Capítulo 02

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Sem Correção - Yaya Dacosta ( Mika)

Michele

Acordei me sentindo bem. Estranhamente bem. Eu penso que poderia estar melhor se estivesse acordando nos braços do homem que amo. Pensei no dia de ontem... Foi bem engraçado, mas sei que preciso me controlar mais.

Alguém bate à porta, e ouço a voz da Luana me chamando para o café. Olho no relógio e salto da cama. Existem regras na casa. Não temos empregadas, então como cada dia uma de nós ou duas é responsável pelo café, almoço e jantar, não se pode ter atrasos. Abro a porta... Corro até o banheiro e escovo os dentes.

- Como vi que você não descia, achei que estava demorando muito decidi subir.

- Obrigada. – Abracei-a e descemos sorrindo. A primeira pessoa que vi foi àquela vaca sorridente. Do que ela estava rindo a essa hora da manhã? Bruaca. Acabou com minha manhã, mas fingi que não tinha me deixado abalar.

Nos sentamos a Luana e eu e começamos o café eu nem estava falando nada quando a outra começou a me implicar.

- Não vai me contar o motivo da sua felicidade. – Elas iam da cozinha para a sala e da sala para a cozinha fingindo mexer em qualquer coisa de forma que eu ouvisse a conversa. Uma das meninas insistia com a Lucy enquanto isso a Luana que tinha tomado seu café apenas me aguardava.

- Conto a você somente. Não conte a mais ninguém. Ontem quando saímos daqui ele me levou para jantar e depois fomos para um motel.

- "Ele me levou para jantar e depois fomos para um motel". – Imitei-a com uma careta fazendo a Luana sorrir. – É uma metida isso sim. – Achando que eu não estava ouvindo direito elas voltaram para a mesa do café, mesmo que já tivessem tomado o seu.

Elas falaram do tal amante... Incrível e sensual que a levou a loucura e durante toda noite. E ela gritava e rolava pelo chão, eu não me aguentei.

- Como mente assim? – Elas pararam de rir e me encararam.

- Acha mesmo que estou mentindo? Ah claro... Você ainda não sabe nada da vida. Pobrezinha. Ainda não teve um homem que a fizesse gritar de tesão não é amor? – Gargalharam. Tudo bem. Não tive. Ainda... Mas vou ter. E quando eu tiver, vou... Pensei um pouco. Acho que não sairia por aí gritando aos quatro cantos do mundo o que rolou na minha noite com o sujeito.

- Não acha feio o que está fazendo? Contando sua intimidade? Até mesmo para uma...

- Prostituta? Era isso que iria falar? Pois saiba meu amor que ele nunca me tratou assim. É o único homem que nunca me tratou com uma prostituta. Ele me leva geralmente para jantar. A gente anda de braços dados pela praça. – Encostei a mão no rosto e fiquei ouvindo ela contar.

Agora sim... Por a Lucy tinha que ser sempre tão chata? Por que não explorava mais esse seu lado delicado? Poderia até ficar ouvindo-a contar sobre sua aventura dessa forma com a qual estava fazendo.

Ela descrevia o homem perfeito... Cavalheiro. Decente. Que não ligaria para o que fazíamos ali, nem para nosso passado. Mas... De repente ela parou. O JC entrou pela porta da cozinha com vários sacos de supermercados e sempre que ele chega com compras nós precisamos ajuda-lo a tirar do carro.

Deixei minha xícara e fui com elas fazer o que era obrigação de todas nós, uma vez que a casa arcava com nossas despesas e não nos cobrava porcentagem, a não ser quando a gente mesmo queria comer algo diferente que não tinha na despensa, mas isso era raro. O Jota parecia adivinhar o que a gente queria comer. E o Santinni quase sempre trazia coisas diferente. E nos levava ao cinema sempre que possível.

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