Capítulo 3 - Desafiando o sofrimento

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Olá! Mais um, espero que gostem. Eles vão ficar juntos, serão separados, tragédias, mas no final, só alegria.

Acordo de manhã, com preguiça de tudo olho para o teto de pedra do hotel, sinto que estou de shorts ainda, me viro e olho para o lado, esse não é o meu quarto! Olho para o lado e não tem ninguém, apenas um bilhete "Desculpe não poder esperar e tomar café com você, mas tenho uns assuntos para resolver antes de ir embora! Amei te ver dormir! Beijos Christian." Dormi no quarto dele e fui colocada em sua cama. Ainda estou com minha roupa de ontem e um lençol branco me cobrindo, tem cobertas no sofá. Sorrio, ele dormiu no sofá e eu na cama, quem diria Christian Wood um homem respeitador. Ainda bem, porque com todos os problemas que tenho na vida, minha virgindade bucal e vaginal não estão em uma prioridade muito próxima do topo da minha lista. Lembro do Henry, será difícil viver sem ele, sei que estou repetitiva nisso, mas é difícil perder alguém que amamos, e só agora depois que ele morreu eu percebi que era amada e que o amava. Me levanto, pego o cartão de acesso que a recepção me deu e no meu bolso pego o cartão do meu quarto. Faço minha higiene e me olho no espelho, muito ruim, abatida demais. Penso no que irei fazer da minha vida a partir de agora, o segredo da minha família, sei que tem muito mais do que descobri naquela época, com doze anos. Vou até a casa dos meus pais investigar, preciso saber porque isso acontece com nossa família, porque Henry e sua família morreram de maneira tão traumática ou se isso foi apenas uma coincidência. Tomo um banho, visto uma roupa esporte como sempre e faço as minhas malas, volto para o Texas hoje mesmo, depois verei com o meu pai Steven se nos mudaremos para Chicago.

- Paula, isso não tem a mínima coincidência! Mesmo horário, mesmas fraturas, a mãe deles morreu e o tio Patrick não. Traição, frutos de uma traição, a mãe deles era vista como uma traidora, mesmo não sabendo que o tio era casado. Preciso entrar naquela sala entende? – falo e Paula discorda de mim, acha que devemos deixar tudo como está. Não tenho medo de descobrir nada, nem de morrer, estou marcada há anos para morrer, um dia a mais ou a menos não me importa. Quero saber a verdade e se tem como reverter ou impedir essa maldição ou sei lá o que de acontecer novamente, acabar logo com isso.

- Anna, tenho medo de mexermos nessa história e acabar pior do que já está. A mamãe tem razão, não deveríamos mexer nisso, vamos continuar com a nossa vida. Olha porque não se muda de volta para cá. Papai e eu falaremos com a mamãe, sinto tanto a sua falta. – fala e me abraça, o que na vida eu faria era voltar para esse castelo. Minha mãe sempre me olhou como se eu fosse uma aberração. Isadora Oak é totalmente submissa dessa maldição, mas eu não. Vou a fundo para descobrir sobre isso tudo. Marcados sim, é evidente, mas por quê? Por quem? Quem começou isso?

- Eu amo vocês, mas não voltarei a morar aqui, o mundo é o meu lar, a natureza, os desafios, não conseguiria viver sem isso Paula. Essa sou eu, e não quero voltar a ver a mamãe e ela me chamar de aberração novamente. Nem Marcus Oak com todo o seu carinho e nem você irão me convencer. Para a paz desse castelo e de vocês, melhor minha mãe e eu ficarmos como estamos, afastadas. Ela nem veio me receber, sei que ela me ignora, eu estou morta para ela desde que nasci. – falo e Paula assente, sabe que não adianta insistir.

Depois de conversarmos no quarto, aproveitei que minha mãe saiu para ficar longe de mim e fui ao quarto gigantesco que tem toda a história da família Oak, São paredes e paredes de árvores genealógicas. Meu pai é o principal herdeiro, nosso tio abriu mão do castelo quando nossos avós morreram. Nossa família é pequena, mas mesmo assim não somos nada próximos, quer dizer de mim, a morta viva como a minha mãe me chama, mais um apelido carinhoso. Vejo que tem muitas estantes com escritos antigos, setecentos anos de gerações quebradas, muitos recém-nascidos mortos, mas quando vou começar a analisar.

- Falei há anos para nunca mais entrar nessa sala. Anastácia saia daqui, não é bem-vinda! Pode acabar conosco se ficar por perto, é amaldiçoada minha filha, aprenda isso fique longe de nós. Quando chegar a sua hora, prometo te dar um velório digno de uma Oak. – há anos não escuto sua voz e quando escuto, são ameaças.

- Oi mamãe! Não sou amaldiçoada e não quero sua piedade quando eu morrer. Não sabe quem morrerá primeira a senhora ou eu. – falo enraivecida, mas tento me controlar, rapidamente meu pai Marcus aparece quando minha mãe ia me responder.

- Isadora pare com isso, não trate nossa filha assim. Anna, não deveria entrar aqui sem a nossa permissão. Somos os guardiões desse lugar. Vem aqui! – me emociono, ainda estou abalada com a perda do meu primo, mais ainda com a surpresa de encarar a minha mãe, depois de tantos anos. Minha mãe sai da sala e meu pai me leva ao meu quarto, mas não vou ficar aqui hoje mesmo irei para casa. Preciso de paz! Pensar no que vou fazer.

Saio da casa dos meus pais, vou para o aeroporto e entro no meu avião particular. Bebo tudo o que vejo pela frente, vodka, whisky, champanhe. Fico bêbada rápido, não tenho o costume de beber. Depois de cinco horas de vôo chegamos ao Texas. Vou para casa e deito na minha cama, Maria Sanches a minha governanta me ajuda a subir e tirar a minha roupa, essa é minha verdadeira mãe. Eu quis ir sozinha para a Transilvânia, mas Maria insistiu em ir comigo, era o momento de ficar sozinha. Acho que deveria ter deixado ela ir, foi doloroso demais, agora só me resta Maria. Não conto com o meu pai adotivo Steven, ele me tem apenas para ganhar dinheiro nos desafios radicais que venço os limites. Durmo profundamente, chorando e chamando pelo meu primo. Nem nos sonhos ele me deixa em paz, sonho com tudo o que houve na escalada. Acordo no dia seguinte, e bebo mais! Mas então uma idéia me vem à mente! Um novo desafio! O melhor desafio de todos os tempos, algo que agora sim me levaria a morte e terminaria com a minha dor.

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