Minha cabeça zunia quando eu abria os olhos pela manhã. Eu levantava na maior pressa, tomava banho na mesma velocidade que um gato e saía sem tomar café da manhã. Aquele tipo de rotina já era normal pra mim quando um casamento estava tão perto de acontecer. Eu passava o dia todo na rua, na igreja ou no salão da festa, decidindo os últimos detalhes.
Evitei os olhares do padre Martin, evitei os olhares de Ian e me concentrei em fazer o meu trabalho, como um bom soldado que segue ordens específicas. Mas eu já tinha um plano em mente e sabia o que faria. Desde criança, nunca levei esporro à toa. Quando minha mãe brigava comigo, eu ficava quieta, escutava a bronca sem reclamar ou então não tentava me libertar do quarto escuro que ela me colocava. Mas depois que eu saía, depois que as coisas se acalmavam, eu fazia a casa inteira tremer.
Como na vez em que minha mãe me deixou de castigo por ter cuspido em um dos colaboradores da empresa; depois de ficar livre, quebrei o jarro com as cinzas do meu avô materno. Minha mãe quase quis me matar de novo, mas eu fiz tudo se parecer com um acidente. Dessa vez, não seria diferente.
As compras relacionadas à empresa, que eram minha responsabilidade também, eram feitas com um cartão de crédito de uma conta conjunta da minha mãe e do meu pai. Era uma conta gorda, mas ninguém era autorizado a mexer, a não ser que fosse de extrema importância. Os salários de todos os funcionários eram pagos por lá, através de um depósito automático. Pensando dessa maneira, seria quase impossível usar o dinheiro da conta se eu não estivesse com o cartão e, agora que eu sou a filha imprestável, ninguém me daria a posse dele.
Sorte a minha ter todos os números do cartão anotados e ter decorado a senha.
Minha mãe queria me ver longe no dia do casamento de Justin e eu até poderia ir embora, sim. Mas ela que ia pagar minha estadia na Europa, meus hotéis caros e todas as minhas compras. Ela não ia perceber o rombo na conta até que fosse tarde demais e, enquanto isso, eu já estaria longe, aproveitando a vida como nunca.
A única coisa que fazia com que eu me sentisse melhor era esse plano, porque, de resto, eu sentia como se estivesse afundando lentamente. Não havia muito tempo restante. Uma conferência de imprensa já tinha acontecido e me perguntaram muitas coisas sobre o casamento, sobre a decoração, sobre o lugar, sobre quem estava fazendo o que. Justin e Selena também compareceram, mas nossos horários eram diferentes.
Selena que me fez marcar a conferência, mas eu achava que era algo tão supérfluo e superficial. Se você vai se casar com o cara mais famoso do mundo, pra que ficar divulgando dessa maneira? Todo mundo já ia saber de qualquer jeito. É desnecessário se submeter a perguntas toscas e que ninguém realmente quer saber.
– Senhorita Hastings, qual a altura do bolo? – perguntou um deles.
– Senhorita Hastings, como foi a escolha do lugar? – perguntou outro.
– Por que você acha que Justin e Selena escolheram a empresa da sua família? – continuou mais um.
Mas a pior pergunta de todas foi:
– O que você acha dos noivos, senhorita Hastings?
Eu fiquei em silêncio, boquiaberta, sem saber o que dizer.
– Eles são... um casal apaixonado. Eu me sinto honrada por ter trabalhado para Justin e Selena, os dois foram muito educados e sempre muito prestativos. É muito mais fácil fazer o meu trabalho quando me tratam são assim – eu respondi, mentindo.
– Você acha que eles vão ficar juntos por bastante tempo? – perguntou mais um.
– Eu já organizei muitos casamentos e eu faço questão de saber como os noivos se sentem, porque não quero planejar algo que não dure. Então, posso dizer com certeza que Justin e Selena serão muito felizes por muito tempo.
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LOVE, SEX, MARRIAGE
FanfictionJustin Bieber vai se casar. E quem melhor do que a família Hastings pra organizar o casamento? A tarefa de cerimonial passa a ser de Emma Hastings e ela tem que planejar todos os detalhes do casamento perfeito de Justin Bieber e Selena Gomez. Sua ta...