Flores Da Guerra ( Presságio Sobre O Corona Vírus )

Historias da Guerra part 1

Quando disse que havia morrido três pessoas da minha família, resolvi deixar para falar sobre uma dessas mortes de forma central.

Meu irmão mais velho ( Renato Poller ) se casou com sua esposa, por volta de 1980, depois de dois anos, ano do meu casamento, tiveram uma filha, uma menina linda chamada Helena Poller, a menina nasceu com alguns problemas de saúde e um baixo nível de retardo mental. Era a minha primeira sobrinha e a primeira primeira criança que iria crescer perto dos meus pais depois de mim. Quando toda a bomba do que iria acontecer estourou, tentamos manter a calma, mesmo sabendo que ela tinha grandes chances de ser atingida. tentamos a manter em isolamento absoluto, dentro da casa de nossos pais, meu irmão faria de tudo o que tivesse a teu alcance e eu também estava disposto. Não isso foi logo no começo do que viria a se tornar um grande surto, nesse momento ainda tínhamos nossos empregos, na zona de perigo, mas ainda assim tínhamos, então acabamos nos revezando para atender a todas as necessidades.

lembro perfeitamente de quando chegamos a conclusão de que ela estava com o vírus, estávamos negando a nós mesmos algo que de certa forma era inevitável naquele momento. Estávamos na sala quando ela teve uma crise respiratória, a colocamos para fazer inalação, logo depois a pequena teve uma crise de vomito, e quando já não tinha mais o que colocar pra fora, ficava desinquieta e fraca, se mexia de forma lenta e olhar triste, a colocamos para dormir em um quarto próximo, e nos concentramos na sala. chamamos um medico e usamos parte da economia da família para fazer um diagnostico. Um triste resultado. entramos em pânico, e os próximos dias foram frios. a cada dia nossa família ia ficando mais abalada. Tudo foi tão rápido e depois de uma semana ela já não estava mais entre nós . Meu irmão surtou, minha mãe ficou doente, e eu estava despedaçado, foram dias deprimentes para todos nos, a minha cunhada foi convencida pelo meu irmão a passar alguns dias na casa dos pais dela, logo após a morte da criança, alegando que ela iria se distrair e evitar mais sofrimento.

Dois dias se passaram depois que ela foi ficar com os pais, um semana se passou desde que a criança morreu. Agora já faz um tempo que meu irmão se matou com um tiro na cabeça. Logo depois de uma semana que sua filha faleceu e depois de dois dias que sua esposa foi para a casa dos pais, na tentativa dele de não deixar que ela sofresse com mais uma morte. Outra vez ela morreu, outra vez nossa família morreu !