Pessoas apressadas passam pelo corredor em direção a porta principal de saida. É para lá que vou também acompanhada de Julie, nós encontramos Tiny na escada lá fora.
"Seu doador de esperma está aqui." Tiny cochicha.
"Meu o que?" Pergunto achando a frase dela absurda.
"Ela diz que você parece uma dessas mães independentes que usou o cara só para reprodução." Julie me explica.
Eu rio por alguns segundos, até me dar conta que se ela disse que meu doador de esperma está aqui, quer dizer que Will está aqui. Olho para o lado e encontro-o no fim da escada. Ele me olha também e faz sinal para eu ir até lá.
"A gente se fala depois." Digo as duas e desço.
Vou pensando em mil formas de diferentes de falar Oi para ele, mas nenhuma delas parece boa então eu pulo a parte dos cumprimentos.
"O que quer?" Pergunto a ele.
Ele gasta um tempo me observando. Dos meus pés até o meu rosto.
"Willian eu não tenho o dia todo." Reclamo.
"Você está diferente." Ele me diz.
"Willian." Chamo a atenção dele.
"Conversar Lana, é isso que quero." Will responde a pergunta que fiz antes.
Uma parte muito grande de mim quer mandá-lo para a puta que pariu. Como ele ousa falar que quer conversar um ano e depois de praticamente um ano e meio? Ele nem me deixou tentar me explicar aquela manhã.
"E talvez dessa vez deixar a princesa dar a ultima palavra?" Pergunto irônica.
"Você deu a ultima palavra da ultima vez." Ele diz. "Caso não se lembre você gritou em alto e bom som que eu era um pobre coitado, que eu nunca ia sair daquela cidade, que não ia para a faculdade porque eu era tapado demais para ter aspirações."
"Então veio me provar que eu estava errada." Concluo.
Nós estamos elevando a voz e algumas pessoas já estão nos olhando. Não quero plateia. Pego a mão dele antes de pensar e arrasto-o para o meio do estacionamento.
"Fala de uma vez o que quiser falar e me deixe ir para casa." Peço a ele.
Will dá um sorriso meio de lado e por pouco isso não me desestabiliza.
"Lana faz tempo que a gente não se vê, eu só quero alguns minutos, mas vamos sair daqui. Por favor." Ele me pede.
Eu deveria ficar longe, mas ele me vence, ele sempre me vence desde que nos conhecemos. Ele me fez ser mais sociável, me divertir, me apaixonar, ele sempre consegue tudo o que quer comigo e eu me sinto estupida por não parar isso.
"Aonde?" Pergunto.
"Podemos ir aqui perto mesmo ou vamos de moto aonde quiser." Sugere.
"Aqui perto." Digo. "Eu estou de carro e nada de moto com você. Vai indo na frente e eu te sigo, preciso telefonar."
Sigo-o pela calçada enquanto chamo pelo telefone do apartamento.
"Carly sou eu." Falo. "Eu vou demorar mais alguns minutos."
"Vai almoçar aqui?" Ela me pergunta.
"Não, como qualquer coisa por aqui." Respondo. "Lauren está bem?"
Só então noto que Will diminuiu o passo e está atento a mim. Eu estou falando da filha dele ao seu lado e ele não sabe.
"Está otima." Carly diz. "Fique tranquila."
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The Lana's Song
RomanceEra uma vez... É isso que muitas crianças escutam toda noite antes de dormir. Não era o que eu escutava. Eu escutava os ensaios exaustivos do Evil Monters ou estava nos bastidores de um dos shows deles, e isso porque Ben Teller, o vocalista, é meu p...