Fantasium

Epilogo - De volta para casa

Desci do carro logo atrás de Melanie, nossos avós estacionaram o carro e logo todos estávamos na sala de espera da clínica.

- É aqui que estão os Western mais lindos e elegantes de todos? - Sebastian perguntou ao entrar na sala segurando duas malas ( percebi que uma delas provavelmente só tinha livros ), vestido como um adulto de vinte e oito anos como ele é : uma camiseta dos Power Rangers e uma calça rasgada. Era tão especial vê-lo daquele forma depois de tanto tempo que demorei um pouco para me levantar do sofá, corri até ele juntamente com Melanie e nos abraçamos. Juntos, novamente.

O psiquiatra responsável por Sebastian nos ligara na tarde anterior anunciando que Sebastian fizera exames que relataram que de alguma forma, ele estava totalmente são, assim da noite para o dia como ele disse. E ele dissera que a alguns dias já não via, ouvia, ou sonhava com nada. Ele recebeu alta na manhã seguinte.

- Cora. - Sebastian parou na porta de meu quarto e deu batidinhas na porta. - Posso entrar? - Eu estava entretida jogando meu video game e apenas olhei para ele sorrindo e indicando que entrasse com o olhar. Pausei o jogo e me sentei ao seu lado.

- O que é? Ah, e já vou avisando que não fui eu quem comeu o último pedaço da torta de morango! - Ele me olhou sorrindo.

- Não é isso! É que, desde que voltei não pudemos conversar direito sobre... Tudo. Sabe Coraline, você conseguiu o que eu não consegui. Você nos libertou. Não sabe o quanto eu te agradeço.

- Sebastian, eu só consegui alguma coisa porque tive pessoas que me ajudaram. Thomas me ajudou com sua presença, Melanie me fez lutar até o fim para libertá-lá, mamãe me encorajou e me fortaleceu, você, você foi meu maior exemplo. Tudo que você passou no passado era o que eu queria apagar, devolver a você sua vida, todo o tempo que você perdeu naquele hospital, todo o mal que aquelas malditas sombras te fizeram, foi por você que eu consegui me libertar. Não foi só eu ou só o Thomas que conseguimos quebrar a maldição, mas todos nós, Anneliese, Leonard, Mamãe, a mãe de Thomas, Melanie, eu e você. - Eu o abracei ao terminar de falar.

- Vamos combinar uma coisa? - Ele perguntou, fiz que sim.

- Não vamos mais falar sobre nada que envolva isso oky? Sei que nenhum de nós vai conseguir esquecer totalmente mas só de seguirmos em frente sem nos prendermos às más lembranças já será ótimo. - Eu o olhei sorrindo.

- Por mim tudo bem! - Me levantei sorrindo. - E agora... Quem chegar por último é um cabeça de batata! - Corri para o corredor e Sebastian veio correndo atrás de mim rindo.

                       *                    *                    *

- Uau garota! - Thomas pegou minha mão e me girou. - Até que... Você não está nada mal... - Ele me olhou de cima a baixo. Chutei sua canela e coloquei as mãos na cintura.

- Pare com isso! É Dia das bruxas, tenho que estar assustadora... - Peguei o delineador e reforcei o contorno.

- Haha. Contanto que eu ganhe mais M&Ms que você pode estar quão assustadora quiser. - Ele disse saindo de meu quarto. O segui resmungando.

Ficamos indo de rua em rua em meu bairro batendo de porta em porta, só paramos quando nossas sacolas já não cabiam nem mais uma bala. Fomos até a praia e subimos no morro de frente ao farol.

- Sabe as estrelas? - Perguntei a ele. - Sempre pensei que fossem faróis... - Olhei para cima, para o céu estrelado de outubro.

- Para mim as estrelas são muitas coisas... Qualquer coisa que sua imaginação quiser que elas sejam. - Ele disse me olhando sorrindo. - Para mim, são várias Coralines. - O olhei e lhe joguei um tufo de grama.

- Eu queria poder ir para lá... - Suspirei, senti sua mão tocando a minha.

- Você vai. E eu irei junto. Cruzaremos todas as constelações.

- Você é muito bobo...

- E você é uma garota muito levadinha.

- Não diga isso... Eu sou muito forte, voltei da escuridão sozinha. - Ele riu e encarou o farol.

- Eu te tirei de lá...

- Grande coisa, Beauregard! - Lhe dei um soco de leve no braço. Ele me empurrou no chão e se debruçou sobre mim me fazendo cócegas.

- Calada Western! Você fica linda quando não fala nada! - Mostrei a língua para ele.

- Me obrigue a me calar! - Disse sorrindo.

Thomas se aproxima de meu rosto. E olha para você, isso mesmo você que está lendo isso, é ! Você mesmo jovenzinho ou jovenzinha!

- Achou que eu ia beijá-lá não é? - Thomas te diz. - Mas isso não vai estar nessa história, imagine você mesmo o que acontece depois! - Ele dá uma piscadela.

- Seu petulante! - Coraline o empurra. - Ah, e obrigado por ler até aqui, ficamos felizes em ter compartilhado nossa história com você! - Thomas a levanta.

- Vamos! Sua avó disse que faria pizza! - Ele a pega pela mão e a arrasta.

- Tchau! - Coraline acena. - E não se esqueça...

A sombra está em todo lugar...