3 - LOVE, SEX, MARRIAGE

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Já passava da uma e meia da manhã e eu ligava insistentemente para a dona de um buffet. Quando tentei contatá-la antes, ela me disse que o único horário disponível para conversar comigo seria durante uma das festas de casamento em que eles iam participar. Portanto, lá estava eu, ligando pra ela no meio da festa e discutindo a possibilidade de todos os funcionários terem que ir para o Havaí.

– Havaí? Você está ficando louca? – ela gritou comigo no telefone.

– Sasha, você vai ter lucros cada vez maiores. Esse é o casamento do Justin Bieber! – gritei de volta.

Aquele era o quarto buffet que eu ligava e que rejeitava a proposta de um casamento no Havaí. Nenhum deles gostava da ideia de ter que levar tudo para outro estado tão longe e a maioria já estava com a agenda cheia. Eu não entendia porque eles não podiam abrir um espaço para o casamento de Justin. Ia ser o casamento da década!

– Esse podia ser o casamento da Rainha da Inglaterra e eu ainda não ia aceitar. Desculpe, Emma. Não há como fazer isso, ainda mais com o tanto de convidados.

Bufei e fechei os olhos, amaldiçoando a mim mesma por ter aberto a boca e sugerido o casamento no Havaí. Será que eu não podia fazer Selena mudar de ideia? Não, provavelmente não. Ela me contratou exatamente pra isso, para que eu desse conta de fazer tudo o que ela quisesse. E ela já havia me enviado uma lista com 200 convidados. Eu nunca ia encontrar um buffet de luxo que pudesse atender 200 pessoas em menos de três meses no Havaí.

– Tudo bem. Obrigada, Sasha – desliguei o telefone.

Risquei mais aquele buffet do meu bloquinho e dei uma lida nas novas anotações. Eu tinha que sair com Justin para que ele escolhesse o estilo do convite, o carro que ia leva-lo à igreja e para que encomendasse seu terno. Eu mesma já tinha ligado na loja da Hugo Boss da Quinta Avenida e tinha contado sobre as necessidades do senhor Bieber. Os atendentes disseram que ele podia aparecer lá quando quisesse, porque os melhores ternos e smokings estariam à sua disposição. Pelo menos aquilo era algo com o qual eu não tinha que me preocupar.

Eu já tinha sugestões sobre o lugar do casamento. Um amigo cerimonial já tinha organizado uma festa em Honolulu e ele me deu telefones de contato de vários salões de festas. Liguei para cada um deles e todos tinham vagas. Agora eu só precisava confirmar com Selena e com Justin qual salão eles iam querer.

Selena me disse que Mike Lerner já estava cotado para cobrir o casamento, já que ele e Justin eram amigos. Aquilo já foi um alívio, porque ter que procurar por um bom fotógrafo em tão pouco tempo seria outro desafio.

Tive que começar a providenciar todos os documentos de Justin e Selena para que o casamento fosse realizado também no civil. Eu ainda não havia conversado com Selena pra saber se ela ia querer manter o sobrenome de solteira, se ia querer trocar pelo de Justin ou se ia querer somente colocar um hífen entre os dois nomes. Todas as opções eram válidas, mas eu precisava falar com ela antes de arrumar mais qualquer trabalho com o cartório.

Enfim, havia sido uma semana louca e corrida. Aquele ia ser, sem dúvida nenhuma, o trabalho mais estressante da minha vida. Pensar no tanto de dinheiro que eu ia ganhar ajudava, mas não aliviava todos os problemas. Eu não estava conseguindo dormir direito – por ter que me preocupar com tanta coisa ao mesmo tempo – e nem comer da maneira certa. Mas não era hora de me queixar. Eu precisava voltar a trabalhar, de qualquer jeito. Somente assim minha cabeça ficava cheia de coisas e eu parava de pensar um pouco na minha vida pessoal.

Quando meu celular tocou, quase pulei do sofá. Estava tão imersa em pensamentos que havia me esquecido que existia um mundo real fora da minha cabeça. Peguei o iPhone e atendi sem checar o visor. Ninguém importante me ligaria à uma e quarenta da manhã.

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