Capítulo 5 - Monitoração Satélite!

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Boa noite! Segue mais um capítulo! Onde será que isso vai dar? A @Tadorno obrigada por está me ajudando nas correções! 

Sinto o vento congelante no meu rosto e o som do gelo sendo quebrado pelo meu skate do gelo. Atrás de mim, sinto alguém se aproximando rapidamente. Mas continuo concentrada no que estou fazendo, se morrer quero estar o mais perto possível da chegada.

- Anastácia pára! Vamos descer devagar! – escuto ele gritar. Flexiono mais os joelhos para ir mais rápido. Até que está sendo divertido, essa corrida da morte! Minha adrenalina ultrapassou a cabeça.

Olho de lado levantando, ele fez o mesmo. Quer a todo custo me alcançar! Mas não hoje. Sorrio e jogo um beijo no ar para ele, vejo seu sorriso belo, ele deve estar sentindo o mesmo que eu, nossa Adrenalina a mil por hora. Me viro e flexiono os joelhos quase ao chão! A parte desprotegida do meu rosto esquenta, devo ter queimaduras no rosto. Mas não ligo, desvio de várias pedras congeladas da rocha, vejo uma depressão, é agora que posso morrer, levanto e me preparo para o salto. No pulo dou uma cambalhota, e um grito liberando a minha frustração, lembro de Christian ao aterrissar, tem outra depressão, rapidamente desvio para o lado e freio me virando dando um giro de duzentos e setenta graus. Quando vejo que ele vai pular grito.

- Depressão do lado esquerdo. – grito, se ele cair aqui é fatal. Ele vê, mas quase tarde demais, fecho os olhos.

- Sai daí! – quando penso em sair, ele bate em mim e caímos, deslizamos rolando pelo gelo. Causando uma avalanche abaixo de nós. Conseguimos parar quase no desfiladeiro abaixo, olho para baixo, será perto do acampamento da minha equipe.

- Você ficou louco? Olha o que fez? – falo me levantando, preciso avisar, eles terão menos de dois minutos para sair, devemos estar a uns seis quilômetros abaixo deles. Sinto meus pulmões arderem pelo pouco ar que temos, ainda fizemos um esforço físico danado.

- Cavalo branco aqui é águia branca, precisam sair daí agora, esqueçam o equipamento, olhem a leste, uma avalanche atingirá vocês em um minuto. – falo esperançosa que alguém escute.

- Ok águia saindo agora! Felizes que ainda está viva nossa doidinha preferida. – suspiro em alívio. Não falo nada para eles irem logo.

- A louca é você! Quer se matar? Achei que não teria coragem de descer. – fala e respiro fundo para responder. Mas quase não temos ar. Resolvo não responder nada, tiro o equipamento do meu pé, guardo e começo a caminhar a minha frente, para procurar outro lugar para descer, onde estamos o gelo podemos afundar e morrer, e evitarei isso enquanto puder.

- Espera! Me ajuda estou machucado. – olho para cima e penso, ajudo ou não? Mas que droga de coração mole. Christian Wood vai acabar me levando a morte de frustração. Olho para trás, ele colocou o braço no rosto, deve estar sentindo dor.

- Onde dói Christian Wood? – falo me ajoelhando perto e retirando a minha mochila e capacete. Tenho um kit de primeiros socorros.

- Bem aqui! – fala e me puxa me pegando de surpresa e cola nossas bocas em um beijo avassalador. Fui pega de surpresa e fico sem reação, no início, nossa beijar é muito bom! Meu corpo esquenta e devo estar derretendo todo esse gelo. Christian rola por cima de mim prendendo o meu corpo contra o gelo e o corpo dele. De maneira desajeitada retribuo o beijo, mas logo acordo para a vida. Nos odiamos, eu deveria beijar um homem que amasse, como a religião do meu pai diz. Não sou assídua, mas sigo o que é mandado direitinho, por exemplo casar virgem. Vai me entender?

- Me solta! Mentiroso! Vou morrer antes de chegar ao chão de raiva de você. – falo sem ar, está muito difícil respirar aqui em cima. Começo a sufocar, seja de propósito ou sem querer Christian vai acabar me matando por falta de ar, literalmente.

- Calma, respira, desculpa! Foi uma brincadeira! - sinto uma máscara de oxigênio no meu rosto após tudo ficar turvo e provavelmente devo ter desmaiado.

