Descobertas

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Chegamos no vilarejo. O sol já tinha tomado conta do céu, muitas pessoas estavam acordadas e algumas estava à nossa procura.

- Olha, são eles. Venham ajudar - Gritou um homem magricelo.

Arief me soltou de seu ombro e me passa pra uma das pessoas que veio nos ajudar. Eu estava indo para dentro da casa, e observei que Arief ia em direção oposta, seguia para as vielas do vilarejo. Observei-o de longe, não estava entendendo. Os cidadãos que vieram procuravam me ajudar a chegar ao meu quarto. Poderia ir só, mas eles preferiam ajudar e estar ali, sendo úteis.

- Consegue ficar de pé? - Falava um rapaz de cabelos compridos, olhos castanhos da cor de barro molhado e que provavelmente tinha à mesma idade que eu.

- Sim, creio que sim. - Dei um risinho de lado, que logo em seguida foi substituído por uma expressão de dor quando o rapaz me deixou em pé com minhas próprias forças.

- Irei buscar algumas coisas para colocar nessas feridas.

Enquanto me dirigia para tomar um banho e trocar aquelas roupas, ele foi buscar curativos, pastas e algo mais de que precisava. Entrei debaixo do chuveiro. Senti a água bater em meu corpo, calma e relaxante. Depois de tudo que passei, aquilo realmente era maravilhoso. Mas em questão de segundos tudo muda, ela entra em minhas feridas, lavando e limpando, aguentei firmemente a dor, porque a dor me fazia sentir como se a água estivesse tirando tudo de ruim que aquele corpo já havia passado. Minutos depois já estava pronto. O rapaz - Cujo nome ainda não sabia - já estava sentado em uma cadeira próxima à porta.

- Desculpe pela demora. - Falei enquanto abria a camisa e sentava na cama.

- Não precisa se desculpar.

Ele coloca uma grande caixa de madeira na cama e começa a pegar faixas e algumas pastas - que eu não sabia para que servia. Ele começou a passar as pastas delicadamente nas grandes aberturas que estavam em meu corpo. Fiz caretas de dor novamente.

- Nunca te vi por aqui, qual é o seu nome mesmo? - Falei enquanto rangia os dentes.

Ele para bruscamente, enquanto um silêncio absurdo o acompanhava. Olho, enquanto ele continuava ali, petrificado. Quando penso em falar novamente, ele me responde.

- Ezaq. - As palavras saíram pesadamente de sua boca.

Me afasto subitamente para trás com tamanho susto que acabo derrubando-o no chão.

- Ezaq? (...)? - Já estava do outro lado da cama, em pé.

O rapaz faz um semblante como de arrependido e, olha para os próprios pés. O silêncio volta, mas é quebrado em seguida.

- Desculpe, não queria assustá-lo. - Ele se levantava. - Já soube de boa parte da história, que você lutou com alguém do mesmo nome que o meu, mas juro que não sou uma pessoa ruim.

Era impossível acreditar naquela história, quando de súbito lembro do homem que apareceu e destruiu Ezaq. Ele falou um nome. Levei alguns minutos para lembrar, até que dei um grande grito.

- Milnor, esse era o nome dele! - Ezaq olhava para mim com uma cara de espanto misturada com confusão.

- Desculpe, realmente levei um susto. - Falei enquanto me arrumava de volta na cama.

- Não lhe culpo. - Ele volta a cuidar dos meus ferimentos, que agora sangravam, abertas pelo ato imprudente que tinha acabado de fazer.

Os minutos seguintes em que ele terminava, não saíram uma palavra sequer, nem dele tampouco minhas. Ambos preferimos assim. Ao terminar, ele arruma sua caixa rapidamente e se prepara para sair. Já próximo à porta eu o chamo.

A Última Magia (Pausado Temporariamente)Onde histórias criam vida. Descubra agora