Ela retribui e continuamos nos beijamos por algum tempo.
— Nick... — Ela me empurra mas sem força. — O que a gente tá fazendo?
— Eu não sei. — A encaro.
Scart não era a primeira garota que eu beijava, já fiquei com algumas meninas antes mas nunca foi nada muito sério, uma vez já até cheguei a dar um beijo na Carey, devíamos ter uns 14 anos e não sabíamos muito bem se o que sentíamos um pelo outro era só amizade ou outra coisa. Foi horrível. Mas valeu pela experiência já que foi meu primeiro.
— Me desculpe. — Digo mesmo sabendo que ela também queria me beijar.
— Não é isso, é só que... — Ela ri. — Porra Nick! Achei que você não ia fazer isso nunca.
Sorrio e a beijo novamente.
Alguém se aproxima dela e nós paramos.
— Scart, eu já vou indo. Depois a gente se fala. — Uma das garotas que estava no carro se despede e segue para fora da casa.
Scart acena e diz:
— Estou com sede, vou pegar alguma coisa pra gente beber.
Enquanto ela vai pego meu celular e checo minhas mensagens. Vejo uma de Carey e do Lance mas não as leio. Coloco no bolso assim que ela retorna:
— Vodka pra você e vodka pra mim. — Ele me entrega um dos copos e brindamos antes de virar.
Nunca fui muito forte para bebidas e também nunca gostei do gosto que elas têm, mas nessa noite tudo o que eu preciso é de algo pra me fazer esquecer.
— Você diz que não dança, mas eu já te vi dançando. — Ela começa a fazer alguns movimentos estranhos e eu me recordo da festa da escola.
— Ah! Aquilo?
— Você parecia estar se divertindo com aquela garota.
— Foi legal, ela é legal... Mas não é como se eu realmente soubesse dançar.
— Eu amo dançar.
— Eu já percebi. — Digo rindo.
— Eu já fui dançarina, sabe...
— E por que não é mais?
Ela me puxa pelo braço e me beija, ela dança e eu a deixo me levar.
— Onde você conhece essas pessoas? — Pergunto olhando ao meu redor.
— A maioria eu não conheço. São amigos de amigos.
— Que maravilha!
— É, meu antigo namorado costumava me apresentar essas pessoas.
— O que me deu um soco?
— Esse idiota mesmo.
— Então existe uma chance de que ele venha aqui hoje?
— Não sei, acho que não. Quer dizer, não terminamos muito bem... — Ela sorri pra mim enquanto pula ao som da música.
— Talvez devêssemos sair daqui então...
— Eu não vou transar com você.
— Eu não disse isso. — A encaro e seguro sua cintura. — Não tô afim de ver seu ex aqui, e aposto que ele também não tá muito afim de me ver.
— Foda-se ele! Ele era um merda! — Ela retira os meus braços de sua cintura. — Você precisa de mais álcool.
— Não, eu acho que pra mim já tá bom...
Ela ri e pega um copo na mão de uma garota.
— Só mais um. Essa noite você só tem que se divertir. — Penso em rejeitar mas a observo, seus olhos ainda brilham no escuro e quando as luzes do globo batem eles se tornam uma explosão de cores. Ela me desperta sentimentos. Ela sabe me fazer querê-la. E eu a deixo me levar.
— Só mais esse. — Respondo pegando o copo de sua mão e o virando.
Sinto o álcool queimar minha garganta. Talvez o último drink seja mesmo o mais forte pois esse desce como um vulcão em erupção.
Ela pega um cigarro da bolsa e o acende.
Vejo que outras pessoas estão fumando mas não me importo tanto com o cheiro que já domina o lugar. Sinto o ambiente ficando pesado e a escuto dizer palavras que não consigo compreender.
Me desequilibro por um instante.
— Nick! — Ela segura meu rosto e posso ouvi-la rindo. — Há quanto tempo você não bebe?
Tento me equilibrar novamente.
— Há muito. — Esfrego o rosto. — Porra! Isso é algum licor do capeta? — digo tentando sorrir.
— Talvez... — Ela retribui a risada.
— Você quer se sentar um pouco?
— Não, não... Só vamos lá pra fora.
Ela segura em meu braço e começa a me levar. Ela se senta e tira sua bota:
— Sabe o que pode ajudar Nick? Nadar.
A encaro tentando retomar meus sentidos.
— Nadar? Sério? Eu ainda não estou nesse nível. — Ela ri.
— Bom, você tem alguma ideia melhor? Ela coloca os pés na água e volta a fumar seu cigarro.
— É claro! Nadar é uma ótima ideia, assim como fumar maconha ou ficar pelado no meio de estranhos...
Ela me olha com um sorriso malicioso.
— Você já fumou maconha, Nick?
— Não... Nunca tive vontade.
Me sento ao seu lado. Tiro meu tênis que uso desde que acordei e coloco ao lado de sua bota. Pego meu celular do bolso e o enfio dentro do tênis.
Coloco os pés na água e me sento perto dela.
— É pior aqui debaixo.
— É, é... Talvez. — Ela traga o cigarro e retém toda a fumaça pra si.
— Você deveria experimentar.
— Obrigado mas eu passo.
— Talvez você devesse ser mais corajoso.
— Talvez você devesse ter mais medo.
Ela me olha.
— Eu costumava ser como você Nick. Eu tinha um propósito. — Ela faz pausas e usa aspas ao dizer isso.
— Quem disse que eu tenho um propósito? Eu sinceramente, não sei de mais nada.
— A gente nunca sabe... — Dessa vez ela solta a fumaça e o vento faz com que ela venha diretamente no meu rosto. Tusso algumas vezes e ela ri.
Ela me oferece o cigarro e eu o jogo fora.
— Você não precisa disso. Precisa?
— Não. Eu quero isso. — Nos encaramos e ela me puxa para a água.
Caímos na piscina, mergulhamos e nos olhamos por alguns segundos. Ela sobe à superfície antes de mim.
Rimos e nos beijamos.
— Eu realmente estou melhor agora.
— Eu te disse.
— Você é louca, Scart.
— Não somos todos?
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CEBOLAS
RomanceEra um domingo de manhã nublado, Scart gostava de coisas assim. Ela se sentia bem em dias cinzentos tão como em dias chuvosos, ela achava que talvez combinasse mais com seu humor, sem contar que poder usar suéter e blusa de frio arrancavam lhe sorri...