Capítulo 2- The Meaning Of Life

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Muitas vezes dou por mim a perguntar qual é o verdadeiro sentido da vida, a verdade é que nunca obtive uma resposta. Se a vida é assim tão rara, tão preciosa, porque temos que passar metade da mesma a sofrer, a bater com a cabeça no fundo, a sentir uma angustia inexplicável, e para quê? Para no fim sermos alimento para a terra ou mero pó num vaso? Porque temos que passar a vida com a preocupação ou a ambição de ter um bom carro, uma boa casa, roupa de marca, popularidade, se no fim vem a famosa frase do "coitado, era tão boa pessoa". Porque existem pessoa mais importantes que outras? Especialmente quando essa importância é relativa a feitos profissionais, bens materiais, capacidades mentais... Porquê? Porque podem uns ter tudo quando jogaram sujo para o obter? Porque podem as pessoas que tiveram a humildade de não pisar a cara de ninguém para chegar alto ser subjugados à miséria, quando somos todos carne e osso, somos acessórios, somos grãos de areia, não somos nada! É esta a preciosidade da vida? Os estereótipos que endoidecem qualquer um? Porque raio é um contabilista mais respeitado que um agricultor? Pelo dinheiro? Pelos estudos? A maior diferença é que um agricultor produz alimento, um contabilista gere dinheiro. Sem qual deles a nossa vida iria ser mais vazia? A vida é para ser vivida, não para ser sofrida, a vida é para amar, viajar, dançar, cantar, rir, passear, dar importância ás pequenas boas coisas, como uma anedota, uma flor que colheram de um jardim embora esteja murcha, sabemos que estávamos no pensamento da pessoa, deixar marcas, fazer o bem, nem todos temos a capacidade de mudar o mundo, mas todos temos a capacidade de mudar o dia de alguém, com um simples sorriso, com apenas duas palavras podemos mover obstáculos na vida de alguém, e no fim do dia, não é gratificante saber que há alguém que está feliz por causa de nós?
Então porque temos nós a mania de julgar e rebaixar as pessoas! Para nos sentirmos melhor connosco próprios? Que vidas vazias, que mentes fechadas nós somos ...


Mais um dia à procura de um emprego. Decido deixar o meu currículo em todas as pequenas lojas que encontro, embora me olha com desprezo. Tentei sorrir, e mostrar que posso ser uma pessoa amigável, mas os ditos e mexericos passam pela toda aldeia. Já tentei trabalhar em empregada doméstica, ou algo parecido para me sustentar ou só mesmo para pagar a renda. Mas nada resultou até agora, nada corre-me bem, e penso que nunca irá correr. Esses pensamentos negativos percorrem a minha cabeça enquanto estou dentro de um café à espera que a empregada me dirija a palavra se poderei ter hipóteses ou não.

Já seria três da tarde quando desisto e sigo o caminho para a casa do Jason, a estas horas ele ainda não teria ido a trabalhar.

Quando cheguei à casa dele, ele insistiu para que eu veja com ele um filme enquanto não vai trabalhar. Decido então acompanha-lo naquela sessão de cinema, puxo suavemente a manta que estaria sobre ele, enquanto ele me puxaria em direção ao seu peito. Clica no play, e ficamos assim durante algum tempo, até porque hoje iria fazer o turno da noite, e só iria as 9 horas.

Quando olho para a varanda da sala, reparo que já não se via o sol.

- É melhor ires para casa -diz-me desligando a TV

- Mas estou aqui tão bem- rio-me - Nunca ninguém te disse que eras confortável?- Brinco com ele.

Por fim tiro a minha cabeça do seu peito, e fico sentada. Ele levanta-se e estende-me a mão. Agarro-a e ele puxa-me para junto dele.

- Sua preguiçosa- diz a rir-se

- Não sou preguiçosa, só não me apetece ir para casa

Ele agarra em mim como se fosse um saco de batatas e leva-me até a porta

- Vai, desanda da minha casa- ordena a rir-se

- Então põe-me no chão!! - ordeno, e ele assim o faz

Abro a porta, e dou-lhe um grande abraço. Ele diz-me ao ouvido que me adora e vou-me embora.

Eu sei perfeitamente porque queria que eu fosse já embora. Dizem que anda por aí uns assaltantes, e ele como muito protetor que é, não quer que eu ande muito tarde a passear pelos caminhos estreitos desta nossa terra. Mas eu não tenho medo ... até porque eu conheço as pessoas em questão, eu sei que eles não me fariam mal, e eles são como eu, tentaram arranjar emprego, mas não conseguiram devido ao aspeto deles. E como têm de sustentar a família, eles tiveram de seguir algum caminho, que se eu segui-se o mesmo, o Jason iria ficar muito desiludido comigo.

A vida por vezes sujeita-nos a muitas dificuldades, e cada resolve-a à sua maneira, mas eu ainda não sei como irei resolve-la ...

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