O Príncipe Ômega

Reencontro

Parei em frente a um prédio abandonado e velho. Conferi o endereço novamente, "É aqui mesmo! ".

Entrei no local sem hesitar. Era um antigo hotel de luxo, aparentava já ter sido muito bonito. As paredes vermelhas com bordados de ouro estavam caindo, o lustre de cristal estava caído no chão e estava quebrado, havia buracos no teto e dava para ver o andar de cima. Havia um balcão já aos pedaços com a madeira de qualidade espalhada pelo chão.

Me dirigi as escadas de mármore meio quebrada e subi me dirigindo ao corredor do antigo escritório do dono. O corredor se acende sozinho de um modo assustador, do jeito que Ela gosta. A porta dupla do escritório era uma das poucas coisas- se não a única- que estava imaculada e em perfeito estado. Ela era de madeira nobre, com detalhes em ouro e tinha mecanismos de segurança de alto nível, disso tenho certeza.

O estranho era que ela não tinha maçaneta, mas estava claramente trancada. Parei em frente dela e observei melhor o local onde me encontrava. Janelas quebradas ao longo do corredor gigante e fechadas com madeira e pregos de um modo meio mal-feito. Lustres e luminárias no chão, quebrados em milhares de pedaços. Um tapete que cobria quase todo corredor bordado a ouro ( que com certeza deveria dar um certo regente ao hotel de luxo) estava rasgado e sujo, cheio de poeira junto a algumas coisas que não quero identificar. Vi as paredes com quadros quebrados e rasgados, elas estavam com rachaduras a tinta estava muito gasta, possuía diversas teias de aranhas. Percebi um movimento abaixo dos meus pés, ratos e baratas.

Antes que pudesse fazer mais alguma observação do local, ouvi uma musiquinha brega e sinistra ao longe. A minha frente à porta começou a abrir vagarosamente, rangendo muito. Dela saíram muitos insetos nojentos e a poeira levantou junto ao cheiro Dela. Adentrei no cômodo (que não era muito grande) sem hesitar, não tinha o por quê de ter medo, era Dela de quem eu falava então não iria ficar surpreso com mais nada.

As luzes se acenderam de repente, vi que o local estava muito bem preservado e me perguntei da onde surgiram tantos insetos e tanta poeira, já que o local estava limpo e impecável. As paredes vermelhas com detalhes dourados dava um ar de luxo e conforto ao cômodo. Era muito bem iluminado com lâmpadas belas e delicadas espalhadas que perdiam o brilho para o lustre de cristal no meio da sala. Haviam sofás bege que contrastavam com a parede vermelha e o chão escuro. Ao fundo janelas grandes que eu tinha certeza que eram mágicas já que mostravam um local totalmente oposto do lado de fora, um belíssimo campo de flores do planeta Sophia, que tinha plantas belíssimas. A mesa rústica de madeira nobre era gigante e continha alguns papéis, canetas, um notebook, alguns mapas de mares e de algumas rotas no Universo, um globo terrestre bege com detalhes em dourado e um mini projetor de imagens ultra moderno. Atrás havia uma grande poltrona preta que estava virada para as janelas.

- Estava à sua espera, Perseus- falou uma voz melodiosa e feminina.

Fiz uma careta, Ela sabe que odeio que me chamem assim. Gosto de ser original, mas com um nome "copiado" de um primo distante não dá!

- Há quanto tempo, Rodes.- digo sério.

A poltrona se vira e vejo minha meia irmã mais velha com uma cara brava. Ela, assim como eu, odeia que a chamem assim e eu sei muito bem disso.

Minha maninha tem um corpo escultural como a maioria das imortais. Seios grandes e redondos, cintura fina, coxas largas, meio baixa... Ela é ate que bonita (afinal, é minha irmã!) tem cabelos negros petróleo que vão até um pouco abaixo dos quadris, olhos verde claros puxados para o azul, sardas que a fazem ter uma cara meio infantil e pele meio bronzeada. Ela vestia um vestido verde com detalhes prateados, decorado com pérolas e era bem colado no corpo, ia até o chão com um corte em uma das pernas que ia do meio da coxa até o final das pernas.

- Você sabe que eu odeio que me chamem assim!- disse ela.

- Digo o mesmo, maninha.- digo com um sorriso.

- Eu sou mais velha!- disse se levantando e vindo me encarar.

- Mais eu sou mais alto!- digo sorrindo debochado.

- Hmpf! Você só tem altura, porque inteligência que é bom...- disse virando de costas, mas sabia que ela sorria debochadamente.

- Aí, assim você me ofende, Rô!- digo dramaticamente.

- Desembucha logo, pirralho!- lancei um olhar ofendido a ela.

- Que foi? Com toda a certeza do mundo você não veio aqui para ver sua diva e maravilhosa irmã mais velha!- disse ela "modestamente".

-Tá bom! É por que eu preciso de sua ajuda em algo- digo sorrindo maleficamente.

- E o que seria?- perguntou ela arqueando uma sobrancelha.

- Acho que você já deve ter uma noção do que se trata...- falo.

Ela sorri e vai até um livro de uma prateleira meio baixa e o puxa, revelando uma sala secreta. Ela era ultra moderna e possuía os mais diversos tipos de armas possíveis, além de aparelhos de última geração e alguns "brinquedos" que me seriam muito úteis.

- Qual é o plano?- pergunta ela examinando um líquido que não quero saber o que era.

- Bem...- e começo contando toda minha ideia para ela que abre um sorriso gigante.

- Para quando?- pergunta animada como uma criança quando recebe doces antes da janta.

- O mais rapidamente possível. Annabeth e seus amiguinhos vão se arrepender de ter virado contra nós.- digo.

- Tudo bem. Eu já peguei tudo, e você?- perguntou ela.

- Também já peguei. Vamos.- falei me dirigindo a saída.

Eu nos teletransportei até o Acampamento Meio-Sangue e nos escondemos. Para fazer uma grande entrada e pegar eles de surpresa, comecei com uma ventania. Depois raios começaram a cair e a terra tremeu. As pessoas estavam muito assustadas, mas já estavam preparadas para lutar, menos os outros guardiões. A terra se partiu é muita fumaça surgiu, dela duas formas começaram a surgir.

- Sentiram minha falta?- perguntei assim que a fumaça baixou.

- Acho que ninguém sente sua falta, maninho.- disse minha "adorável" irmã. Fiz um biquinho para ela que somente riu.

Bianca fuzilava nos dois, Luke olhava bobo para minha irmã, o resto dos guardiões ainda não estavam dando muita bola e o resto do povo só ficou olhando tipo: "Que é que 6 bebe?"