Capítulo 13 - Deserto interno

103 14 2
                                    

- Srta. Oak, viemos buscar o Sr. Wood onde nos encaminhou e ele não está! Tentamos falar com ele por telefone, mas não atende. Rastreamos a região e não o encontramos. – meu mundo cai, será que houve algo de grave com ele?

- Ok! Vou tentar falar com ele por telefone, estou indo para aí! Mantenha –me informada e chamem o resgate. Onde está a equipe dele? – pergunto desesperada.

- Srta. Oak, ele veio completamente sozinho, há uma semana e meia Sr. Christian Wood não tem contato com ninguém, apenas com a Srta. pelo que me falou. Acionamos o resgate há dez minutos, acalme-se ele ficará bem. – assinto e desligo, preciso tentar falar com ele por telefone. Desse detalhe eu não sabia. Christian está todos esses dias, sem ninguém por perto, só com o meu contato por telefone, mas por quê? Ligo e apenas chama, onde será que ele está? Ligo para a minha equipe que está junto com a dele.

- Cavalo branco, por que Christian está sozinho! Não estamos conseguindo falar com ele. John, estou desesperada! Providencie o avião estou indo para aí agora mesmo. – antes dele falar alguma coisa, chamo a Maria!

Arrumamos nossas coisas e saímos para o aeroporto, Maria brigou comigo por sair assim, mas sei que no fundo ela me entende. O homem que amo pode estar em perigo e não vou ficar de molho em casa enquanto algo terrível pode estar acontecendo com ele. O pior é que são dezesseis horas de vôo, mas não me importo, usarei a comunicação via satélite para não ficar esse tempo todo sem notícias. O avião parece ser de papel de tão lento! Maria pediu para que eu dormisse, mas não consigo. Peço a Deus o tempo inteiro para que Christian fique bem, Maria segura a minha mão o tempo todo. Adormeço e acordo de um pesadelo, eu segurando a mão de Christian, mas o olhar dele está diferente, não parecia ser ele, então o carro explode.

- Menina calma! Já chegamos. Mas não há notícias do rapaz Wood. Vamos descer, o carro está esperando. Um enfermeiro descerá com você no colo. Sem birra, não quero arriscar a sua saúde. – fala e assinto, mas minhas lágrimas não cessam, por que permiti que Christian viesse sozinho a esse desafio? Me sinto muito culpada, se algo acontecer a ele, não sei o que farei.

Entramos no carro e seguimos para o hotel onde Christian e a equipe estão hospedados, liguei novamente para o John e nada ainda, a equipe aérea está procurando e duas equipes por terra, passei três caminhos possíveis que ele poderia ter tomado. Mas por que ele mudou a rota? Chegamos ao hotel e o

enfermeiro que Maria me conseguiu traz uma cadeira de rodas, detesto isso! Só gosto de ser cuidada pelo meu noivo, minhas lágrimas não cessam, continuo com o celular via satélite na mão. Tento ligar mais nada, só chama! Onde você está meu amor? Entramos no hotel, Maria e eu brigamos porque ela quer que eu vá para o quarto descansar o meu pé. Mas quero ir ficar com minha equipe para tentar achá-lo ou tentar ter alguma notícia. Lembro que deixei gravando as imagens por satélite há três dias, terei como saber o que houve com ele. Chegando a sala, dou início à procura facial, será rápido porque não tem pessoas transitando nestes locais. Achei imagens dele depois que desligamos nossa última ligação. Ele entrou na barraca para dormir, mas logo depois saiu, com expressão de dor. Uma cobra! Ele foi picado, ele pega o kit de socorro, injeta o antídoto, mas parece fraco. Ele levanta e sai andando, não entendo para onde. Ele está seguindo, o lado que ele anda é para a terceira rota que enviei a equipe terrestre. Ele está alucinado pelo veneno, sem razão de si mesmo, deve ter sido uma cobra naja, o veneno dela tem um alucinógeno. Avisamos a equipe próxima ao local, mas ainda não o encontraram. Não deixei de analisar as imagens! As cenas seguintes me deixam com o coração palpitando, Christian está a quase vinte horas vagando pelo deserto, a última imagem dele é caindo de uma duna gigantesca. As dunas mudam de lugar conforme a velocidade do vento. Começo a chorar e a suplicar a Deus para que ele esteja bem! Envio a localização para a equipe aérea e para a equipe terrestre mais próxima. Meia hora depois meu rádio chama!

