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-Livro legal. -Fernando puxou um assunto qualquer com Isis.
-Achei que não me conhecesse.-Ironizou.
-Ah, esquece isso.
-Olha, só por que nós vamos fazer algumas peças juntos, não quer dizer que temos que nos falar.
-Na verdade, quer dizer sim.
Como vamos ensaiar se você não me dirige uma única palavra?
-Você não está conseguindo separar as coisas.
-Isis, é você que não está conseguindo. Não guarde rancor, isso afeta a alma.
No momento em que o jovem sentou ao seu lado, ela fechou o livro e virou o rosto em sua direção.
-É preciso saber perdoar as pessoas, para não se tornar alguém impiedoso. Eu sei que você sabe a diferença entre desculpa e perdão. Então... me perdoa? Eu fui idiota.
Ela riu.
-É, você foi. Mas tá tudo bem.
-Projetos de prodígio, a aula vai começar, e hoje temos muito o que fazer. -Arielle dizia enquanto levava-os até a sala de ensaio.
Fernando sentiu alívio quando Isis sorriu.
Era sempre o mesmo sorriso.

-

Celina foi até o trabalho, demoraria algumas horas até sua chegada, dessa forma, o caminho estaria liberado para Milena.
A jovem estava sendo motivada pela curiosidade.
Então, em passos rápidos, seguiu para o quarto da tia.
Assim que avistou a cômoda, sentiu mais necessidade ainda de descobrir o que Celina queria esconder.
De fato, aquilo era uma invasão de privacidade, mas mesmo sabendo disso ela continuaria.
Tentou abrir a gaveta onde os papéis estavam, sem sucesso.
É claro, ela não deixaria o objeto aberto se quisesse realmente esconder algo.
Mas era estranho, todas as outras gavetas estavam destrancadas.
Na tentativa de encontrar a chave, a garota andou pelo local e mexeu em todas as coisas.
O resultado foi apenas um: não encontrou nada.
A chave só podia estar com sua tia, ou talvez, no resto da casa.

O Recomeço #Wattys2016Onde histórias criam vida. Descubra agora