The Lana's Song

Epílogo

- ...amar-te e respeitar-te, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias da nossa vida.

Ainda estou olhando fixamente para Will quando o reverendo diz "pode beijar a noiva". Mas perco o beijo dos noivos, no caso Dana e meu pai, porque estou encantada por Will ter sussurrado os votos em meu ouvido.

Olho para ele e sorrio.

- Te amo. - Sussurro.

- Então casa comigo.

Meu sorriso cresce ainda mais. Sim, sim, sim. Meu coração está querendo gritar, mas faço-o parar e ser sensato.

- Não. - Respondo a pergunta dele.

O suspiro dele de frustração é audível atrás de mim. Meu pai e Dana estão se preparando para sair e eu uso a deixa para me ajeitar e ficar de frente para Will.

- Me pergunte em três anos. - Falo.

- Posso me cansar de perguntar até lá. - Ele diz.

Já tivemos essa conversa dezenas de vezes nos últimos sete meses. Estamos prestes a começar o segundo ano da universidade, Lauren está com um ano e cinco meses e nossa vida juntos é maravilhosa. Só quero que quando se tornar casamento seja com calma, quando nós dois estivermos fora da faculdade, com um futuro pré-estabelecido.

Meus pais se jogaram em um casamento as pressas no civil e não durou nada. Sei que não somos eles e que talvez as nossas maiores provações como casal já passaram, mas ainda assim, acho que haverá um momento certo.

- Willian você leva tão pouco a sério esses pedidos que nem mesmo tem um anel. - Brinco.

Ele faz bico.

- Não vou comprar um anel para você dizer não. - Ele resmunga.

- Mamãe.

Minha mãe coloca Lauren no chão e ela corre como pode em minha direção antes mesmo que eu deixe o altar montado na grama.

Nós estamos na Costa Rica. A cerimônia é para 50 convidados, e depois que foi adiada varias vezes por causa da agenda do Evil Monsters, finalmente aconteceu.

- Princesa do papai! - Will diz distribuindo beijos na filha que agora está em meu colo.

Ela está mesmo uma princesa em seu vestido lilás. Ben em uma ideia louca queria que ela trouxesse a aliança até o altar, mas conhecendo minha filha ela pararia de andar ou iria se distrair com alguma coisa.

- Papai! - Lauren fala dessa vez.

É um dos nossos poucos momentos com ela nos últimos dias. Sempre tem meus avós, meus pais, padastro, madrasta, Nick, para querer ficar com ela. Mesmo mais tarde na festa, são Nick e Tate arrasando com ela na pista de dança.

- Estou começando a ficar ciumento. - Will olha para eles.

- Quando você não tem ciumes da Lauren? - Zombo.

- Quando estou ocupado tendo ciúmes de você. - Diz.

Eu rio. Ele as vezes exagera no ciume, principalmente com Nick, apesar de ambos terem se tornado amigos. As vezes vira quase uma competição pela atenção de Lauren.

- E se ela amar ele mais do que a mim? - Pergunta.

Paro de dançar e o olho. Isso não pode ter sido uma pergunta de verdade?

- Nick vê ela uma vez por mês, duas no máximo! - Exclamo. - E você está com ela o tempo todo, não tem ninguém que ela ame mais.

Will sorri. Ele enlaça minha cintura e me puxa mais perto.

- E a mãe dela? Tem alguém que ela ame mais do que a mim? - Ele me questiona.

- É tão dificil responder isso. - Suspiro. - Normalmente acho que amo Lauren mais do que qualquer pessoa, mas ai vem você sendo o ser humano mais incrivel e meio que parece querer empatar as coisas. Então pode ser ela ou um empate, depende do dia.

- O bom de saber que Lauren é a primeira é que isso não tem que me deixar com medo de te perder. - Will diz.

- Nunca.

Eu o beijo, mas é muito rápido porque Avery chama por mim. Ela está tão linda, vestido azul bebê, ondas mais claras caindo de seus cabelos agora que fez as mechas e parece ter crescido mais um pouco. 

Avery tem a altura perfeita para uma modelo, o que ela realmente é agora. Mora em Los Angeles, eu diria sozinha, mas na verdade Ben achou que a mansão estava vazia demais sem uma adolescente e a convidou para morar com ele e Dana, mas é claro que as regras pra ela são diferentes, nada de uma vida de liberdade absoluta como a minha. Não queremos uma Lana 2.0 solta por aí.

Nós somos uma família. Até mesmo Samantha está se tornando mais amigável, ela conheceu alguém, mas não significa que estamos nem perto de sermos amigas. Talvez nunca seremos.

- Oh Deus, vocês não desgrudam nunca? - Avery me puxa. - Preciso de um conselho de irmã mais velha.

Ah sou irmã mais velha. Quando estava na secretária da escola naquela manhã em Sonora tentando ser a maior vadia do mundo eu nunca poderia imaginar que um garoto atravessaria a porta e mudaria a minha vida. 

- Claro, vamos lá. - Digo a Avery.

- Ei... - Will segura meu braço. - Salve uma ultima dança para mim antes da festa acabar.

Dou um sorriso bobo.

- Eu não dançaria com mais ninguém, exceto com o noivo, é claro. - Respondo.

A festa vai até tarde. Eu não me sinto cansada, mas minha mãe sim e é por isso que quando ela sobe deixo-a levar Lauren junto para que ela descanse. O dia está quase amanhecendo quando poucas pessoas estão na pista de dança, isso inclui Will e eu abraçados.

Ele passa a mão por minha orelha, tocando o transversal que coloquei no mês passado. Achei que a Lana antiga dos piercings e um pouco mais de maquiagem podia dar um sinal mesmo que discreto.

- Quando vai colocar o piercing? - Ele pergunta em meu ouvido.

Uma pequena ideia que anda na cabeça dele, e é sobre o piercing intimo que eu costumava usar antes. Nunca soube que ele gostava até que ele me disse isso semanas atrás.

- Quando voltarmos. Prometo. 

Will beija meu pescoço.

- Agora vamos. - Chama.

- Para o quarto?

Nunca me canso dele. Mesmo estando juntos todas as noites, e ocasionalmente no meio do dia também. 

- Para a praia, ver o sol nascer. - Ele ri. 

Eu poderia estar desapontada, mas não. A vida com Will é assim, desde Sonora ele me fez aprender a apreciar qualquer pequeno momento desde que te faça bem e com pessoas que gosta. As vezes nossos dias são elétricos, as vezes são calmos, e outros uma surpresa, e eu não abriria mão deles por nada. 

Ainda sou a Lana, ainda tenho minha individualidade, mas somar com alguém é maravilhoso. E a Lana feliz daquela musica escrita há tanto tempo finalmente deu o ar da graça, e aqueles versos do meu pai agora servem para mim: E isso não é sacrifício, é amor, algo que descobri desde que você chegou.

FIM