Capítulo 11

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Sem correção...

Michele

Atravessamos os portões da casa inacabada. Sempre tive curiosidade em saber, por que o Jota morava em uma casa enorme como essa e usava somente uma suíte e a cozinha. Um dia a senhora que limpa a casa para ele adoeceu e não pode vir, então vim acompanhando a Lucy e mais duas meninas. Até limpamos toda a casa, mas ele disse que não tinha necessidade, uma vez que não tinha móveis nos demais cômodos.

Ele desceu do carro e deu a volta abrindo a porta para que eu pudesse descer.

- Que lindo Jota. Quem diria que você é um cavalheiro. – Brinquei com ele e desci. – Achei que me levaria a um hotel.

- Para ser preso por pedofilia? – Seu sorriso era quase mágico. Quando foi que passei a gostar desse homem dessa forma? Porque na verdade eu o odiava profundamente.

Ele me encontrou um dia, e eu queria ser livre. Queria curtir a noite e minha vida, uma vez que não tinha ninguém a dar satisfação. E ele veio com u papo de que tinha algo a me oferecer. Eu ia fazer quinze anos e ele me deu uma festa de aniversário.

- Pô cara você é muito louco! – Foram as palavras que eu disse a ele naquele dia. E de presente ele me deu um vestido novo, uma sandália e um anel. – Que coisa mais ridícula. – Foi minha segunda frase. – Mas no fundo eu tinha me sentido tão bem. Ele e o Santinni me acolheram e me separaram dos meus amigos. E depois eu descobri que se tivesse ficado com aquela turma eu não teria sobrevivido muito tempo.

Xandão... Dengo. Neca e Bibi. A Bibi engravidou e depois descobriu que era soropositivo. A criança nem chegou a ver a luz do dia, e poucos meses depois ela faleceu. Neca e Dengo foram presos como traficantes e o Dengo foi assassinado na prisão. O Neca ainda estava preso até quando soube. Xandão... Não gosto de me lembrar dele. Foi ele quem quase me violentou. Dizia-se meu amigo e na primeira oportunidade me jogou sobre a areia da praia e tentou rasgar minha roupa. Se o Santinni não chega, não sei o que seria de mim.

- Arrependida? – A voz rouca e sexy do Jota me trouxe de volta a realidade. Ele estava parado diante da porta esperando que eu entrasse.

- Não Jota. Pode esquecer se estiver esperando que eu me arrependa. E se você se arrepender eu vou matar você. – Ele sorriu e me puxou para seus braços me beijando.

Ouvi o barulho da porta se fechando atrás de nós. E ficamos ali no escuro perdidos um nos braços do outro por um bom tempo.

- Se eu soubesse teria...

- Se você soubesse teria corrido. – Gargalhei. – Ou no mínimo, isso não aconteceria, porque você é o homem mais mole que já vi em minha vida.

- E quantos homens já viu em sua vida? – Ele me soltou e continuou me puxando escada acima.

- Ver eu já vi muitos. Esqueceu-se de que danço para eles todas as noites e que a maioria tenta me tocar todas as noites? Eles tentam mais que você.

- Tentavam porque a partir de hoje quando você deixou bem claro que é minha namorada e eu não aceitar de que volte a dançar novamente. – Empurrei-o para longe de mim.

- Você quer realmente estragar nossa noite não é? – Sim. Ele não me daria essa noite assim tão tranquilamente. – Já sei seu plano. Quer que eu me irrite ao ponto de voltar para casa e você sair vitorioso dizendo que você tentou e eu não quis concluir. – A Luz se acendeu. Ele já estava um pouco mais distante.

Não havia móveis espalhados na sala a não ser por um sofá cinza enorme ali no meio.

- Então está me dizendo que continuará dançando?

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