Capítulo 24 - PARA SEMPRE!

82 13 0
                                    

Dando seguimento agora! Beijos!

- Nada vai te acontecer mais, estou aqui. Te amo! Graças a Deus te achei. – começo a sonhar com Christian falando ao meu ouvido, mas não consigo abrir os olhos.

Tentando acordar de um sonho ruim, mas não consigo, sonho com corredores, como se fosse um labirinto, não sei o que fazer, como sair daqui. Escuto vozes, Maria, Christian, Steven, mas nada do que dizem consigo entender. Aos poucos uma luz forte aparece na minha frente, percebo que são os meus olhos se abrindo, só sinto os meus olhos do meu corpo inteiro. Um teto branco e desfocado a minha frente, aos poucos começo a sentir o meu braço e uma dor latente nele. Consigo mover o meu pescoço, sinto algo gelado bater no meu rosto. Com a visão desfocada vejo alguém sentado ao meu lado em uma poltrona, percebo que essa pessoa se meche.

- Amor você acordou! Ajudem aqui ela acordou! Anna consegue falar? – a voz que tanto ouvi em meus sonhos.

- Christian! Estou em casa? Como cheguei aqui? – mesmo falando rouco e baixo, ele entende, minhas lágrimas não cessam, que alívio.

- Não se esforce, a enfermeira está vindo nos ajudar. Você passou por muita coisa! Estou tão feliz que você acordou. – Christian beija meus lábios de leve. Percebo que ele está com a barba por fazer e cabelo grande.

- Nossa meu amor nem consigo acreditar! Parece que estou sonhando novamente. Quanto tempo tem que estou aqui? Por que estou conectada a tudo isso? – estou com uma sonda no nariz, intravenosas no meu braço e outras que ainda não vi, tenho vontade de levantar.

- Não se levante, você está com sonda. Você está muito debilitada meu amor! Passou por muita coisa. Vamos cuidar de você! Irei cuidar de você e nada vai nos separar. Acalme-se! – Christian fala e me beija. Respiro e me acalmo, quero conversar com Christian, quero saber onde eu estava e quanto tempo fiquei lá. A enfermeira chega e um médico logo depois, estou na minha casa no Texas, reconheço o meu quarto. Me pergunto quanto tempo fiquei desacordada para estar aqui na minha casa com essa mini UTI? O médico faz vários exames em mim, tiraram a sonda e depois de meia hora me liberaram. Aproveitei a ajuda da enfermeira, tomei banho e fiquei sentada na cama, o médico pediu para Christian sair e depois de muita insistência ele saiu. A enfermeira sai e Christian estava esperando na porta, entra me encarando e sorri, sorrio de volta. Mas o que pergunto a seguir não era exatamente o que eu queria dizer, estou meio atordoada ainda, o médico disse que seria normal.

- Estou com saudade de todos, mas eu quero saber como me acharam, onde eu estava? Christian me fala... – sou interrompida por um beijo necessitado e cheio de saudades, minha saudade é maior que a minha curiosidade. Nos beijamos durante muito tempo, até as mãos dele percorrerem meu corpo, interrompo o beijo. Quando fui tomar banho vi o quanto estou magra, pálida e feia. Sinto vergonha, por não ser mais a mesma Anastacia de antes.

- O que foi? Não me rejeita por favor, não sabe como fiquei louco todo esse tempo. Sei que precisamos conversar, mas o que preciso agora são dos seus beijos, depois conversamos... – nossas respirações parecem uma só. Nos beijamos novamente, mas somos interrompidos por batidas na porta.

- Desculpem, mas não consegui esperar, preciso ver a minha menina... – Maria fala e vem me abraçar, abro os braços após Christian assentir e sair. Nos abraçamos e choramos bastante, como senti falta da minha verdadeira mãe. Maria me disse que meu pai havia ido para Chicago e que ao saber que eu havia acordado virá imediatamente com o meu sogro e dona Tereza (Ela acabou perdendo o medo de avião quando Christian foi envenenado. Conversamos um pouco, mas minha curiosidade aumenta quando vejo o tamanho do cabelo da Maria, se ela não fez aplique significa que...

