X- Novos rumos

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*Anne

Depois do que aconteceu na cachoeira fiquei pensativa, seria possível? O mesmo homem bruto, selvagem e grosso ser tão delicado e carinhoso? Então fui interrompida pelo seu Zé que dizia:

_ Óia dona Anne, a sinhora me descurpe mais acho que a já escoieu quem vai te ajudar a levar essa fazenda pra frente.

Encarei o seu Zé e pensei no que ele estava dizendo, mas... eu não podia me prender a alguém só por causa de um beijo, ainda mais a um caipira feito ele, era o que eu tentava dizer ao meu subconsciente, mas lá no fundo uma voz gritava para que eu o escolhesse, pelo motivo que eu já sabia, estava apaixonada, porém minha razão dizia que eu precisava manter as aparências e deixar os sentimentos de lado. Não havia como negar, eu até tentava esquecer o que aconteceu com Jhorge, mas volta e meia me pegava pensando em como poderia ser se ficássemos juntos, com aquele beijo, aquele instinto selvagem e protetor, porém acordava do meu transe, precisava esquecê-lo, ia dar um jeito de conhecer o tal Erick que seu Zé vinha falando, o que viria depois eu ainda não sabia, mas seguindo a razão, com certeza eu o escolheria.

Fui para o quarto, precisava descansar, deitei e logo dormi, um sonho, eu estava novamente na cachoeira, e voltei ao momento em que ele segurava com suas mãos fortes o meu corpo, meu corpo se arrepiava a cada mínimo toque, minha roupa estava colada devido a umidade da água e o meu mamilo transparecia pela blusa branca fina, então ele os olhou, como quem vai devorar a presa, olhos cheios de desejo estavam ali, passou o dedo de leve sobre eles de forma que eles se eriçaram ainda mais, um arrepio quente correu pelo meu corpo, ele me beijava com voracidade, meu corpo pedia por mais disso, então eu acordei com um galo maldito cantando, e percebi minha intimidade toda úmida, desejosa por mais, desejosa para que aquilo fosse de verdade, que droga! Tanta coisa pra sonhar, e aquele caipira não me deixa em paz nem em sonhos, chacoalhei a cabeça para afugentar o sonho e as respostas que meu corpo dava a ele, nada que um banho frio não resolveria, então me levantei, fiz minha higiene matinal e decidi achar um lugar na cidade para tomar café.
Quando cheguei a cidade e me sentei a mesa, alguém mandou me servir um cappuccino, poderia desdenhar, mas alguém que teve o bom gosto de me oferecer cappuccino, o meu favorito, mistura de leite, café, canela e creme, devia ser alguém fino, então só por curiosidade perguntei a garçonete quem havia me pago o café, não poderia ser mais um bocó da região tentando me impressionar, então a moça apontou para uma mesa no canto e cochichou com cara de interessada, foi aquele senhor ali da mesa dois, quando eu olhei quase engasguei com o café, meu Deus, que homem era aquele, moreno de mais ou menos 1,80 de altura, não dava pra saber direito porque estava sentado, de terno risca de giz preto, camisa branca e gravata vinho, usava óculos e tinha um olhar arrebatador, apesar do óculos, então ele se levantou e veio em minha direção, enquanto isso eu tentava raciocinar e pensar, ele não devia ser dali, então chegou até mim.

_ Bom dia senhorita Anne, Dr. Erick ao seu dispor.

Estendeu a mão em minha direção, primeiro eu o encarei depois respondi e fiz uma pergunta ao mesmo.

_ Ah err... bom dia Dr. Erick. hã... Erick?? Advogado de minha família?
Então ele se sentou sem ao menos pedir licença e respondeu:
_Sim. Desejo muito acompanhá-la nesse café, assim nos conhecemos melhor e tratamos de alguns assuntos pendentes, tudo bem?
Então claro que concordei né, quem não concordaria, então ele começou a jogar seu charme pra cima de mim, eu nem estava acreditand.
_Anne vou te chamar assim, e você me chame de Erick apenas, sem formalidades.

Então eu confirmei com a cabeça, enquanto bebericava o café ainda meio sem reação e ele continuou.
_é muito raro aqui pelas redondezas ver alguém com a beleza e porte que você tem, só poderia ser alguém que teve a oportunidade de ter uma boa criação, convenhamos tem sangue Clarke não é mesmo?
Então ele deu um sorrisinho de conquistador barato que eu não gostei muito, soava um tanto falso, como se fizesse aquilo sempre, mas eu não podia tratá-lo mal, podia ser só coisa da minha cabeça paranoica, e também, porque tinha planos para com ele. Em seguida tratamos da situação em que o gerente havia deixado a fazenda, o que não era boa coisa ele havia vendido bois e mais bois para o frigorífico e embolsado todo o lucro, precisava dar um jeito logo nessa situação, ele não perdeu a oportunidade de segurar várias vezes a minha mão na tentativa falsa de me demonstrar real interesse pelos problemas que eu estava passando, então ele se levantou e disse:
_Preciso ir princesa, mas se precisar de qualquer coisa, e quando digo qualquer coisa, estou me referindo a tudo mesmo. aiiii cara chato, nem tinha criatividade para uma boa cantada, um tanto atirado para o meu gosto, mas muito bonito e cheiroso por sinal,_ Te darei o prazer da minha presença e acredite é uma coisa que nenhuma mulher dessa cidade recusaria.
Eu sorria por fora, mas por dentro algo me alertava como se existisse uma placa em neon avisando sobre o perigo, que babaca estava se achando, mas sua beleza o compensava por hora, talvez fosse só humor, até que era suportável, poderia pensar no fato de me casar com ele pra salvar a fazenda, e ainda por cima levaria de brinde aquele corpo gostoso. Nos despedimos e ele foi embora.
Então fiz umas compras, resolvi uns negócios, o tempo passou rápido, já estava escurecendo, então resolvi dar uma passadinha no country bear, pedi uma bebida, enquanto isso conversei um pouco com Maria, no meio da conversa ela disse:
_É moça, você tem muita sorte.
Então fiquei curiosa e perguntei o porquê? E ela continuou.
Posso até estar enganada, pois isso raramente acontece, acho que o Jhorge está caidinho por você. Falou isso e deu uma risada, então perguntei.

_ Por que você diz isso?

E ela respondeu.


_Então, ele nunca foi tão grosso com alguém como ele é com você, sempre trata todos muito bem aqui, mas quando se trata de você, parece que as coisas mudam, outro dia ele me contou sobre o acidente que aconteceu com você e quando ele falava os olhos dele brilhavam, vou te dizer uma coisa moça, esse menino já sofreu muito na vida e qualquer menina da região sonha em se casar com ele, então não o faça sofrer.

Fiquei boquiaberta com o que acabei de ouvir, acabei minha bebida e fui pra casa, pensei muito durante o caminho, mas muitas motivos me faziam duvidar da veracidade daquilo, primeiro porque ele devia ser um garanhão devia ter levado Maria na conversa, e outro porque eu nunca mais tinha amado alguém, tive um amor na adolescência mais peguei o garoto com minha melhor amiga na cama então desde esse dia prometi que não amaria homem nenhum e que principalmente não confiaria em mulheres como amigas, isso me levou a ter uma ideia, ia pô-la em prática, iria dar uns amassos no peão, até que ele me ensinasse a andar a cavalo e cuidar da fazenda, enquanto isso levaria o Dr, Erick no banho Maria para situações mais relevantes e formais, e talvez nos casássemos, eu só não contava com o futuro.

Laçada por um cowboyOnde histórias criam vida. Descubra agora