebrada. Depois de vasculhar cada canto do apartamento Fernando e Marco tomaram guarda na sala e Matteu me puxou pelo braço até o quarto.

"Deus, não vejo a hora de ter você fora desse vestido." Mordi o lábio quando ele me agarrou por trás, mas me afastei. Tinha que mantê-lo o mais distante possível, era o único jeito de ser racional.

"Eu não vou dormir com você." ele riu e me puxou pelo quadril.

"Esse jogo está ficando velho, não acha? Você é minha esposa e tem que me satisfazer esse é..." Ele deve ter visto que eu estava prestes a explodir por que parou no meio da frase.

"Continua. Esse é o meu papel? Pois eu já vou te avisando que não querido, eu não sou uma fodida esposa troféu e acho melhor você acordar porque estamos no século XXI." Matteu suspirou e arrancou o blazer.

"Seja razoável, Helena, estamos casados e a menos que queira que procure em outro lugar você vai ter de me satisfazer. Sei que estou sendo machista, mas é o nosso mundo." Não pude deixar de rir de suas palavras, quando pensava que ele já estava no fundo do poço o maldito se atolava ainda mais se atolava na merda.
Soltei o cordão que ele me deu em cima da penteadeira.

"Não haja como se não estivesse transando por aí porque não sou idiota de pensar que foi celibatário nessas duas semanas e esse pode ser o seu mundo, mas não é o meu. Você me queria como um troféu e conseguiu estamos casados, mas eu não vou dormir com você." Ele veio para a frente e me pressionou na parede.

"Eu posso lhe convencer do contrário." Prendi a respiração quando seu dedo desceu pelo minha clavícula até entrar no decote do vestido.

"O que só provaria meu ponto de que você não vale nada e faria meu desprezo aumentar ainda mais. Seria praticamente um estupro." Franzindo a testa ele se afastou e socou a parede.

"Não se é óbvio que me deseja posso até mesmo sentir o cheiro do desejo em você." Corei, mas não desviei os olhos.

"Só por que consegue manipular meu corpo para te querer não quer dizer que consiga fazer o mesmo com minha cabeça." Frustração brilhou em seus olhos, mas logo o gelo familiar tomou conta
.
"Tudo bem, mas você vai partilhar da minha cama, Helena." Engoli em seco quando Matteu se despiu ficando apenas com uma cueca box chumbo que deixava óbvio o volume avantajado dele. Depois ele me fitou como que me desafiando a dizer algo, mas me mantive séria.

Caminhei até o closet e abri o zíper do vestido deixando-o cair no chão me inclinei fazendo com que Matteu gemesse da cama.
Eu não seria a única frustrada essa noite abri o sutiã e o joguei no chão apenas para vestir lentamente um robe de seda verde escuro, fui até o banheiro, tirei minha maquiagem e desfiz o cabelo. Tomei uma chuveirada e levei meu tempo tentando acalmar o fogo que seus beijos despertaram em mim.

Enquanto me secava elaborei um plano para manter Matteu longe, vamos ver por quanto tempo ele vai dormir comigo quando perceber que eu não vou ceder.
Apenas quando me deitei notei o quão cansada estava, todo meu corpo doía de ter que lidar com aquele vestido pesado. Suspirei e tentei desligar a mente para poder dormir, quando estava quase dormindo ouvi ao longe Matteu dizer algo, mas estava cansada demais para conseguir raciocinar.

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