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                Frederico Borges

Fred, sua palestra foi tão boa quanto era a do Mário! — parabeniza-me, Clécio.

— Obrigado, Clécio, sempre que precisar de um palestrante estarei a disposição! — digo sincero, eu realmente gostei de palestrar.

— Por falar nisso — começa sem jeito. — se não for muito incômodo, ou se você não tiver nenhum compromisso, você poderia vir semana que vem? É que como hoje foi o primeiro dia, muitos alunos não vieram, então para que a maioria tenha a oportunidade de ver...

— Claro, venho sim! — digo de imediato. — Será um prazer!

— Então nos veremos semana que vem! —diz animado. — E novamente obrigado, Fred.

—Imagine, eu que agradeço. Adorei continuar algo que meu pai começou.

Depois disso Clécio, o senhor de sessenta e poucos anos, se despediu e eu aproveitei para andar e relembrar um pouco da minha antiga faculdade.

Lembro-me perfeitamente do dia em que passei no vestibular, na mesma faculdade que meu pai cursou, ele havia ficado tão feliz. Orgulhoso, foi como ele ficou...

— Oi! — diz uma garota morena, olhos amêndoas e os cabelos cacheados. Ela é realmente bonita!

— Oi. — digo depois de olha-la mais atentamente.

— Eu queria parabeniza-lo pela ótima palestra, eu achei muito proveitosa. — diz corando.

— Obrigado! Espero que consiga colocar em prática as dicas que dei.

— Sim, com certeza, eu irei colocá-las em prática. — diz colocando as mãos nos bolsos de trás da sua justa calça jeans, evidenciando assim, seus seios. — A propósito eu me chamo Lorena. —diz me tirando dos devaneios em que eu me encontrava, envolvendo nós dois.

— Prazer, Frederico.  —digo esticando minha mão em cumprimento.

—Eu sei. — disse retribuindo o aperto. — Então... na verdade não era só para parabeniza-lo que eu te procurei...

— Então era para mais o quê? —Sorrio.

— É que eu fiquei em dúvida sobre algumas coisas que você disse...

— E por que você não perguntou lá, como alguns alunos fizeram?

— É que eu sou meia tímida, entende? — Tímida? Sei...

— Entendo perfeitamente. — sorrio sarcástico.

— E por esse motivo, vim pedir seu número, para eu poder tirar todas as minhas dúvidas.

—Claro! Passo sim. — quando digo isso vejo seus olhos brilharem. Mas é óbvio que não é para essa finalidade que ela quer o meu número.

Depois de passar meu número para Lorena, eu vou direto para a empresa. Não posso ficar nem um dia longe da empresa que meu pai fundou . Nunca negligenciaria algo que meu pai deixou para mim e minha mãe.

***

— Senhor Borges? — diz dona Mirtes depois de entrar em minha sala.

—Sim?

— A senhorita Gabriela Siqueira está aqui e quer falar com o senhor. — Bufo ao ouvir o nome da patricinha. Tudo o que eu menos queria nesse momento era essa insuportável me procurando .

—Mande-a entra Mirtes.

— Sim senhor, com licença. — e dizendo isso ela abre mais um pouco a porta e assim o furacão Gabriela entra.

Mentira ApaixonanteOnde histórias criam vida. Descubra agora