Sério. Fico pensando como deve ser louco ver as coisas simplesmente como um observador. Olhando a cena e percebendo os detalhes. Como se tudo o que esta acontecendo fosse falso. Eu queria ver desse ângulo. Porque do meu ponto de vista tava tudo uma merda. Primeiro: estava tudo muito lento. Segundo:Minha visão estava turva.
Terceiro:Caralho cade a porra do meu braço?
Via pessoas me tocando e falando mas tudo era estranho. O som. A imagem. Nada fazia sentido. Eu so olhava para o lado e procurava o que devia estar lá. Não sou muito musculoso e meu braço não era de ouro. Muita gente estava pior. Tipo... morta. Mas eu gostava do meu braço cara. E algo que não da pra deixar de lado.
– Erick?!
Olhei para o lado e senti mãos em meu rosto. JB surgiu. Seu rosto tinha manchas de sangue. Seu olhar era preucupado. Ela sempre se preucupa comigo. Talvez seja por eu conhece-la bem. Todos temiam ela bem antes. Quando éramos mais jovens treinavamos juntos. Ela metia medo em todos. Era fria e calculista e não sabia como agir perto das pessoas. Porém, a palavra líder cabia perfeitamente nela. Isso lhe rendeu o lugar no comando e eu. Bom. Sempre fui um cara legal e maluco mas consegui estabelecer uma amizade forte com JB.
Era como uma irmã para mim. Mais velha dois anos. Houvera momentos onde eu quase morri por ser um idiota mas ela sempre me salvara. Em troca disso. Estive sempre ao seu lado. Enfrentei toda a bancada de juízes quando duvidaram de sua capacidade para liderar so por ter 19 anos. Quase fui fuzilado no dia por chamarem ela de fraca e inútil. Estive ao seu lado quando seu braço fora destruido numa explosão causada por uma granada lançada erroneamente por um soldado jovem. E agora ela estava comigo.
– tudo ficará bem...
Tudo sumiu e apaguei.
Acordei. Por uns instantes pensei que estaria na enfermaria novamente. Mas não. Meu corpo estava imerso em água. Havia aparelhos ao meu redor. Fios e sensores acoplados pelo meu corpo. Uma máscara me fazia respirar. Pessoas estavam do lado de fora fazendo anotações e vendo computadores. Haviam médicos e cientistas. A garota morena e o grandão estavam ali. Junto de ayumi e JB. Todos correram quando me viram acordado. Então a água começou a baixar. Tiraram-me da máquina louca e me cobriram.
– onde... o que... mas que caral...
– calma garoto. Tudo está bem agora vamos te explicar. Disse-me um homem velho. Não
muito velho. Devia ter 50. Mas isso era raro. Sério. Devia tirar uma foto desse cara
– acho bom — Falei tentando me levantar porém meu corpo todo era algo mole e desengonçado. Quase cai de cara no chão porém mãos me seguraram e me levantaram. Me jogaram numa cadeira e ouvi a voz do velho novamente.
– mas primeiro uma história. Disse o maluco todo feliz. Por qual motivo ele estaria feliz... e por que havia algo que eu estava esquecendo. Mas dai ja vinha o velho contando um fato real e antigo. Como devia começar uma boa história mesmo? Ah sim, Era uma vez...
– No começo de todo esse inferno os pacientes iniciais somente desenvolveram dores, febres e mudanças de humor. Aos poucos com os monstros surgindo mais e mais vezes e nossos exércitos virando pó. Um grupo de cientistas loucos e gênios atribuiram o gene humano com o gene maldito e buuummm tudo deu certo, eles conseguiram misturar os genes e tornar um so com mutações benéficas que...
– Benéficas?!. Me levantei da cadeira. Meu corpo estava voltando ao normal.
– Sim!!. Disse o velho – Eles ganharam.. como se diz? Ah!! Habilidades incríveis porém morreram nas lutas achando que eram imortais. Não treinaram e fim. Alguns explodiram outros se transformaram. Mas três deles ganharam poderes mas morreram. Triste fim.
– Tá. E o que isso tem haver comigo?
– Erick — JB se aproximou calmamente em minha direção — Olhe seu braço esquerdo. Olhei para o meu braço e....
– Puta que pariu!!. Caralhos alados... eita porra ele voltou!!! Como?! . Olhei ao redor. Todos estavam calmos. Como?! Eu estava sem braço e do nada ele reaparece. Que truque fora aquele? Precisava disso para as minhas cuecas.
– Usamos o gene maldito em você meu jovem. Porém bem mais aprimorado. Então e 100% seguro.
– Como sabem? Ja testaram em humanos?
