Explorando a vizinhança

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      Um mês após o ocorrido com a familia. Eu estava preparado novamente. Já tinha mais resistência e velocidade. Meus treinos com o nosso gigante haviam me tornado alguém mais forte. Seus treinos eram duros. Porém os resultados eram excelentes. Estava caminhando pela muralha olhando os horizontes. Haviam partes que já nasciam grama. Pequenos focos de esperança. Quando os monstros se tornaram maiores e mais fortes.   
     O exercito tomou a decisão de matar todos com mísseis nucleares. Porém o resultado foi uma destruição total. Os humanos que estavam escondidos para se protegerem das explosões surgiram num mundo ferrado. E com monstros por todos os lados. Aos poucos foram criando as fortalezas para se protegerem dos monstros que restaram. Mas eles foram se espalhando por todo o globo. Infelizmente a guerra ainda estava longe de acabar.
     Olhei ao longe para os restos de uma grande cidade. Onde buscávamos suprimentos quando as coisas ficavam difíceis por aqui. Prédios destruídos e queimados ao longe davam um cenário de horror ao nosso mundo. Ela ficava a trinta quilômetros da base. para que não chamasse atenção dos monstros. Ao olhar para uma parte mais distante da cidade vi algo estranho. fogo queimava em algum lugar. Demorei um certo tempo ate processar a nova informação. Haviam duas possibilidades. Gasolina por perto ou vida inteligente. corri até a pessoa que organizava toda aquela merda.

--- JB!!! - Entrei correndo em sua sala como se o mundo estivesse acabando. novamente. Ela estava tomando café de certeza. estava por que agora o cafe estava em sua roupa. Seu olhar me dizia que ela queria me matar. como sempre.

---Acho bom ser importan..

--- Fogo!!! -  Ela se levantou rapidamente alarmada.

--- Onde?!

--- Na cidade!.

--- E onde isso e importante?

--- Pode haver gasolina por algum lugar, ou pessoas.

--- Já devem estar mortas. eu não vou mandar uma equipe lá para...

--- Vou só. - Os olhares dela sempre tem raiva?

--- Você perdeu seu juízo de vez?

--- O que tem a perder?

     Ela ainda me olhava. pesando as consequências ou o gasto com mais um funeral para o pobre idiota. mas eu devo ter algo que faça ela acreditar em mim.. ou se livrar de vez da minha pessoa. Olhando ela me observar e pensar calmamente. me fez notar como era engraçado ela sempre acreditar em mim mesmo eu sempre fazendo besteira. talvez por ela me conhecer a muito tempo. Seu cabelo molhado de café ainda era tão normal. mesmo ela sendo quem era e estando numa posição de grande patente ainda era uma mulher bem bonita. Ela sempre havia cuidado de mim. como uma irmã mais velha.

--- Tem cinco horas.

--- O que?

--- Vá antes que eu mude de ideia.

--- OK! - me virei para sair de sua sala mas ela gritou antes.

--- Não farei outro funeral !. - Corri rindo do seu jeito de mãezona para os andares mais baixos. Lances de escadas até finalmente chegar no hangar. Havia uma sala pequena e dentro dela estava meu maior tesouro. uma Harley modificada e bem mantida por mim. Era minha saída da realidade quando eu dava voltas com ela para pensar um pouco. liguei e abri a porta base do hangar. antes de sair peguei minhas armas, munição e um radio. acelerei e parti para a cidade. o vento em meu rosto me fazia sentir tanta adrenalina. a minha direita bem distante havia o grande lago. que separava a base da ilha onde o projeto estava. a minha esquerda um grande deserto. acelerei muito mais aproveitando cada segundo até finalmente chegar na entrada da cidade.

     Parei a moto e olhei bem ao redor. nenhum movimento. o fogo vinha de umas vinte quadras após a entrada.  acelerei novamente porém prestando atenção a todos os lados. segui em linha reta sem ver nada além de destruição. carros parados e manchas de sangue por todo os lados. tanks do exercito parados e barricadas destruídas. predios caídos e acabados com sinais de batalhas. finalmente encontrei o foco do incêndio depois de alguns minutos. a cidade se mantinha silenciosa. como eu pensava um caminhão de gasolina queimava porém ele não ia servir. talvez o combustível tivesse entrado em combustão espontânea. segui em frente procurando um posto para reabastecer a base. nada.

