Capítulo 01 - Lembranças

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Primeiro capítulo! Estou insegura, mas vamos lá! Essa fic terá um pouco de drama e violência. :0

P.O.V. Anastácia Oak

Três anos antes...

Sabe aquela vontade de testar os seus limites? Sei que pessoas normais, não gostam disso, preferem viver na sua rotina normal e fazer uma viagem para algum lugar diferente nas férias. Eu até que poderia ter sido uma pessoa normal, se não tivesse entrado naquele quarto quando era uma criança e tivesse descoberto esse segredo. Sabe minha vida nunca teria sido normal, acho que esportes radicais é o meu nirvana (nirvana=nas religiões indianas, estado permanente e definitivo de plenitude, felicidade e conhecimento). Hoje estou aqui praticando montanhismo no monte Everest. Meu primo Henry está comigo, os únicos familiares que ainda tenho relação são Henry e minha irmã gêmea a Paula, os únicos que me entendem e querem o meu bem.

- Vamos Anastácia! Que demora! - Henry fala já subindo na parte de gelo da montanha.

- Calma apressadinho, estou pensando na vida. Henry no mês que vem vamos descer de snowboard na parte de traz da montanha? Eu irei, a Ferrary me deu esse desafio, hoje estou apenas mapeando. - falo e Henry me encara.

- Achei que queria passar um tempo com o seu primo. Me enganou Anna, você só pensa em ultrapassar limites, estar sempre ao extremo ou à frente de qualquer um? Você e esse Christian, qualquer hora irão se matar... Eu não quero te perder. Já perdemos muita gente, não me faça ir a mais um velório, por favor. - sei que ele tem razão, mas se eu não viver assim, parece que a morte vai me levar sestou em ao menos eu desafiá-la.

- Desculpe, não quis te enganar. Mas Henry se eu não viver assim no limite o tempo todo eu vou surtar. Você e seu irmão não tem esse problema, nenhum de vocês está marcado para morrer. Entende? Se vou morrer, que seja por algo que eu gosto de fazer, e não passar o resto da minha vida chorando em uma cama achando que esse será o ultimo. Se vou morrer, que seja fazendo algo que vale a pena. - falo para ele, sem emoção alguma, esse assunto já faz parte da minha vida mesmo.

- Não sabemos Anna, Henrique e eu somos uma anomalia nisso tudo, se aconteceu algo assim no passado esconderam de todos. Os Oak's vêem Henrique e Henry como bastardos, o vovô nos falou quando éramos pequenos. Henrique tentou falar com a Paula no mês passado e sua mãe o ameaçou. Faço como você, ignoro a todos eles e vivo a minha vida, não precisamos deles para nada e nem dessa maldição em que só eles acreditam, eu acho que isso tudo são apenas coincidências ou alguma deficiência genética na verdade. Anna, não se mecha, acho que o gelo está cedendo, vamos devagar para o outro lado. Eu vou primeiro por segurança. - estamos pendurados em cordas, subindo a montanha, praticando montanhismo, estamos a 2 km de altura. Como Henry é mais experiente nessa região do que eu resolvo esperar. Sinto os tremores na corda...

- Henry está sentindo isso? Vamos logo. - falo preocupada com ele, não gosto que as pessoas arrisquem a vida perto de mim, basta eu, sozinha arriscar a minha.

- Calma, já passei por isso e não é nada. - fala e em segundos o tremor da corda piora. Henry tem uma expressão de medo.

- Anna se o gelo desabar, não tente resistir, deixe te levar, terá mais chances. Infelizmente ocorrerá uma avalanche em trinta segundos, te encontro lá embaixo, acione o dispositivo de segurança agora. - fala e pensa que não sei fazer isso, sempre me tratando como um bebê.

- Eu te amo Anna, nos vemos daqui a pouco eu prometo. - Henry fala, mas sabe aquela sensação de que está mentindo?

- Henry, não quero te perder, me promete... HENRY.... - uma avalanche nos atinge antes que eu possa falar... Henry ligou o dispositivo dele pude ver, mas não liguei o meu. Sou lançada a leste da montanha e não vejo mais o Henry. Caio no gelo uns cem metros abaixo de onde estávamos, ainda acordada, sinto apenas o peso do gelo sobre o meu corpo. Ainda consigo respirar com o oxigênio que estava usando. Ao lado consigo ver um pouco de luz e sigo, nenhum osso quebrado, nenhum arranhão, nada, apenas cavo a neve e saio. Só me sinto muito cansada, procuro pelo Henry...

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