- Quanto tempo fiquei fora? Onde eu estava? Precisam me dizer, Maria seu cabelo está enorme... – Maria se manifesta.

- Fiz promessa de que só cortaria quando você fosse salva. Minha menina... – Maria começa a falar e Christian a interrompe.

- Anastacia, meu amor, você ficou desaparecida durante um ano e meio, a duas semanas está inconsciente. Achamos você na Transilvânia mesmo, mas não tínhamos pista alguma, e como você sumiu à noite o satélite não te achou. Somente um dia que você pulou de um carro e caiu em um Riacho, achamos a pista de onde estaria. Você estava em uma Clínica clandestina para pessoas com problemas mentais. Não sabemos quem te levou para lá, mas tudo indica que... – interrompo o Christian, fiquei atordoada ao saber que perdi mais de um ano da minha vida, calculei errado, foram mais de que alguns meses, quanto tempo eles me deixavam inconsistente? Sei bem quem me sequestrou, me lembro de tudo.

- Isadora, ela me levou para aquele lugar. – falo surpreendendo ambos.

­ - Isadora? Sua mãe biológica? – Maria fala assustada e olha para Christian.

- Isadora! Foi a minha mãe biológica que me sequestrou. - falo Christian e Maria me olham de maneira interrogativa.

- Meu amor você passou por muita coisa, vamos conversar sobre isso depois, precisa se alimentar e descansar um pouco. - Christian fala e percebo que ele não deu a devida atenção sobre Isadora ter me sequestrado.

- Não acredita em mim? Foi ela, no dia que sai do hospital sem falar com você, fui me encontrar com ela. Cai em uma emboscada e me sequestraram, lembro nitidamente de tudo. Isadora me visitava algumas vezes, falando sobre algum tipo de transformação... - Maria me interrompe.

- Minha menina, isso é impossível, todos os passos da Isadora estavam sendo monitorados e algo que você precisa saber prova isso, mas não é o momento... - agora eu a interrompo.

- Não preciso que me poupem de nada, falem logo como me acharam e desconfiam de quem tenha feito isso, apesar de eu mesma saber exatamente quem foi. - falo e ninguém responde por alguns instantes.

- Anna Isadora foi encontrada morta após o enterro dos nossos irmãos. A perícia chegou a conclusão que foi suicídio. Recebemos a informação pouco depois que você saiu do hospital. Sinto muito. - Christian fala cuidadosamente analisando a minha reação, não tenho reação alguma, o que está havendo?

- Morta como? Ela estava dirigindo o carro de onde pulei e cai no rio. Christian Isadora não está morta... - falo e paro no mesmo momento, uma ideia louca e impossível passa em minha mente. Melhor eu falar nada com ninguém agora, vou deixar que me falem tudo o que houve enquanto estive fora. Muita coisa para assimilar, minha mãe morta? Isadora sempre falou sobre a minha morte, agora ela está morta? Maria e Christian me consolaram, mas não demostrei nenhuma emoção sobre a notícia da morte da minha mãe biológica. Não sei se ela realmente está morta...


Christian e Maria me mostraram as reportagens da época, sobre o corpo encontrado de Isadora, após o enterro da Paula e Paulo, mas nada irá me convencer. Para não me acharem louca, concordo com a teoria que os medicamentos podem ter alterado minha mente, mas preciso investigar. Lembro com clareza as conversas que minha mãe teve comigo, estava mais decidida, mas era ela mesma. Preciso voltar a viver, mas esse assunto do meu sequestro, tenho certeza que ainda não acabou. Irei descobrir o que realmente houve.

SegredosOnde histórias criam vida. Descubra agora