Capítulo 17

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Sem Correção...

Jota

Não contei a Michele sobre minha volta ao Brasil, para que ela não se desesperasse, nem fizesse recepção ou algo do tipo. Ela sabe que devo chegar por esses dias, mas não sabe que será hoje. Depois de vinte dias fora de casa. Não foi fácil mantê-la afastada, mas foi necessário.

As investigações sobre a morte do Mister estavam a todo vapor e mais uma envolvida só viria a complicar ainda mais a situação.

A Maliana está viajando conosco, mas deverá ainda voltar aos USA caso a polícia ache necessário sua presença. Deus ajude não seja.

Desembarcamos no aeroporto e o Santinni tinha tudo pronto para irmos para casa. Não sei se a Michele está em casa, quer dizer... Em minha casa, como eu esperava que estivesse ou se está na mansão.

- Precisa que eu te carregue para dentro nos braços, como fazem os recém-casados. – Ironiza meu amigo de todas as horas. Sei que ele se sente ainda muito culpado, mas se não tivesse sido assim, jamais teríamos nos livrado do tal Mister. Nunca desejei a morte de ninguém, mas me sinto de alguma forma aliviado.

- Não somos casados. E se algum dia fizer essa tradição, tenha certeza que não estarei na posição da mocinha. – Ele riu. Joguei a chave para ele que abriu a porta com total cuidado e me esperou entrar. Depois voltou ao carro pegou minhas malas. Levei uma mochila e voltei com duas malas, mas a maioria do que trouxe é para a Michelle.

- Quer que eu veja se tem alguém em casa? As meninas garantiram que ela está dormindo aqui, mas vai que por via das dúvidas hoje ela não tenha vindo.

- Santinni... Dormi aqui sozinho toda minha vida. Se ela não tiver, não será um dia que morrerei. – Sentei-me no sofá. E olhei pela sala. Havia móveis espalhados por onde eu não me lembrava. A casa estava totalmente diferente.

- Nem mesmo subir as escadas...

- Santinni vai embora. – Adverti.

- Lembre-se das condições do médico nos deixar vir embora. Precisa de cuidado e tomar a medicação no horário certo e...

- E não é minha mãe, muito menos minha esposa. Agora vá embora. E leve a Maliana para descansar.

- Ela que espere. Estamos fazendo um favor a ela, não tem que reclamar.

- Santinni, não seja rancoroso.

- Nem sabe o quanto estou com antipatia dessa criatura. Mas já que prometeu que assim que estiver melhor vão leva-la até a Angola. Farei minha parte e vou leva-la para a Milady e dar água e comida.

A cara do Santinni não demostrava mais que a verdade. Conhecia meu amigo a ponto de dizer que ele estava chateado com a Maliana por ela ter mentido em seu primeiro depoimento. Mas ainda estava sobre influencia da devoção que sentia pelo ídolo.

Só depois que entendera, e saíra do estado de doping que havia se lembrando dos detalhes e chegado à conclusão de que ela fora enganada como há muitas ali. Que eram mantidas em cárcere privado. Mas agora... – Levantei-me com um esforço tremendo do sofá e comecei a subir as escadas, depois de trancar a porta após certificar-me que o Santinni havia partido. -... Agora estava tudo bem.

Ao entrar no quarto senti o perfume dela. Que saudades! Encostei a cabeça ao batente da porta para descansar um pouco. Ainda estava fraco e como o próprio Maycon havia dito, estava ali, com várias recomendações e por pura teimosia. Lembro-me das palavras bruscas do médico ao dizer que a responsabilidade seria toda minha se acontecesse alguma complicação.

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