A verdade vem a tona

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A tarde de domingo com o Dr Erick estava indo bem, mas hora ou outra ele parecia preocupado com alguma coisa, e quando eu o questionei sobre sua família e sua vida ele simplesmente mudou de assunto, achei estranho, mas sabia que ele não falaria nada, não agora, então resolvi deixar de lado, por hora aproveitamos o passeio pela fazenda e depois nos despedimos e ele foi embora, mas eu passei a noite pensando em tudo o que tinha acontecido, existia um vácuo em toda essa confusão que ninguém estava me contando, e pelo visto todo mundo sabia menos eu, então no dia seguinte fui até o Country bear, Maria com certeza saberia me dizer o que poderia ter acontecido no passado pra acabar nessa confusão, quando ela me contou tudo eu quase tive um enfarte, não conseguia acreditar que fui tão rude com o Jhorge, e nossa o Erick, como pode ser tão mal caráter, eu precisava me desculpar com o Jhorge e ainda tinha o sr José que não me desceu, aquela história de que conhecia o Erick só da cidade, eu precisava de esclarecimentos.
Cheguei até o Jhorge ele estava selando um cavalo, quando se virou, lá estava eu. 

Então ele disse : O que quer aqui? Acho que você não precisa mais de mim pra seus treinos de cavalo, afinal agora já tem um namorado a sua altura não é?

E simplesmente virou as costas e saiu, eu ainda tentei chamá-lo pra tentar me explicar e pedir desculpas, mas ele devia estar muito chateado mesmo e com razão.

Decidi não insistir, fui pra casa, nossa, precisava de um bom banho pra digerir tudo o que tinha acontecido naqueles dias. Estava tão cansada de tudo, quando esse pesadelo iria acabar?
Entrei no banheiro, me sentei no chão embaixo do chuveiro e deixei que a água caísse sobre mim, me lembrei de tudo de como eu era feliz, antes de meus pais morrerem, e de como eu admirava meu pai, achava que fosse o melhor pai do mundo, afinal não me importava o que ele fizesse, o importante era festas salões e roupas caras achava de verdade que isso sim era amor, percebi que agora que nada disso tinha valor, eu sentia mesmo era muita falta deles, e tudo o que eu tinha não preenchia o vazio que tinha em meu peito, aquela dor, só amenizava quando ficava junto ao Jhorge, sentia que alguém se importava de verdade comigo agora, então as lágrimas quentes rolaram sobre o meu rosto misturadas a água do chuveiro, precisava de paz só isso, paz.
Me deitei e dormi vencida pelo cansaço.
No outro dia me levantei um pouco mais revigorada, me arrumei, me olhando no espelho falei comigo mesma, que eu precisava ser forte, que agora seria Deus e eu, e que agora estava pronta pra guerra, desci as escadas e pedi um café bem forte, enquanto eu tomava o café, comecei a raciocinar melhor, precisava armar uma cilada para pegar o maldito Erick, me senti uma idiota por ter sido enganada tão facilmente.
Então a primeira coisa que fiz foi chamar o seu José, precisava que ele me esclarecesse direito algumas coisas.
Mandei que chamassem seu José, então assim que ele entrou, já o percebi diferente, parece que até sabia o teor da conversa e eu não estava enganada quanto a isso, então ele disse, dona Anne, já faz um tempo que eu to querendo conversar um assunto com a senhora.
Então tentei interrompê-lo dizendo que tinha um assunto mais grave sobre o Dr Erick, mas ele continuou, pois é dona Anne, é exatamente sobre ele que eu quero falar, temo ser despedido, mas fiquei calado durante muito tempo já e vejo que a senhorita ta muito próxima a ele, mas devo alertar assim mesmo pelo apreço que sinto pela sinhora.

Então comecei a falar disparada, não precisa seu José eu já descobri tudo, esse tal Erick fez uma atrocidade no passado com a ex namorada, já estou sabendo, e jogou a culpa no Jhorge.
Então o seu José me disse: _Sim Anne mas não foi só isso não, você sabe que seu pai foi dono de muitas fazendas aqui né? Então você nunca se perguntou como ele conseguiu tudo isso?
Ele pressionou todas essas pessoas a venderem suas terras, mas a do Erick era uma das fazendas que ele ainda não tinha, conseguido comprar, por serem próximo a sua família, o que acontece é que o pai do Erick, bebia muito e era viciado em jogos, e numa dessas partidas de jogos o pai do Erick estava muito bêbado,  então seu pai maquinou um plano para conseguir a fazenda deles, desafiou ele a jogar uma partida valendo a escritura da fazenda, e o pai do Erick movido pelo álcool aceitou a proposta, e foi assim que perdeu a fazenda, para seu pai, depois disso, envergonhado diante da família entrou e depressão profunda e acabou se suicidando, só que no dia do enterro o Erick jurou que vingaria
a morte do pai e tudo o que eles haviam perdido, e ele voltou agora só para isso dona Anne, está fazendo coisas muito ruins envolvendo suas fazendas e tudo o que a sinhora tem.
E eu que achava que não poderia ficar mais surpresa, fiquei abismada com tanta coisa, sobre meu pai e sobre o Erick, parecia coisa de novela, mas não era, era bem real e estava acontecendo comigo, como pude ser tão idiota, como? 
Então questionei o seu José o porquê ele não tinha me contado antes, então ele respondeu que foi ameaçado pelo próprio dr Erick, disse que o maldito ameaçou me matar,eu senti meu sangue fervilhar pela cabeça,  se eu o achasse o mataria, movida pelo impulso saí as pressas e o seu Zé atras me pedindo desesperado pra não fazer nada antes de pensar bem, que eu precisava manter a calma, que o Erick podia ser um cara muito frio se quisesse, mas nem dei ouvidos, no caminho liguei pra um novo advogado de São Paulo e expliquei toda história pra ele, mas ele disse que precisava, esclarecer tudo, e contactar a policia federal, que isso podia demorar até dois dias, mas infelizmente eu não tinha todo esse tempo, então liguei para o Erick e disse que eu precisava falar com ele.



Olá cowgirls♥♥
É uma pena dizer isso mais está chegando ao final do livro, será que Anne corre perigo, e o Jhorge será que se esqueceu dela.
Bjokas

Laçada por um cowboyOnde histórias criam vida. Descubra agora