Capítulo 7 - Não quero mais ficar longe de você!

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- Está muito frio lá fora, o sol se pôs, vou virar de costas. Mas amaria vê-la trocar de roupa! – fala e se vira quando irei jogar algo pesado em sua cabeça, minha raiva é tanta que mesmo virado, jogo assim mesmo.

- Ai ficou louca? Doeu! Não vi nada, você já tinha vestido a blusa, eu vi pela silhueta fora da barraca, por causa do fogo artificial. Calminha Anastácia Oak, não vou te atacar, mas deu um belo show! Se estivermos sendo monitorados mesmo, vou voltar o vídeo várias vezes. – como sou distraída, não pensei que faria sombra fora da barraca.

- Mas não deveria ter entrado sem avisar, você mereceu. O que tenho de comida é isso, dividimos ao meio. – falo mudando de assunto para ele não perceber que fiquei sem graça.

- Ficou vermelha! Que gracinha! Obrigado Anastácia por tudo! Realmente não deveria ter vindo, tenho medo de morrer. Mas não me arrependo, estou aprendendo muito com você. Por que está tentando se matar dessa forma? Por causa do Henry? Parece que tem algo a mais. – fala e a última pessoa no mundo que pretendo conversar sobre minha relação com a minha mãe é esse homem na minha frente, ele me deixa nervosa.

- Nada! É só um desafio, assim como os outros é arriscado, somente isso. Henry foi importante para mim sim, de certa forma é uma homenagem a ele. Agora vamos parar com essa conversa e vamos terminar de comer e dormir. – Christian assente e começa a tirar a roupa para se trocar, apenas a camisa, porque ele perdeu tudo o que tinha, emprestei uma camiseta a ele. Me viro para ele se trocar.

- Não precisa ter vergonha, já deve ter visto muitos homens sem camisa, do jeito que você é cobiçada. – fala e piora a minha vergonha.

- Isso não é da sua conta e ande logo, o chá já está pronto. Preciso desligar o fogo artificial, só ligaremos se o frio piorar mais. – falo e escuto uma leve risada.

- Ok Anastácia! Boa noite! Será um prazer passar a noite com você novamente. – fala e se deita com a garrafa de chá quente nas mãos para esquentar. Me deito de costas e fecho os olhos, mas sinto ele me observando. O que será que Christian Wood pretende? Assim adormeço.

Minhas mãos estão congelando, muito frio, ouço apenas o uivo do vento, a barraca balança muito. Se estivesse sozinha talvez já tivesse sido levada, o peso nos segurou no chão. Christian ainda dorme, devo chamá-lo? Melhor não, ele não parece estar com frio como eu. Coloco as minhas mãos entre as perna, mas mesmo assim o frio congelante não passa, me movimento um pouco e esquenta um pouquinho. Começo a tremer muito, tento levantar para acender o fogo artificial, mas não consigo, acho que estou perdendo os sentidos e tudo fica escuro. Acho que agora realmente morri, não sinto o meu corpo, mas sinto algo quente perto de mim. A transição da vida para a morte é estranha! Sinto algo quente segurando as minhas mãos. Escuto sussurros, mas não sei decifrar, meu corpo parece estar voltando ao normal, mas será assim do outro lado? Vejo a silhueta de um outro corpo a minha frente, será que reencontrei o Henry?

- Henry!? – mas abro os olhos e percebo que não é o Henry, Christian!

- Sei que gostaria que fosse o Henry, mas sou eu! Você me assustou minha pequena recordista. Você teve hipotermia, deveria ter me acordado, o que aconteceu? – sei que estamos no meu saco de dormir, estou muito fraca, parece que fui congelada e descongelada.

- O que houve? Achei que tinha morrido! – consigo falar, mas minha visão ainda é turva.

- Eu acordei com as minhas mãos muito geladas, a garrafa de chá ainda estava quente, mas não por fora. Quando olhei para o lado você estava com os lábios roxos e respirando com muita dificuldade e desacordada. Fiz você tomar um pouco do chá quente e derramei um pouco nas suas mãos. Aproximei o fogo de nós dois, tirei as nossas roupas para o meu corpo aquecer o seu. E fechei o saco de dormir que você esqueceu de fechar, por isso você passou tanto frio. Mas agora acho que ficará bem! Me assustou muito, Anna eu não quero mais brigas ou ficar longe de você. O Henry se foi, era meu amigo, isso me fez acordar e perceber que minha fascinação em superar você é porque te admiro profundamente e não é só admiração. Quando eu te beijei no hotel, e aqui no monte Everest, tenho certeza que quero você na minha vida e participar da sua. Você está me entendendo Anna? – estou escutando cada palavra e meu corpo inteiro se arrepiou, sei exatamente qual o procedimento para quando socorremos alguém com hipotermia elevada como eu estava. Mas fico imensamente envergonhada de estar somente de calcinha e abraçada com esse belo homem e minha frente, não sei se totalmente nu, Christian me faz sentir sensações que nenhum homem me fez sentir antes, ele conseguiu arrancar o meu primeiro beijo, o segundo e mesmo com o Henry nunca me senti assim. Com meu primo eu sentia proteção e amor fraternal, mas com Christian nesse momento me sinto protegida e amada, mas não amor fraternal. Amor carnal mesmo,tenho quase certeza que não iremos sobreviver. É sorte ainda estarmos vivos!

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