- Graças a Deus! – Christian suspirou aliviado. Somente respiro e não olho para ele, mas de lado vejo o seu sorriso. Preciso me livrar dele, despistá-lo. Ficar perto só vai piorar tudo, percebo agora que ele não é tão bom como eu, ele tem medo de morrer, eu não, me acostumei com a idéia plantada em minha mente por minha mãe "Você vai morrer logo Anastácia".

- Você está bem? – assinto com os olhos, devido a máscara. Respiro fundo e me levanto, não estou sendo fiel ao meu desafio, mas preciso ser. Retiro a máscara do meu rosto, me levanto ainda tonta. Olho para o horizonte e o sol já passou a muito tempo do meio dia, essa enrolação me atrapalhou e muito.

- Onde você vai? – Christian pergunta e não respondo, apenas pego o meu equipamento e saio andando. Preciso de um cume, se não descer em meia hora, terei que passar outra noite aqui.

- Pela terceira vez hoje, espera! Não pode descer, teremos que dormir aqui. – Christian fala alto, me lembro da avalanche e da minha equipe lá embaixo.

- Cavalo branco! Águia branca falando, estão todos bem? – recebo um bip do rádio.

- Sim Águia, estamos todos bem! Só perdemos alguns equipamentos de cabanas vazias. A avalanche atingiu pouco, perdeu força três mil metros antes de nos atingir, na clareira plana onde você passou a noite. – suspiro aliviada.

- Ok! Provavelmente terei que passar outra noite! Tivemos um imprevisto. – falo no plural esqueci.

- Sabemos e vimos o beijo de vocês, está em todas as emissoras de TV e redes sociais. Amor ardente no Everest. A Ducati pegou algumas imagens via satélite, a Ferrari também entrou. O casal está sendo monitorado via satélite. Cuidado Anna! Esse Christian pretende tomar o seu desafio, além disso ,volte bem a quatro mil metros tem muitas nuvens se você olhar a oeste, é melhor tentar amanhã quando o sol nascer. Tem fogo artificial suficiente? – respondo afirmativamente, não posso ficar nervosa devido ao ar. Se eu voltar irei processar a Ducati e Christian Wood, estão usando meu desafio para se auto promover, não sabem que fiz isso por algo pessoal.

- Como chegou tão rápido aqui? O que fez? – pergunto mudando de assunto, ele chegou muito rápido, já sei a resposta, de paraquedas e planador. Vi a roupa que ele jogou para o lado.

- Achei que era mais esperta. – ele me provoca. Calma Anastácia!

- Não precisa responder e por favor não fale comigo. Não me atrapalhe mais, respeite o meu luto. Estou aqui em homenagem ao Henry e não para me divertir, isso aqui é sério Christian. Se não pode atender ao meu pedido, sinta como um pedido do Henry, já que era tão seu amigo. – falo para aliviar a tensão. Coloco o meu snowboard, vou tentar chegar até a clareira onde dormi.

- Ok! Cachimbo da paz! Aonde vai, sabe que é mais arriscado ainda esquiar à noite. – fala e não ligo. Coloco meu capacete e meus óculos.

- Você é teimosa. – nem olho para ele e desço no sentido leste da montanha, para tentar chegar até a clareira e passar a noite, de preferência longe desse ser humano insuportável. Ele me deixa nervosa como ninguém, nem minha mãe me irrita tanto com o desprezo dela.

Tomo velocidade, sem olhar para traz, tenho vinte minutos para chegar, se não morrerei congelada na noite, devido a velocidade e o frio congelante serem três vezes maior quando estamos em grande movimento. Escuto barulhos de esquis quebrando o gelo, Christian não desiste, mas se estamos sendo monitorados, usarei as imagens no processo que irei mover contra eles se sobreviver, ou mesmo se eu morrer meu pai Steven fará por mim. Tomo mais velocidade, preciso chegar logo, se Christian arriscou a própria vida, o problema é dele, ele não se importa comigo, quer apenas fazer um grande show para se auto promover e ficar mais rico. Com raiva, tomo mais velocidade, outra depressão no solo, essa é grande, me preparo e salto, dessa vez sem olhar para trás. Mas escutou grito, freio de lado, derrapando no gelo. Christian caiu, e agora não é pegadinha, ele está pendurado pela vara do esqui. E agora? Será ele o primeiro a morrer?



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