- Águia Branca, achamos o Sr. Wood, está desacordado, mas respira. A equipe aérea está chegando e irá levá-lo ao hospital do centro. Ele estava soterrado até a metade da cintura. É um milagre ele estar vivo. Srta. Oak, se for para o hospital precisa colocar um véu, mulheres sem véu não podem entrar no hospital. Ele está pálido, não conseguimos localizar o local da mordida. Sinto muito! Mas mantenha a esperança, ele ficará bem! – não digo nada, apenas me levanto da cadeira de rodas e grito para chamarem o carro, quero chegar ao hospital antes deles. Maria me entrega um lenço, com a muleta, vou o mais rápido possível. Maria e o enfermeiro vieram comigo, não sei para que tanta frescura por causa de um pé fraturado.

Fico mancando de um lado para o outro, parecendo uma mulçumana com o lenço na cabeça. Depois de quarenta minutos angustiantes, ouvimos o som do helicóptero no teto do hospital. Confesso que meu pé já doe e está bem inchado, mas não ligo, preciso saber como Christian está. Subo com o enfermeiro pelo elevador, deixei Maria embaixo para ir atrás de informações se precisarmos. Chegando ao local, vejo meu noivo todo sujo e muito pálido na maca. Meus olhos se encham de lágrimas, nunca mais quero passar por isso, nunca mais quero que arrisquemos as nossas vidas por desafio nenhum, chega disso! Vamos conseguir outros meios de ajudar quem precisa, assim nunca mais. Chego perto da maca, mas não me deixam tocá-lo, ele precisa de

cuidados rapidamente, não sabemos o estado de saúde dele. Entram com Christian as pressas no hospital, me identifiquei como esposa dele. Não quero ficar longe e as leis aqui são muito rígidas. Meu sogro, veio assim que soube, estava em um safári na África, aproveitando que nossos patrocinadores haviam enviado uma gorda quantia em dinheiro para ajudar os necessitados. Ficamos os quatro, esperando por notícias mais uma hora e nada. Meu pé ficou muito inchado e o enfermeiro solicitou atendimento para mim, mas só vou a qualquer lugar depois de saber que Christian está bem.

- Esposa de Christian Wood? – o médico fala em um inglês cheio de sotaque.

- Sim sou eu! – falo e o pai dele abaixa a cabeça, para não rir, palhaço como sempre.

- A senhora está bem? Seu pé está muito inchado. – o médico fala.

- Quero saber do meu marido. – falo sendo quase grossa.

- Sim claro! Ele sofreu envenenamento venoso, tomou o antídoto a tempo, mas devido à nocividade do veneno o Sr. Wood teve alucinações e ainda está desorientado. Fisicamente está bem, o local da mordida teve que ser retirado, fizemos uma amputação do local. Foi na perna direta cerca de três centímetros de músculo, mas nada muito perceptível. No quadro geral ele está bem, mas terá que ficar no hospital até amanhã pelo menos. Podem ir ao quarto visitá-lo, mas só um poderá passar a noite. – o médico fala mais algumas coisas e vamos encontrar com Christian, um de cada vez. Fomos informados de que quando acordar, a desorientação já terá passado. Entramos um de cada vez, quis ser a última para ficar mais tempo com ele. Mais me arrependi na mesma hora, teria que esperar o pai dele e Maria e mais dez minutos longe dele é terrível para mim.

Demorei né!? Fiquei dodói! ;)

SegredosOnde histórias criam vida. Descubra agora