VII- Como cão e gato

6.2K 503 9
                                    

Anne

Um clarão e eu via meus pais gritando em desespero dentro de um avião caindo, minha mãe gritava meu nome eu tentava segurar a mão dela mas não conseguia,  quanto mais eu tentava me aproximar mais longe eu ficava, foi aí que tudo explodiu,  
Nãoooooo! Mãe, pai nãoooooo
Então senti alguém me sacudindo e me chamando, abri os olhos e pensei estar delirando, no susto e me deparei com a imensidão azul daqueles olhos, parecia sonho ainda, não tinha como não olhar, parecia um anjo,  mas aí a ficha caiu, ele ficou me encarando meio que sem saber muito o que fazer, será que eu estava sonhando de novo? estava paralisada encarando ele, sentia medo, vergonha, e ao mesmo tempo pensava que tinha ficado louca de vez, só podia ser, então comecei a mover a cabeça devagar olhando para os lados, Aiiiiii meu santo Antônio das desesperadaaaas! Eu comecei a gritar loucamente.
Me solta, seu sequestrador de mulheres indefesas, o que pensa que esta fazendo? Ele me segurou e tentou me acalmar mais eu o empurrei de perto de mim e me levantei para sair correndo, dei apenas alguns passos e minha cabeça girou meu corpo estava dolorido e eu tive que voltar e me apoiar na cama, para não cair, me sentei na cama, quando percebi que estava apenas vestida com uma camisa de manga comprida com duas cores escrita radade, senti que estava sem calcinha meu corpo doía todo, então ele ia se aproximar de mim e eu tive outro ataque.

_Não chega perto de mim!!! Você me estuprou? Me sequestrou? Me trouxe pra cá e ainda me apagou? 

Meu Deus, seria possível que aquilo estivesse acontecendo?  
Ele se aproximou mais, eu me arrastei para o outro lado da cama onde alcancei um abajur velho, peguei ele e tentei atirar nele mais minha cabeça girou de novo, ele gritou para que eu tivesse calma, tentando se explicar, droga ele não seria louco de ter me sequestrado e me levado pra ali e abusado de mim? Seria? Droga! Eu não me lembrava de nada então minha cabeça doeu muito forte e eu cai de novo, só senti ser amparada por seus braços fortes então eu apaguei de novo.

Jhorge

Ela parecia bem estava dormindo tranquilamente de repente começou a ter uns trem esquisito e gritar algumas coisas sobre o pai e a mãe desesperada, devia esta tendo algum pesadelo, me aproximei para acordá-la, parecia muito assustada, chacolhei ela um pouco, então ela abriu os olhos ainda respirando o medo que transparecia em seus olhos, não sei o que tinha se passado, mas ela precisava de mim, era o que eu pensava.
Engano meu, de repente ela começou a gritar feito louca me empurrou e disse que eu a havia sequestrado meu Deus! E ainda estuprado ela, só podia ser loucura, tentei acalma-la para me explicar, mas ela  se afastou, levantou e foi em direção a porta, de repente parou e deu uma cambaleada tentei me aproximar de novo para ajudar, mas ela gritou de novo comigo e se arrastou pro outro lado da cama eu vi que estava confusa, parecia um potro novo de cavalo de tão arisca, cheguei mais perto, então ela pegou um abajur e ia atirar em mim, meu Deus, ou ela era louca ou ela precisava urgentemente de um médico, foi aí que confirmei que a segunda opção seria óbvia, porque ela caiu desmaiada de novo, graças a Deus consegui segurá-la antes de chegar ao chão. Tão brava e tão frágil.

Deitei ela na cama, precisava ir até a fazenda, ligar para o hospital para ver se algum médico poderia vir atendê-la, levá-la até a cidade demoraria muito, afinal meu carro ainda estava atolado, ainda por cima tinha o fato de que a chuva não tinha parado por completo, só havia amenizado um pouco .
Quando olhei pra ela percebi que tremia e falava umas coisas meio sem sentido, não poderia deixá-la ali naquela situação sozinha, então me lembrei que quando eu era criança e as vezes eu tinha febre minha vó colocava um pano gelado na nossa testa, dizia que ajudava a baixar a febre, enquanto eu revezava entre molhar o pano e colocar em sua cabeça novamente, eu observava cada traço do seu belo rosto como, como era delicada, a boca tão bem desenhada e carnuda,  os contornos do rosto tão bem feito e a pele macia e aveludada, parecia um anjo frágil, não tinha nada a ver com aquela ruiva brava, provocante, arrogante, e nariz empinado de quando acordava.

Aos poucos a febre foi abaixando, então lentamente ela abriu os olhos, e continuou me olhando desconfiada,  parecia estar meio confusa ainda, eu não sabia se parava e me afastava temendo outro ataque de pelanca, ou se continuava o que estava fazendo como se fosse tudo muito normal, acabei por me afastar um pouco não queria assustá-la, perguntei o mas calmo possível. 

_Está tudo bem?

Laçada por um cowboyOnde histórias criam vida. Descubra agora