Acordei com uma música. Abri os olhos lentamente e olhei ao redor. Thomas estava sentado na poltrona de frente a cama e me encarava, ele segurava meu celular que tocava no último som uma das minhas músicas favoritas do Artic Monkeys.
- Bom dia. - Ele disse sorrindo, lhe mostrei o dedo do meio e me levantei cambaleante indo até o banheiro. Minutos depois voltei ao quarto já limpa e devidamente vestida. Ele ainda estava lá.
- Ficou aqui quanto tempo? - Perguntei vestindo um moletom.
- Acordei dez horas... Já são uma e meia. Fiz meu café da manhã e vim para cá fuçar seu celular. - Ele disse casualmente, peguei o celular da mão dele e só então me dei conta que ele havia descobrido a senha, nem Vickie havia conseguido adivinhar.
- Como...? - Ele deu os ombros e se levantou.
- É algo que eu também sempre desejei. - E saiu do quarto. Minha cena era Piece .
Peguei minha mochila e desci para baixo.
- Vamos precisar de algumas coisas básicas... Água, lanternas carregadas, corda, velas, fósforos, bandagens, e... - Ele dizia colocando as coisas que já havia separado em sua mochila.
- ... Uma faca. - Disse tirando a maior e mais pontuda do faqueiro. Ele me olhou por um tempo e suspirou.
- Certo, pode ser útil.
Saímos da casa e entramos na floresta. Passámos pelo lago, por algumas clareiras e finalmente encontramos a antiga trilha que levava a Salmsville. E lá andamos por um longo, longo, longo tempo.
- Preciso de um cigarro... - Murmurei entediada.
- Ah não! Sem cigarros hoje! - Thomas anunciou.
- Pare de agir como meus avós e acenda um fósforo para mim!
- Disse irritada tirando o maço de meu bolso, ele relutou um pouco mais acabou aceitando, tirou o fósforo da mochila e acendeu um. Coloquei o cigarro da boca e me aproximei da chama, logo o acendendo.- Como você consegue inalar isso? - Ele disse com uma expressão de nojinho.
- Cada um se mata da sua maneira, baby. - Disse sorrindo dando mais uma tragada e soprando a fumaça nele. Ri e acelerei o passo.
Eu realmente estava ficando cada vez mais incomodada em andar tanto, uma pessoa sedentária como eu não é acostumada à essas estripulias. Thomas parecia não ligar tanto, como se todo dia ele subisse uma montanha. Depois do que pareceram horas mais provavelmente foram uns quarenta minutos andando em mata quase fechada avistei as primeiras construções de Salmsville, ou melhor, as que resistiram ao tempo.
- Lugar legal para um filme, tipo Silent Hill e tal... - Disse andando pelos escombros de uma casa.
- É, o massacre da serra elétrica também. - Rimos.
- Acho que fica depois daquela mata ali... - Thomas apontou para um certo lugar.
- Como você sabe? No site não especificou nada. - O olhei desconfiada.
- É... Não sei, imagino que um sanatório não seria construído dentro do povoado. - Ele disse e começou a andar até lá inquieto. Suspirei e o segui.
* * *
- Eis aqui... O Sanatório Beauregard! - Thomas deu um salto a frente erguendo as mãos de forma dramática. Revirei os olhos sorrindo.
- Por onde entramos? - Perguntei olhando ao redor. Thomas deu um empurrão na porta, está na qual se abriu com um rangido.
- Primeiro as damas. - Ele disse segurando a porta, entrei lhe mostrando a lingua e parei no centro de uma grande sala, duas escadas de ferro subiam em caracol de dois lados abrindo três galerias lá em cima. Havia uma estatua de mármore de alguma santa no centro da sala, que estava pichada e com algumas partes quebradas. Thomas fechou a porta e parou ao meu lado.
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Fantasium
ParanormalApós anos dos acontecimentos na fatídica férias de inverno da família Western e dos acontecimentos que marcaram a família de uma triste e assombrosa maneira a vida dos únicos filhos sobreviventes, Coraline e Sebastian Western sofre novamente interve...