Prólogo

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Segue revisado e alterado como prometido! Anna e Christian não ficarão juntos inicialmente, apaixonados sim, mas juntos depois de um tempo.

Correndo feito louca, na minha Ferrari F12tdf com a poeira atrás de mim em pleno deserto do Estado do Texas (Grand, Canyon, TX 79015, USA), a exatamente 140 km/h. Correr e escutar o som delicioso dessa máquina cedida pela minha principal patrocinadora, me relaxa! Já que estou a ponto de ter um colapso nervoso. Mas não vejo mais como nervosismo e sim uma necessidade de libertação. Paro na beirada de alguma parte do Grand Canyon e a poeira sobe, mas logo começa a abaixar acalmando no chão e folhas secas empoeiradas das únicas plantas viventes nesse deserto. As únicas luzes acesas, o farol da minha máquina, lua e estrelas. Desligo o carro e desço, passo a mão na porta e deslizo como agradecimento pela bela corrida que me acalmou de certa forma. Subo no capô do carro e sinto o vento frio da noite e a brisa seca ressecando a minha pele, é hoje que isso tudo acaba. Sinto alívio! Na verdade nem sei se dará certo, tantas vezes desafiei a morte, será que hoje consigo? Sem equipamento algum, agora acho que a grande vencedora será ela a morte. Fico na ponta dos pés, abro os braços, mas sinto uma pontada na minha barriga. Instintivamente coloco uma mão na minha barriga para acariciá-los. O outro braço continua esticado ao ar, levanto a cabeça e fico na ponta dos pés com meu tênis.

Ferrari azul, o frio da noite, esfria meu corpo que não está protegido por meu short jeans e minha blusa regata branca. É agora!

- Será o melhor para nós três... Se só um pode viver, melhor morremos os três juntos... - antes começo a fazer um flash de toda a minha vida, a descoberta, os desafios alcançados, os casamentos, a gravidez dela e o acidente... De longe escuto o som da Ducatti dele, presente de um patrocinador. É um som reconfortante, mas desesperador também, já que ele sempre impede de que eu consiga alcançar os meus objetivos. Um grito de longe e ensurdecedor ecoa pelo Canyon, misturado ao som da moto acelerada, nem o barulho e a iluminação me fazem olhar para ele. O grande culpado de tentar me tirar do meu caminho.

- Anastácia! Você não pode fazer isso, a decisão não é só sua! - fala desesperado, uma pontada no meu coração e uma vontade mínima de desistir. Mas não conseguirei suportar ficar sem um deles, prefiro levá-los junto comigo.

- É sim! E você nunca deveria ter interferido no meu caminho, desde o início falei para você ficar longe. - falo e sinto uma lágrima descer no meu rosto. Na verdade sempre quis que ele ficasse longe, mas ao mesmo tempo perto, como se ele fosse a minha âncora.

- Como ficar longe? Antes de respirar, preciso saber se você está bem para continuar deixando meus pulmões ativos. - fala com a voz desesperada. Consigo sorrir mesmo assim, até em uma situação como essa, Christian não consegue ser o mínimo romântico.

- Nem assim Christian você consegue ser romântico. Até me faz sorrir, mas nem isso vai me impedir hoje. Amo você confesso diante dessa deslumbrante natureza, como você sempre quis ouvir, talvez para me humilhar. Mas tudo o que houve foi tão sórdido que amor de nenhum ser vivo é capaz de me impedir de acabar com esse feitiço, maldição, seja lá o que for! – falo quase gritando.

- Não é assim, você não sabe de tudo, precisamos conversar. Agora desce daí! Eles são meus filhos também! - fala e é a primeira vez que escuto sobre os meus filhos sem ser em meus próprios pensamentos.

- São só meus, estão dentro de mim. Não vou deixar ninguém separá-los. Não somos melhor que os outros, Christian. Vai acontecer conosco também e não posso suportar. Deveria me agradecer por sair da sua vida, poderá viver normalmente. - falo e não posso perder a coragem.

- Eu te amo! - falo e olho rapidamente para ele, está chorando, um homem tão forte como Christian Wood. Sinto uma vontade maior ainda de acabar com tudo isso, olho para frente fecho os olhos, abro os dois braços e respiro fundo. Fico na ponta dos pés e me inclino para frente, sinto ser jogada...

- Anastácia!!! - escuto o grito do Christian, mas agora me soltei de qualquer âncora que me prendia. Estou livre, estamos livres meus filhos...

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