Tem tudo para se transformar num viral, até ser substituído por um cavalo que dança Mamolengo.
- Seu amigo é divertido - disse Ane pra passar o tempo.
Divertido o escambau, é um empata-foda - pensou Kadu, mas respondeu apenas:
- Oh, hilário! O novo Leandro Rassum.
Ela riu.
- Pior que lembra um pouco mesmo. Se ele cortar aquele bigodinho ridículo, é claro.
Quando entraram no estacionamento, por força de hábito cada um foi na direção do seu respectivo veículo. Todos riram.
- Podemos ir no meu? - disse ela.
- No seu? - Kadu coçou a cabeça. - Sério? Mas aí como eu faço para voltar?
- Tem ônibus de 20 em 20 minutos. Eu pago.
Kadu ficou parado, sem saber o que responder.
- Já sei o que podemos fazer - intrometeu-se Jacques. - Vocês dois vão no carro dela e eu
vou atrás com o meu. Resolvido.
- Perfeito! - ela olhou para Kadu, esperando a reação dele.
- Até que você não é tão burro quanto parece - e sorriu.
- O que seria de vocês se mim, não é? Je sauvé la nuit.
Ane deu a chave do seu Uno branco para Kadu. A definição de Jacques sobre o carro foi
mesmo precisa. O carro parecia uma geladeira com rodas, além de estar cheio de arranhões no lado do motorista.- Viu só o que aquele filho da mãe o que ele fez no meu carrinho?
- Você quis dizer o motoqueiro ou o tempo?
- Seu bobo! - ela deu um soco de leve no braço dele. - Meu carro pode ser velho, mas é meu e está quitado. Tem muita gente que vem pra aula de carro importado, mas não tem como pagar.
- O meu também está quitado - defendeu-se Kadu, abrindo a porta do motorista.
- Não falei de você - ela entrou pelo lado do carona.
Jacques parou com o seu Peugeot 206 azul turquesa ao lado deles, olhou para os arranhões edisse para Ane:
- Caraca, você se envolveu em algum acidente com moto?
Ane olhou assustada para Kadu, dizendo:
- Nossa, você já contou para ele sobre o motoqueiro?
- Pior que não. Ele manja tudo sobre carros, inclusive marcas, amassados e o que mais você imaginar sobre o assunto. Se bobear ele consegue até dizer qual a marca da moto do maluco.
- Sério? - e olhou para Jacques. - Oh, que tipo de moto faria uns arranhões como estes?
- Eu diria que foi uma Honda 125, ano 1978.
- UAU! 😲
- Estou zoando, mina. Não sou CSI, né?
Ela riu, meio envergonhada.
- Vamos pela Via Dutra, certo? - perguntou Jacques para Kadu.
- Sim - e olhou para o lado do carona. Anelize estava balançando o dedo indicador, fazendo
sinal que não. - Não? Não vamos pela Dutra?
- Perdão, esqueci de lhe contar. Eu ...não consigo.
- Você não dirige na Dutra? Não tem problema, sou eu que vou diri ...
- Meu pai morreu lá - ela o interrompeu. - Desde então eu nunca mais cheguei perto daque-
le lugar, nem dirigindo nem como carona. É foda. Eu simplesmente não consigo. Perdoe-me, podemos ir pela estrada velha? Mesmo depois de tudo o que passei esta noite, ainda prefiro ir por lá.Os olhos dela já derramavam algumas lágrimas.
- Tudo bem, vamos por onde você quiser - e Kadu fez sinal de negativo para Jacques, depois disse: - Vamos pela estrada velha mesmo.
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Motoqueiro Misterioso
HorrorUma História De Terror Assustadora Para Deixar Você Acordada A Noite Inteira E Espero Que Vocês Gostem Do Livro ♡