twenty-eight | she needed you to show her the light.

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Justin Bieber's Point of View.

Manhattan, Nova Iorque, EUA
10h23m AM

            A garotinha percorre o chão de meu quarto enquanto engatinha de maneira rápida para pegar alguns brinquedos que Monroe havia comprado a mando de Selena hoje mais cedo.

Enquanto ele não voltava, ela entrou em meu quarto com a bebê em seu braços e disse para eu ficar com a criança enquanto ela saia para resolver seus assuntos. Sim, eu realmente pensei em protestar, dizer que eu não ficaria com criança alguma, mas, eu gosto de crianças e, bem, era Selena Calhoun na minha frente me pedindo isso.

— Não tire os olhos dela nem por um segundo, Bieber, ou acabo com você. – ela disse se maneira ameaçadora antes de deixar um beijo na bochecha e cabeça da menina antes de passa-lá para os meus braços. – Não se preocupe, ele vai cuidar bem de você, senão ele morre até o fim do dia. – disse sorrindo para a menina, que sorriu de volta sem entender uma palavra se quer.

— Você não deve dizer isso para um bebê, sua idiota. – disse, ela simplesmente revirou os olhos.

— Ela é minha filha, esqueceu?

— Tadinha, vai carregar esse fardo para o resto da vida. – ela riu ironicamente, para então dar um soco bem forte em meu braço, o que me fez segurar na menina com mais força para ela não cair.

Por último, ela disse que tentaria não demorar muito, uma vez que não confiava tanto assim em mim com a menina. Naquele instante eu percebi que Selena já estava desenvolvendo sentimentos pela criança, o que realmente não me surpreende, uma vez que sei que sua vida foi cercada de perdas e traições, portanto, qualquer sinal de algo sólido em sua vida ela se agarra desesperadamente para que nunca se vá.

Pelo menos é o que diz um dos relatórios que tenho sobre ela. Mas, no fim, ela era minha missão e nada ficava entre você e sua missão. Ela criou e fez dessa a única regra da Elite. Acho que é justamente por essa razão que Jordan Danvers a estima e protege tanto. Ela é como sua filha, disso já entendi e todos esses meses que ele conseguiu não foi para protegê-la, definitivamente não, foi para que muitas vidas não fossem perdidas em uma batalha contra ela, que com certeza seria perdida antes mesmo de começar. Disso tenho certeza agora que a conheço.

Mas sei também que aquela mulher guarda muitos segredos e antes mesmo de eles serem expostos ela consegue contornar toda a situação a seu favor. Sempre. Todas às vezes. E, admito, eu tenho uma tremenda queda por ela e tudo que a reapresenta: todo o poder, o perigo que ela representa, a beleza exorbitante e sua total incapacidade de não conseguir esconder quem realmente é. Tudo o que é.

Pego a garotinha em meus braços e me sento com ela em meu colo no chão. Ela me olha de volta. Os olhos castanhos claros refletidos pela luz branca do quarto.

— Não quero nem imaginar como será a sua vida daqui em diante, menina. – falo baixo, recebendo o toque de sua mãozinha quente em minha bochecha. Ela sorri. – O peso de ser um Calhoun é pesado demais e Selena, a sua mãe agora, irá lhe ensinar isso melhor que ninguém se sobrivever para tal. Digo isso pois fui designado para mata-lá. Sim. É isso mesmo. Eu tenho que matar sua mãe em menos de três meses se ela não concordar com os termos da Elite, a antiga organização que ela fazia parte e comandava. Tenho que matar seus tios também, se lutarem contra isso. Sim, eu sei, é horrível, mas é o meu trabalho. Eu sei que se tiverem tempo, você irá ama-la e ela irá amar você de volta, mesmo que no começo ela não admita isso nem para si mesma, mas eu sei do que falo. Passei anos de minha vida estudando e aprendendo sobre tudo o que a torna ela e quer saber? Agora consigo entender que não existe ninguém no mundo que consiga te proteger tão bem quanto ela. Agora entendo e vejo que ela precisava de você tanto quando você precisa dela. Ela precisava de você para mostra-la a luz.

