Capítulo 2

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(Elsa)

-- Elsa, se arruma para ir pra escola! Suas malas estão no carro e seu material também!

Meu tio bate em minha porta. E ainda estou muito nervosa por ser a primeira vez durante anos que saio do Palácio, que vou ver muitas pessoas e não poder ter algum lugar seguro para eu correr se tudo der errado. Acabei de congelar o quarto inteiro por causa disso, meu coração não se aquieta assim como a minha mente... e se meus poderes saírem do controle na nova escola? O que eu vou fazer?

Não!

Recuso-me a remoer sobre isso. Tudo dará certo. Toda essa ansiedade é por causa da minha mente fértil. Se eu relaxar, tudo dará certo.

-- Me cobrir, não sentir, nunca saberão... -- começo a andar em círculos pelo meu quarto respirando fundo, tentando me acalmar.

-- Elsa... - meu tio bate na porta novamente -- Você está pronta?

-- Estou. - respondo, imediatamente.

Com tais pensamentos em mente, visto minhas típicas luvas azuis, as que aquecem minhas gélidas mãos todos os dias. Respiro fundo três vezes, antes de deslizar meus dedos pela maçaneta e abrir a porta. A luz do dia vindo de fora do meu quarto parece estranhamente diferente, sendo que é a mesma que entra pela minha janela todos os dias.

-- Elsa! -- Anna corre e me abraça.

-- Anna... -- sinto uma pontada fria em meu peito que me deixa paralisada por poucos segundos.

-- Que saudade, mana. -- Anna me apertou com mais força contra seu corpo.

Se eu ficar calma, tudo ficará bem.

-- Também senti! -- sorrio.

-- Temos que botar a conversa em di... -- Anna pega em minhas mãos assim que desfaz o abraço.

-- Não! -- grito, puxando minhas próprias mãos.

-- Qual o problema, Elsa?

A visão de Anna caída no chão, inconsciente e gélida, e uma mecha de seus cabelos ficando branca, passou de imediato pela minha mente.

Pare de me pregar peças, mente! Eu já sou crescida, sei controlar -- mais ou menos -- meus poderes e isso não acontecerá novamente. Eu sei me conter .

-- Nada... Bem, vamos para a carruagem. Podemos conversar no caminho.

Endireitei a postura andando pelos corredores enquanto Anna ainda me olhava confusa mas tagarelava sem parar.

Chegamos aos portões, que depois de anos foram abertos, mas apenas para nossa saída. E logo, fomos recebidas por uma imensa quantidade de cidadãos de Arendelle.

-- Você está animada para a escola? Porque eu estou super!

-- Sim, será uma experiência interessante.

-- Elsa, não precisa ser tão formal comigo, sabe? Somos irmãs e podemos confiar uma na outra sempre! E além do...

Anna continuou a tagarelar durante toda a viagem, porém a partir de um certo momento eu só acenava com a cabeça para certifica-la de que a estava ouvindo. Minha mente ainda era uma perturbação, criando cenários fictícios onde meus poderes saiam do controle, mal me deixava respirar direito ou que eu me sentisse confortável em meu assento.

Antes que eu percebesse, tínhamos parado e o cocheiro anunciou que tínhamos chegado a escola.

-- Muitíssimo obrigada, Afonso! -- Anna praticamente gritou dando pequenos saltos no mesmo lugar.

-- Vou avisar a secretária da escola e levarei suas malas para seus quartos. Podem conhecer a escola, se preferirem. -- o cocheiro deu um sorriso gentil, mas cansado.

-- Você é incrível, Afonso! -- Anna pulou para fora da carruagem, olhando ao redor.

O cocheiro deu um sorriso satisfeito e logo saiu também. Respirei fundo mais uma vez.

É agora!

A porta da carruagem ao meu lado foi aberta e finalmente meus pés se encontraram com o chão.

Anna saiu correndo em disparava em meio a multidão de alunos.

-- Por uma vez na eternidade... -- cantava, como um pássaro enquanto outros a olhavam espantados.

-- Anna! -- tentei grita-la mas minha voz acabou saindo muito discreta.

Comecei a andar rápido tentando alcança-la enquanto rodapiava ao redor de um dos postes de luz, mas foi uma tentativa falha, assim que cheguei perto, ela disparou para dentro da Instituição. Então corri o mais rápido que podia, o mais rápido que podia ir sem cair ou tropeçar nos meus próprios saltou ou vestido.

Meus coração estava disparado, e foi aí que minha mente se voltou para meus pensamentos obscuros sobre meus poderes.

Senti meu corpo batendo em algo ou alguém, não sei muito bem pois nao prestei atenção mais a minha volta.

  - Oh sinto muito, você está bem? - um estranho me oferece sua mão.

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