– Sim — Ayumi surgiu do nada. Seria, fria. Seus olhos pareciam me observar calmamente para que se algo desse errado. Ela como uma grande assassina pudesse concertar. Com balas ou facas. Sei la. — Erick. Precisamos conversar sobre as novidades obscuras do nosso futuro.
E pronto. Pela primeira vez na vida eu havia ficado com medo de simples palavras. Pela primeira vez eu não sabia o que fazer ou o que viria. Aquelas palavras acenderam um fogo de medo que havia se escondido no fundo da minha alma e agora queimava terrívelmente.
- Erick. Você agora e um deles. Não totalmente. Mas agora tem gene mutante. Irá ganhar um upgrade no seu corpo. Será mais rápido, forte, resistente e seus sentidos serão mais apurados.
– isso e loucura.. — minha cabeça doia. Os olhos ardiam. Por algumo motivo eu me sentia deslocado. Era como se algo estivesse errado comigo.
– Minha cabeça doi.
– Seu corpo está se adaptando ao novo gene — disse o velho — logo você estará pronto para usar toda sua capacidade. Que teoricamente não tem limites. Excitado com isso?
– Acho que essa não e a palavra certa. Mas vai ser estranho matar aquelas coisas pensando que agora somos parentes.
JB revirou os olhos. Ela sempre ficara calma com coisas assim. Mas eu preferia ter um braço como o dela todo de metal e estiloso do que ser metade bixo papão. Olhei para ayumi. O sentimento que eu tanto sentia quando lembrava da noite na caverna voltou. Lembrei de como ela me fazia querer pegar uma arma e sair atirando. Agora tudo estava claro. A visão que tive com ela me vigiando na entrada da caverna voltou na minha mente. Claro. Ela estava calma. Me estudando.
– então. Agora somos iguais certo? Todos olharam para ela com atenção. Ela se manteve fria e calma.
– sim. Somos iguais. Dito isso. Saiba que você não irá mudar para pior. Será o mesmo. Com pequenas mudanças internas.
– Tipo vontade de sair fazendo algo louco e subir a adrenalina? Sentir que minha alma quer sair do corpo? Ou algo mais como vontade de matar e extravasar o ódio?
– mudanças de humor. Agora você vai sofrer de instabilidade emocional. Não e algo certo. Porém comigo aconteceu. Deve ser por conta dos seus sentidos estarem apurados.
– nossos... não meu, nem seu. Nossos.
– sim. Nossos.
JB pediu que eu me levantasse. Para ver se tudo estava ok. Me levou com todos da sala para a sala de treino. Me deu roupas de baixo para usar e me mandou entrar na área quadrangular que era a sala de treino.
– Erick. Vamos testar seu corpo. O doutor Ableck me disse que toda sua energia irá sumir rápido por seu organismo ainda não estar totalmente adaptado.
– Ableck? Que nome legal. Sério. Gostei. — então o treino começou. Alguns soldados surgiram. Doze ao todo. Dois me cercaram. Um teste de luta. Humpf. Seria fácil.
– Começar. A voz saiu do auto falante. E eles vieram com tudo pra cima de mim. O da esquerda veio com um chute alto direcionado a minha cabeça já o segundo direcionado para minha coluna. Fácil. Usei aa mãos e desviei os golpes, virei para o primeiro e soquei na cara e o segundo derrubei com um chute giratório acertando sua cabeça. Eles desmairam. O que era um absurdo já que golpes assim so deixam as pessoas tontas. Quando me dei conta todos partiram para minha direção. Meu corpo me empurrava para frente e fui. Corri para eles pulei no primeiro. Dois golpes e virei para o segundo. Meu cerebro desligou e segundos depois meu rosto estava no chão. Meu corpo inteiro doia, mãos me levantaram e me deixaram sentado. Eram Ableck, JB e ayumi. Olhei ao redor. Todos os soldados estavam caídos sendo tratados pelos médicos. Eu havia nocauteado todos e caido a seguir.
– Então rapaz. Foi melhor do que eu imaginei. Deve ter sido divertido. Me conte o que houve. Disse ele com um rosto entusiasmado.
– Não lembro. Tudo se apagou do nada quando fui para cima deles. O que aconteceu?
– venha. Vamos ver a filmagem. Você vai adorar disse Ableck. Fui com eles sendo apoiado. Minha mente estava confusa de mais. E por algum motivo a risada de Ableck ainda ressoava na minha mente.
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Réquiem
Science FictionEm um mundo destruído por monstros mutantes. Sobreviver não é fácil. Lutar para viver e viver para lutar. Essa é a realidade do mundo atual. Cometer erros não e uma boa opção. E nesse cenário pós apocalíptico que se encontra os sobreviventes da Zona...