A menininha tira a touca branca de sua própria cabeça e é nesse instante em que olho para a porta e vejo a Calhoun lá, parada, com os braços cruzados e a expressão suave.

— Há quanto tempo está ai?

Ela caminha despreocupada até onde eu estava com sua filha e então se senta ao meu lado, deixando o telefone, que estava em suas mãos, ao lado. A menina estende os braços em sua direção e então ela pega e a menina deita a cabeça em seu ombro, sentido o cheiro dela e a maciez de seus cabelos longos e negros.

— Acha mesmo que eu precisava tanto dela assim? – ela perguntou, constatando o que eu já imaginava: ela havia ouvido todo o meu monólogo.

— O que eu acho é que o destino sempre acontece da maneira que quer acontecer, Selena. – seus olhos castanhos claros estão brilhando nesse momento. Sei que ela está afetada com toda essa história de maternidade tão rápido assim. – Se não fosse para vocês duas pertencer uma a outra não seriam. Toda decisão, todo caminho que pegou e cada ação a trouxeram até esse exato momento com ela. Quando minha sobrinha Star nasceu, Stella passou pelo mesmo que você.

— Sua irmã teve noves meses para aprender sobre o que é um amor dessa magnitude, Comandante. Ela chegou para mim não têm nem vinte e quatro horas.

— Não é sobre tempo, Selena. É sobre conexão. Não entendeu o conceito ainda? Até o exato momento em que o bebê nasce não há certezas, não há clareza, não há exatidão. Antes de Star nascer, Stella iria da-la para a adoção. Nem por um segundo pensou na possibilidade de ficar com ela em nenhum dia durante nove malditos meses, mas quando eu a peguei em meus braços pela primeira vez e ela abriu os olhos me mostrando a profundidade do azul que residia ali eu entendi por que minha irmã fez a escolha de começar a ama-la de volta dali em diante. Elas se pertenciam.

Ela ouvia atentamente tudo o que eu dizia enquanto acariciava os fios escuros e ralos da filha que agora se encontrava em seu colo com o IPhone em suas mãos pequenas.

— Exatamente como vocês duas se pertencem agora. Não, e não é sobre dever ou sobre comprometimento, é sobre tudo o que lhe falta.

— Você deve me matar, mas está aqui me ensinando sobre o amor que devo ter por minha filha. – ela não percebeu o que disse, mas saiu tão naturalmente que não achei prudente comentar. – Que irônico.

— Quer ironia maior do que termos nos beijado e eu ter gostado disso? – ela ficou surpresa, mas notei que passou tão rápido quanto chegou.

— Pensei que me odiasse pelo o que fiz a sua família. – disse, apenas me olhando.

— Eu odiei, no princípio, sim, mais do que qualquer outra coisa, mas então entrei para a Elite. Meu irmão é apenas um soldado e eu sou o Comandante, ninguém além de um pode entender o que abrange ser um. Você foi uma. Não existe direito de escolha, não existe decisão contrária ou uma segunda opção. É apenas aquilo e fim. E sem segundas chances.

Notas da autora:

ALO ALO

esse capítulo foi absolutamente tudo pra mim. começar a desenvolver esse laço entre justin e o bebê é bem importante, uma vez que posteriormente ele será o pai dela e isso diz muito sobre quem ele é. a personalidade dele não foi moldada a cerca de nada, mas sim sobre o fato de eu acreditar que no contexto dessa fanfic ele ter um coração mais bondoso que o de selena, uma vez que ele não chegou nem perto de passar por tudo que ela passou em sua vida e isso os torna pessoas completamente diferentes, mas que encontram motivos para estarem juntas.

all the love.

elite • selena gomez [1]Onde histórias criam vida. Descubra agora