Saímos do hotel por volta das dezesseis horas. Iríamos seguir viagem em uma van, e o risco de sermos parados por agentes do governo era grande. Escolhemos um horário de pouca movimentação nas vias que iríamos pegar, e estávamos longe do horário de pico. Assim passariamos quase que despercebidos. Estávamos próximo a Catedral metropolitana, dali seguimos em direção a Br-116, passamos por algumas ruas tumultuadas com manifestantes e policiais se confrontando, a situação parecia piorar a cada dia. Para chamar menos atenção, Pietro iniciou o trajeto na direção da van, do seu lado estava Iago. A van por ser de trabalho, tinha alguns adesivos colados na lateral, isso ajudaria bastante no caso de nos depararmos com a policia, Pietro, alegaria estar indo fazer um a viagem a trabalho, atrás seguíamos sentados na parte do assoalho entre os bancos. Situação nada confortável, ainda mais para Sarah que estava esperando um bebe. " Costumávamos passar a maior parte do tempo em silencio e isso me fez perceber que viver em estado de guerra é como morrer todos os dias, existe esperança, mas não vemos o resultado . . . isso infringe em termos que abandonar o melhor que existe em cada um, assim nos tornando mais frios, calculistas e otários ... por estarmos sempre a pensar no futuro, viver para o futuro, sendo que estamos morrendo calados hoje, sempre esperando para que outros façam algo, e por aqui ficamos." Digo isso pelo fato de que passo tanto tempo com a minha mulher, que carrega um filho meu, mas mal falo com ela, mal nos tocamos, e estamos fugindo para viver juntos, isto é viver?
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Flores Da Guerra ( Presságio Sobre O Corona Vírus )
Fiction généraleOutubro de 1983_ Richard Poller e Sarah Poller se casaram ainda jovens, quando ele ainda tinha 22 anos e ela prestes a fazer 21. ...