     Andei por quilômetros sem achar nada até que o destino me deu uma pequena ajuda. quinze quilômetros a leste da entrada havia um mega supermercado. olhei pelas janelas empoeiradas e vi prateleiras cheias. bati no vidro para ver se havia algo lá. nada. bati mais e novamente sem movimento. fui para a moto e continuei a andar. o sol já estava baixando. me faltavam umas uma hora e meia. fui mais rápido procurando algo a mais. nove quilômetros a norte da entrada havia algo mais belo. uma fabrica metalúrgica, deviam ter mapas de onde pegar metal. Nunca fomos muito longe da base. porém se tomasse-mos a a fábrica e o mercado teria-mos muitos mais recursos. o sol já estava bem baixo. nenhum monstro por perto. o dia havia sido produtivo. subi na moto e comecei a voltar por outro caminho para ver se havia algo mais.

Estava vindo pelo lado direito da entrada. no máximo vinte quarteirões de distância. quando ouvi um choro. parei e tentei ouvir melhor. nada. esperei mais alguns minutos. nenhum som fora o do vento. voltei a andar imaginando a reação de JB ao lhe contar tudo. estava pensando em como podia-mos melhorar tudo e como iria-mos fazer para tomar esses locais quando com o canto do olho esquerdo vi uma loja. loja de departamentos. era bom de mais para ser verdade. corri até ela e entrei. bati na parede para ouvir ou ver algo. tudo silencioso. andei até a seção de roupas e vi que estavam em boas condições. sujas e com poeira mas estavam boas. peguei uma sacola e coloquei várias roupas.

Não iria perder a chance de ter coisas novas e exclusivas. tênis all-star, jaquetas de couro, coturnos, camisas e casacos de pele. calças, roupas intimas, meias. tudo o que eu pude pegar. achei a seção de armas. decidi deixar todas lá para pegar algum tempo depois. coloquei a bolsa nas costas e me virei. havia algo mais. uma porta para outra sala. quando abri a porta soltei uma gargalhada muito alta. estantes e mais estantes de livros. de todos os gêneros. Era um paraíso. peguei outra bolsa e enchi com vários livros. coloquei nas costas e fui para a moto. eu estava tão contente que não percebi a escuridão. a noite havia caído. o frio percorreu minha espinha. o vento me passava medo. a noite era inimiga dos homens desde a antiguidade. por não poderem caçar com tanta habilidade como no dia. subi na moto e acelerei sem medo. o vento açoitava meu rosto.

Virei as esquinas e acelerei mais. minha mente devia estar me zoando. sons de carros batendo e gritos.gritos e rugidos. morte. sentia meu corpo tremer e o pior. sentia que estava sendo observado por algo que me espreitava nas sombras. faltava pouco para chegar a entrada quando eu parei e olhei para meu lado. seguindo as ruas no fim de alguns quarteirões eu puder ver uma nuvem negra subindo aos céus. seres pequenos a distância. porém andavam em bandos. lembravam morcegos. tirando o fato de serem assassinos ferozes e ótimos caçadores noturnos. voltei a andar rapidamente. cheguei na entrada da cidade e olhei pelo retrovisor. a fumaça negra, agora gigante se espalhava. indo para mais fundo na cidade. deixei a imagem para trás. Segui para a base, entrei, guardei as coisas e subi. não fui diretamente até a sala de JB. Primeiramente fui olhar no mapa. procurei os lugares onde eu estive. cada um deles. nos mapas haviam legendas mostrando os lugares seguros e explorados até o momento. no mapa mostrava que. da entrada da cidade até setenta quilômetros adiante estava tudo seguro. não haviam explorado totalmente. só uma varredura.

Mas a nuvem negra que eu vi estava somente a vinte quadras da entrada. o que dava no máximo oito quilômetros de distância. ou seja. eles estavam vindo para mais perto da base. e rápido.

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