Lucas ficou fora durante uma semana. Eu contei cada dia esperando que ele voltasse. Ele sempre me ligava para saber como eu estava, havia acontecido tanta coisa em uma semana: Bruna havia ganhado uma bolsa de estudos integral na Espanha.
Math...
Bem Math havia me falado que...
Que me amava.
Eu deveria ter ficado feliz com as palavras dele, mas o que aconteceu foi o contrário, ele não viu no meu rosto um largo sorriso de "Até que enfim", os meus olhos brilharem como os dele ou mesmo as palavras "Eu te amo", mas o que ele viu em meu rosto foi um desconforto, um meio sorriso envergonhado, meus olhos não brilhavam e o olhavam fixamente e da minha boca saiu uma voz suave tentando explicar que um dia eu o amara, mas hoje meu coração pertencia a outro.
Foi tão difícil ver o rosto dele perdido em um vazio e o mais descontente foi vê-lo tentar me ter nos dias em que se seguiram. Ele não entendia e nem eu mesmo entendia, eu só precisava saber que Lucas me amava.
O outono retirava as folhas das árvores e algumas já estavam "calvas", o céu na maior parte do tempo estava cinza e raramente podíamos ver o sol, podiam-se ver clarões em meio ao tom cinza, o vento uivava e eu acabara de perder a esperança de ver Lucas, quando ouvi sua voz na sala.
- Como vai Sr. Simons?
- Muito bem. Como vão as coisas?
Fui imediatamente até ele, o abracei forte enquanto Jhon nos olhava com um sorriso no rosto, ele só queria me ver feliz.
- Também senti sua falta - ele me abraçou e riu.
Dei um lago sorriso e o puxei até o meu quarto, enquanto Lucas olhava envergonhado para Jhon. Ao entrar no quarto fechei a porta e o olhei, os olhos dele brilhavam com os de Math, mas ao contrario do meu olhar sem emoção a ele meus olhos brilhavam com o de Lucas, os meus olhos se focaram nos dele e aos poucos nossos rostos se aproximaram, meus olhos se fecharam e senti meus lábios tocarem os dele, ele me olhou e eu o abracei.
Minha mente trabalhava rapidamente e me veio à mente um turbilhão de dúvidas. Eu deveria dizer ou não a Lucas sobre Math? Na verdade não foi nada agradável naquele dia.
- Lucy? - Lucas me olhava enquanto eu saia dos meus devaneios - Está tudo bem?
- Esta - dei um breve sorriso.
- Você é uma péssima mentirosa, e você sabe disso - ele deu um meio sorriso.
- Ah Lucas eu não... - desisti de terminar a frase.
- Você sabe que pode me contar. Antes de tudo somos amigos.
- É melhor mudarmos de assunto - me sento na cama me afastando dos braços de Lucas.
- Tudo bem. Quando você quiser... - ele se sentou ao meu lado, segurou as minhas mãos e achou nos meus olhos com o mais doce sorriso - Eu sempre vou estar aqui.
Encostei-me no seu peito e fiquei ali enquanto ele afagava o meu cabelo. Ele era o garoto perfeito, eu simplesmente achava injusto tudo àquilo porque eu não era.
- Você é a garota mais perfeita que existe - ele sussurrou.
Estamos conectados. Ele sabia perfeitamente o que eu pensava e sabia o que esperar quando eu falasse sobre o Math. Ele não iria me pressionar e não parecia estar preocupado com nada naquele momento. Eu estava tão viva e incondicionalmente apaixonada por Lucas.
- Lucas - eu o olhei.
- Hmmm... - ele olhou com ternura.
- Eu te amo - ele abriu um largo sorriso
- Eu também te amo.
- Eu... - desviei o olhar de seu rosto - Preciso te contar uma coisa.
- O que seria?
- O meu coração... Ele... - ele me deu um breve sorriso.
- Não precisa... - ele me interrompeu.
- Mas você precisa saber... - relutei
- Isso não vai mudar o que eu sinto, eu simplesmente te amo Lucy, e não importa o que aconteça eu sempre vou te amar.
Tudo estava indo muito bem, não havia um tom fúnebre como antes e por esse período eu esquecera completamente o que viria. Lucas passou o dia ao meu lado e no final da tarde, ele me beijou novamente em despedida e se foi.
Após vê-lo partir com um sorriso estampado em seu rosto, eu entrei e me sentei no sofá onde Jhon estava a assistir um jogo de futebol, ele se virou para mim e com um olhar interrogador me perguntou:
- Você já contou a ele?
Eu nunca pensei que Jhon me faria tal pergunta, logo ele que sempre evitou falar, ele que mantinha a esperança impenetrável de que um dos meus exames aponta-se que eu ficaria viva por mais tempo, nos últimos dias eu desejava que eles mudassem. Eu queria ficar vivo por mais tempo eu queria ser feliz com Lucas.
Naquele momento o vazio voltava ao meu corpo e eu percebi que por mais que visse os dias felizes como dias ensolarados de verão o tom fúnebre do outono ainda estava ali e me seguia aonde quer que eu fosse.
Senti uma pontada no peito e em seguida tudo escureceu.
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Avernal
JugendliteraturOBRA REGISTRADA NA FUNDAÇÃO DA BIBLIOTECA NACIONAL. PLÁGIO É CRIME! "Já perdi a conta de quantas vezes perguntei o motivo por eu estar passando por todo esse sofrimento, talvez para puro divertimento do diabo que não se cansa de me ver em um e...